Maníaco era produtor independente de vídeos com conteúdos focados em crianças e adolescentes
Policiais civis conduzem filmmaker que estuprou enteado de 10 anos (Divulgação)
Um filmmaker de 45 anos, de Campinas, foi preso na região da Praia Grande, na manhã de quinta-feira (3), sob acusações de estupro e pedofilia contra seu próprio enteado de apenas 10 anos. O crime ocorreu em 2020 e foi filmado pelo suspeito, sendo posteriormente descoberto pela mãe da criança. Na época, a mãe estava casada com o acusado e imediatamente denunciou o caso à 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). A prisão foi efetuada mediante mandados de busca, apreensão e prisão, executados em sua residência na Cidade Ocean. Durante a busca, autoridades confiscaram dispositivos eletrônicos que serão submetidos a perícia. O computador continha imagens de pornografia infantil.
O delegado responsável pela unidade especializada, Mateus Rocha, esclareceu que o homem havia anteriormente vivido em Campinas, posteriormente se mudando para o Rio de Janeiro, onde permaneceu por um período antes de retornar ao Estado de São Paulo, estabelecendo-se na região litorânea. Suas constantes mudanças de endereço ocorreram após descobrir que estava sob investigação e após confrontação por parte de sua ex-companheira.
Conforme relatado por Rocha, à época em que cometeu o crime contra seu enteado, o filmmaker atuava como produtor independente de vídeos para programas de televisão, focando exclusivamente em trabalhos envolvendo crianças e adolescentes.
A ex-companheira descobriu o crime ao utilizar o computador do acusado para abrir uma microempresa. Ao acessar a pasta de lixeira, deparou-se com um arquivo de vídeo retratando um homem envolvido em atividade sexual com uma criança. Apesar dos rostos não estarem visíveis, a mulher identificou de imediato o adulto no vídeo como seu ex-companheiro e a criança como seu filho.
Após o recebimento da denúncia, as autoridades policiais imediatamente deram início à investigação, empregando extenso monitoramento e uma variedade de técnicas de inteligência. O desdobramento dessa operação culminou na localização do suspeito no Litoral Paulista, resultado da colaboração entre equipes da 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (2ªDDM) e agentes do 8º Distrito Policial (DP).
Um comunicado emitido pelo Departamento de Polícia Judiciária do Interior 2 do Estado de São Paulo (Deinter-2) enfatizou a existência de amplas evidências no inquérito eletrônico, apontando para crimes de pedofilia, estupro e produção de material pornográfico envolvendo menores. "Existe uma farta prova no inquérito policial eletrônico de pedofilia, estupro e de produção de vídeos pornográficos infantis", frisou nota.
O delegado Rocha ressaltou a importância da divulgação do caso e, nesse sentido, ele fez um apelo: "É importante a gente fazer essa divulgação porque na época em que ele praticou esses crimes aqui em Campinas, ele era produtor de vídeos e trabalhava essencialmente com crianças. Então pode ser que lá fora pode haver novos crimes e novas vítimas que a gente precisa identificar", pediu o delegado.Rocha, ao direcionar sua mensagem aos pais, instouos a manterem vigilância constante. Caso, porventura, tenham filhos que tenham participado de qualquer tipo de produção artística envolvendo filmagens ou fotografias nos últimos dois ou três anos, e caso tenham surgido relatos de abuso infantil, ele encorajou que busquem a unidade de investigação, localizada junto à sede da 2ª Delegacia Seccional na região do Jardim Londres.
"Ele possuía um estúdio improvisado em sua residência e, para realizar as filmagens, conduzia as crianças a essa produtora independente aqui em Campinas. Ele deixava o celular ou uma câmera no estúdio, e entre os vídeos que foram recuperados do computador, identificamos imagens de crianças e adolescentes que estamos investigando para determinar se são vítimas que frequentaram o estúdio", explicou o delegado, ressaltando que o indivíduo assistia aos vídeos que fazia das crianças e adolescentes trocando de roupa. "São diversas as condutas que ele praticava e não há um modus operandi específico. Dependia muito de cada situação, ele encontrava uma brecha e buscava praticar esses abusos, sozinho".
Conforme declarado por Rocha, a próxima etapa da investigação se concentrará em elucidar os métodos pelos quais o filmmaker praticava esses crimes. Neste cenário particular, ele foi preso temporariamente em relação ao crime envolvendo seu ex-enteado. "É preciso apurar um pouco mais e ver se tem mais pessoas envolvidas. A princípio ele responderá por estupro de vulnerável e o registro de cena de sexo ou pornografia infantil", enfatizou.
O delegado Rocha também informou que a polícia dispõe de evidências que sugerem que o suspeito compartilhou o vídeo através do aplicativo WhatsApp, além de ter armazenado diversos arquivos contendo filmes, vídeos e fotos envolvendo crianças e adolescentes, incluindo cenas de sexo.