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Polícia pede a quebra do sigilo bancário do milionário morto em Hortolândia

Meta é descobrir para quem era feita a transferência bancária pelos criminosos no valor de R$ 3 milhões

Alenita Ramirez Correio Popular e Ana Caristina Andrade- Gazeta de Piracicaba
17/09/2022 às 11:52.
Atualizado em 17/09/2022 às 11:52
A delegada Juliana Ricci, da Delegacia de Homicídios da Deic de Piracicaba, responde à imprensa (Mateus Medeiros/ Gazeta de Piracicaba)

A delegada Juliana Ricci, da Delegacia de Homicídios da Deic de Piracicaba, responde à imprensa (Mateus Medeiros/ Gazeta de Piracicaba)

A delegada de Polícia Civil, Juliana Ricci, que atua à frente da Delegacia de Homicídios da Deic de Piracicaba, informou na sexta-feira (16) à tarde - em entrevista coletiva - que foi solicitada a quebra de sigilo bancário do milionário de Hortolândia, Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, que foi assassinado na última quarta-feira (14), após ser sequestrado e espancado.

A partir disso, de acordo com a delegada, será possível descobrir quem tentou efetuar o saque da conta do milionário da Mega Sena. Até o momento, de acordo com Juliana, oito pessoas foram ouvidas. Entre elas, dois sócios de Jonas, com os quais ele tinha uma empresa, cuja sociedade já havia sido finalizada.

Durante a coletiva, a delegada deixou claro que não divulgaria qualquer novidade, visto que isso poderia atrapalhar os trabalhos de investigação. Sobre a notícia de que um suspeito havia sido preso, a delegada negou que isso tivesse ocorrido. “Trouxemos pessoas de Hortolândia na viatura devido ao fato de estarmos trabalhando pela Deic em Piracicaba. Foi um meio mais fácil de locomoção para elas. Estamos trabalhando num tempo recorde para poder esclarecer o crime”, declarou.

“Como sou procurada o dia todo por órgãos de imprensa, e estamos trabalhando direto neste caso, não há como responder individualmente. Por isso, planejamos esta entrevista coletiva para que pudesse passar as informações a todos”, acrescentou.

Rotina era conhecida

Juliana também informou que a pessoa que praticou o crime devia conhecer a rotina do milionário e sabia, com precisão, o horário em que ele saía todas as manhãs para comprar pão e voltava para casa. Ele não tinha esposa, nem filhos e contava com um círculo de poucos amigos, amizades de longos anos.

As equipes da Deic vão estender as investigações, também, neste final de semana.

O velório e o enterro do corpo do ex-vendedor e um dos ganhadores do prêmio de R$ 47,1 milhões da MegaSena da Independência de 2020, Jonas Lucas Alves Dias, foram restritos a amigos próximos e parentes, no Memorial do Cemitério Parque Hortolândia. O enterro foi no Cemitério da Saudade, em Sumaré.

Para o velório, foi disponibilizado um ônibus para os amigos de Jonas. Todos receberam uma pulseira de identificação para ter acesso ao velório e convidados entraram por uma porta lateral.

O cortejo, que contou ainda com diversos carros, chegou ao cemitério da Saudade por volta das 13h10. Cerca de 50 pessoas participaram da cerimônia, que também foi restrita. Seguranças se mantiveram alerta em relação à aproximação de desconhecidos e da imprensa, que acompanharam a movimentação do lado de fora.

“O Jonas não via maldade nas pessoas, era muito simples. Ele ficou podre de rico e seguiu na mesma casa, com a mesma rotina”, comentou um amigo, que preferiu não se identificar.

Durante o período em que Jonas ficou sumido, foram encontrados um par de chinelos, um óculos quebrado e o boné que ele usava. Também foram realizados dois saques: uma transferência por PIX e uma tentativa de transferência bancária no valor de R$ 3 milhões.

Jonas foi enterrado no túmulo dos pais. Ele era o caçula de três irmãos vivos e solteiros, mas teria ainda outros irmãos que já morreram.

Dentre os vivos, a irmã seria a mais velha, com 68 anos. O irmão do meio tem 65 anos. “O Jonas tinha um bom convívio com os irmãos e gostava muito dos amigos que tinha no bairro onde morava. Era muito humilde e representa uma perda muito grande para nós”, disse uma prima, cujo nome foi preservado.

Segundo essa prima, Jonas tinha muita consideração pelos amigos, porém, ela não soube dizer se ele ajudou muitas pessoas no bairro. “Eu conheci o Jonas há 17 anos e durante este tempo, ele sempre foi uma pessoa muito humilde, dava atenção a todos. Espero pela Justiça Divina, pois ele não merecia o que aconteceu”, lamentou a auxiliar de limpeza, Maria Bernardete dos Santos.

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