Ao todo, foi recolhida e destruída mais de uma tonelada de produtos prontos e matérias-primas
Os produtos, tais como shampoo, condicionador, cremes para alisamento e máscaras corporais eram comercializados pela internet (Divulgação Policia Civil)
A Polícia Civil e a Vigilância Sanitária de Americana interditaram uma fábrica clandestina de cosméticos, anteontem à tarde, no bairro Antônio Zanaga. O local pertencia a um autônomo de 37 anos, que não tem formação técnica em manipulação de produtos de beleza, atuava no ramo há pelos menos dois anos e alegou para a polícia que a fórmula usada na produção foi feita com base em um sonho que teve. Os produtos, tais como shampoo, condicionador, cremes para alisamento e máscaras corporais eram comercializados pela internet, com preços em torno de R$ 100.
A operação, denominada "Beleza Tóxica", foi realizada pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) após o recebimento de uma denúncia. Ao todo, foi recolhida e destruída mais de uma tonelada de cosméticos prontos e matérias primas.
De acordo com a Prefeitura de Americana, o local funcionava de forma irregular, em uma estrutura improvisada na casa do suspeito, com galões, rótulos falsificados, embalagens plásticas, uma máquina de dosagem e um caldeirão utilizado na mistura das substâncias.
A linha de produção não tinha autorização dos órgãos de controle sanitário e, segundo a Vigilância Sanitária, a matéria prima não tinha procedência conhecida. A fábrica também não tinha alvará de funcionamento e os produtos eram produzidos sem qualquer autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo o delegado Fernando Fincatti, além de dizer que descobriu a fórmula através de sonhos, o homem também buscou instruções em vídeos da internet e experiências passadas em uma antiga empresa de cosméticos onde trabalhou.
Em depoimento, o autônomo também disse que as informações nos rótulos não correspondiam ao que estava dentro das embalagens, pois copiava os dados de outros produtos para parecer mais profissional.
De acordo com a polícia, o homem vai responder por crime contra as relações de consumo e contra a saúde pública. As investigações seguem para apurar o envolvimento de outras pessoas, a origem dos insumos utilizados e o papel das plataformas digitais na emissão de notas fiscais falsas. O material, ao todo 1,1 tonelada em produtos prontos para venda e matérias-primas como fragrâncias, óleos e outros ingredientes, foi descartado em um aterro sanitário municipal. "A Vigilância Sanitária alerta que os produtos representavam riscos à saúde pública, podendo causar irritações e dermatites graves. As investigações seguem em andamento tanto na esfera administrativa quanto na Polícia Civil", frisou a prefeitura em nota.
ANABOLIZANTES
Em dezembro do ano passado, policiais da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), de Campinas, prendeu um educador físico de 52 anos que produzia e vendia anabolizantes, uma prática ilegal que representa um risco severo à saúde coletiva. Durante a execução de mandados de busca, apreensão e prisão em três locais distintos, os agentes descobriram a fábrica clandestina em Nova Odessa, onde foram apreendidas mais de mil ampolas de anabolizantes.
O suspeito exercia a função de professor de musculação e proprietário de uma academia, na Vila Padre Anchieta. Os agentes descobriram o caso, após uma denúncia anônima que alertou sobre o comércio clandestino de esteroides. As investigações revelaram que o suspeito residia na Vila Padre Anchieta, em Campinas, mesmo bairro onde mantinha sua academia de musculação. Além disso, os agentes descobriram que ele havia alugado um imóvel no Parque Residencial Francisco Lopes Iglesia, em Nova Odessa, utilizado exclusivamente para a produção ilegal de anabolizantes.
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