Carga sem nota fiscal incluía itens para hemodiálise, tais como bolsas de sangue e outros insumos
A carga de material hospitalar, acondicionada em caixas sobre uma lona preta, encontrava-se parcialmente aberta, apresentando vazamentos (Divulgação)
A Polícia Civil de Indaiatuba realizou uma apreensão de produtos hospitalares na quarta-feira (6), durante uma operação para combater furtos e roubos de cargas, na entrada da cidade. A carga, que incluía itens como bolsas de sangue, estava sendo transportada ilegalmente, desprovida de nota fiscal e exposta ao sol escaldante na carroceria de uma caminhonete. A gerente comercial da empresa responsável pelo fornecimento desses materiais para o tratamento de hemodiálise foi detida em flagrante.
Segundo informações da Polícia Civil, a descoberta da irregularidade ocorreu durante a abordagem de uma caminhonete Fiat Strada preta, que circulava em alta velocidade pela Rua Ouro, nas proximidades do Polo Shopping.
A carga, acondicionada em caixas sobre uma lona preta, encontrava-se parcialmente aberta, apresentando vazamentos. Entre os insumos, como seringas, cateteres, agulhas, soro e bolsas de sangue, foram identificados dois frascos contendo substâncias corrosivas.
A carga pertencia à empresa DaVita, especializada em tratamento renal, com unidades em todo o Brasil, e tinha saído da unidade de Sumaré. O motorista, que não portava nota fiscal, foi detido e conduzido à delegacia. O delegado Clésio Silva de Oliveira Filho acionou representantes da empresa e a Vigilância Sanitária local para avaliar as condições do transporte.
"Chamamos a Vigilância porque a gerente informou que o transporte estava regular, mas vimos que haviam remédios que deveriam ser transportados com refrigeração, outros não poderiam nem sequer ser transportados daquela forma por serem corrosivos, serem ácidos", disse o delegado.
Os produtos em questão seriam destinados a diversas redes de tratamento de hemodiálise, incluindo uma empresa localizada nas dependências do Hospital Augusto Oliveira Camargo (HAOC).
Em nota, o HAOC informou que "inicialmente, esclarecemos que o hospital não foi informado oficialmente sobre o caso, tendo apenas conhecimento através das informações que chegaram pelos questionamentos da imprensa" e que na hipótese dos produtos estarem vinculados a uma empresa prestadora de serviços ligada ao HAOC, serão tomadas todas as medidas cabíveis para esclarecer os fatos e garantir que qualquer irregularidade seja devidamente investigada e punida.
A DaVita Tratamento Renal informou que abriu sindicância para apurar o descumprimento das normas estabelecidas pela empresa para o transporte de materiais e que reforça que "as práticas adotadas estão em desacordo com as políticas de segurança e qualidade definidas pela empresa, que preza pelo seguimento rigoroso de todas as normas e diretrizes estabelecidas pelas autoridades sanitárias para acondicionamento, transporte e manuseio de medicamentos, materiais e equipamentos médicos".
Ainda conforme a DaVita, a empresa trabalha junto com as autoridades para esclarecer o caso que fará uma revisão de processos internos para reforçar as boas práticas e ampliação de medidas preventivas contra possíveis desvios de conduta.