Polícia Civil tenta esclarecer assalto na Rua Piracicaba

Um assalto ocorrido na noite do último sábado na Rua Piracicaba, no Jardim Novo Campos Eliseos, em Campinas, gerou controvérsias devido às discrepâncias nos relatos de horários, depoimentos de testemunhas e divergências quanto à cor do veículo utilizado no resgate de dois jovens de 18 anos, que afirmam terem sido vítimas de balas perdidas durante o roubo. Conforme as declarações prestadas à polícia pelos jovens, o assalto teria sido dirigido a um motociclista que, ao reagir, disparou múltiplas vezes contra os criminosos, que conseguiram escapar. No entanto, uma testemunha assegura que a dupla, na realidade, agrediu a vítima, sendo esta defendida por diversos motoristas, culminando em disparos durante o tumulto.

O caso foi oficialmente registrado como roubo na 2ª Delegacia Seccional de Campinas, e a dupla foi mencionada como vítima no boletim de ocorrência. Segundo o relato dos supostos "ofendidos" à polícia, eles caminhavam pela Rua Piracicaba quando presenciaram dois criminosos a pé tentando abordar um motociclista que havia parado no semáforo. Alegam que a vítima sacou uma arma e efetuou vários disparos contra os assaltantes, que conseguiram escapar. Contudo, os tiros teriam atingido a dupla que passava pelo local no momento da abordagem.

Após os disparos, o motociclista teria fugido, e as duas supostas "testemunhas", feridas, atravessaram a rua, sendo socorridas por um condutor de um Fiat Palio prata que passava pelo local e as levou até o Hospital Ouro Verde, onde foram deixadas. Um dos rapazes foi atingido no braço, enquanto o outro no tórax.

Em decorrência dos disparos que atingiram os jovens, o hospital acionou a Polícia Militar (PM), que despachou uma equipe para a unidade por volta da 1h da madrugada do domingo. Enquanto os policiais realizavam o registro, outra equipe da PM, em patrulhamento pela região do Campo Belo, localizou um Fiat Palio Attractive de cor cinza na Rua Dr. Mário Januário Matallo. O veículo estava abandonado, apresentando manchas de sangue nos bancos. A verificação da placa revelou que o automóvel havia sido roubado em Hortolândia por volta das 23h15.

O carro exibia sinais de violência, com o airbag acionado, lado direito traseiro danificado, rodas dianteiras quebradas e vestígios de cervejas no interior, além das mencionadas manchas de sangue nos assentos. Segundo o proprietário, o roubo ocorreu no bairro Firenze, nas proximidades da faculdade Unasp, enquanto ele e sua esposa retornavam de uma festa de aniversário de 15 anos da filha de um amigo. O casal, parado no semáforo, foi abordado por três criminosos a pé, um deles portando arma de fogo. A ação, rápida, foi capturada por câmeras de segurança.

O proprietário e sua esposa entregaram o veículo sem reagir. "Chegamos em casa e registramos um boletim de ocorrência eletrônico. Felizmente, não sofremos nenhum dano. Na madrugada, recebi uma ligação da Polícia Militar informando que haviam localizado meu carro", relatou.

Durante o plantão na 2ª Delegacia Seccional, o casal não conseguiu identificar as duas "testemunhas" baleadas como os autores do assalto, considerando a rapidez da ação.

TESTEMUNHAS

Diante da ausência de relatos do assalto ao motociclista e da falta de registro da queixa por parte dessa vítima à polícia, a dupla foi oficialmente categorizada como vítima do incidente. No entanto, uma mulher procurou o repórter Barba Azul, relatando que, por volta das 22h30 do sábado, estava em um veículo de transporte por aplicativo na Rua Piracicaba. Na ocasião, testemunhou dois homens armados com faca abordando um motoboy no semáforo, resultando em sua queda.

Outros motoristas que passavam pelo local reagiram, confrontando a dupla, o que culminou em disparos. A testemunha afirmou que o motorista do veículo acelerou, deixou o local e prontamente informou a polícia.

O caso agora está sob investigação do 6º Distrito Policial (DP) de Campinas. Devido à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a reportagem não teve acesso às informações sobre o estado de saúde da dupla envolvida no incidente.

A polícia está empenhada em esclarecer a relação entre o Palio roubado em Hortolândia durante o assalto, as duas "testemunhas" baleadas e se, de fato, elas podem ser consideradas testemunhas confiáveis. A reportagem apurou que ambas têm histórico criminal.

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