CRIMES DE ÓDIO

Polícia apresenta arsenal de grupos neonazistas e racistas

Os policiais também apreenderam dispositivos eletrônicos como celulares e computadores

Alenita Ramirez/[email protected]
21/06/2025 às 15:32.
Atualizado em 21/06/2025 às 15:32
Foram apreendidas armas brancas, como facas, machadinha, canivetes, espadas e socos-ingleses, além de sprays e fardamento militar (Divulgação)

Foram apreendidas armas brancas, como facas, machadinha, canivetes, espadas e socos-ingleses, além de sprays e fardamento militar (Divulgação)

Buscas realizadas pela Polícia Civil de Belo Horizonte e de Campinas contra um grupo criminoso suspeito de disseminar em uma rede social discursos neonazistas, supremacistas e de ódio contra grupos marginalizados, na última terça-feira, resultaram na apreensão de diversas armas brancas, como facas, machadinha, canivetes, espadas, socos-ingleses, balestras (arco e flecha), barraca de acampamento, spray de pichação, fardamento paramilitar, algemas, arma de airsoft e isqueiros em formato de granada de mão. Os policiais também apreenderam dispositivos eletrônicos, como celulares, computadores, pen drives, videogames e máquinas digitais.

Além desses itens, nos endereços alvos das buscas foram encontrados livros com temáticas militares, sobre Adolf Hitler e armas de fogo, assim como caderno com anotações de símbolos nazistas (suástica) e emblema contendo o retrato falado de Theodore Kaczinsky (terrorista norte-americano preso por matar diversas pessoas com envio de cartas bomba).

De acordo com a polícia mineira, responsável pela investigação, a ação resultou na prisão preventiva de cinco homens, com idades entre 18 e 20 anos. A operação, intitulada Overlord, teve como alvo uma célula neonazista atuante nos dois estados.

As ordens de busca e apreensão e prisão foram realizadas nas cidades mineiras de Nova Lima e Poços de Caldas e em Campinas, conforme o Correio Popular publicou na edição de quarta-feira.

Segundo os agentes, as investigações tiveram início em dezembro de 2023, após informações repassadas pela Homeland Security Investigations - da embaixada dos Estados Unidos em Brasília. Naquele ano, o suspeito de liderar a célula nazista, de 20 anos, foi preso em Belo Horizonte. Ele é apontado como responsável por coordenar a atuação dos comparsas nos demais municípios, organizando e planejando ações de inteligência e contrainteligência.

A célula investigada estaria envolvida em atos de apologia ao nazismo na internet, discriminação de grupos minoritários e discursos de ódio. Além disso, realizavam atos extremistas nos municípios de Belo Horizonte, Nova Lima, Poços de Caldas e Campinas, com a pichação de emblemas nazistas em edificações, veiculação de cartazes antissemitas, enfrentamento e agressões de grupos minoritários, como a população LGBTQIA+ e os chamados antifas (denominação dada pelos investigados ao grupo de pessoas que se opunham ao fascismo).

Ainda segundo apurado, alguns integrantes da célula neonazista buscavam angariar capital para subsidiar suas ações, tanto pelo comércio virtual de emblemas neonazistas, gerados por impressoras 3D, como por meio do tráfico de drogas. Overlord é uma referência a operação oficial de invasão da Normandia, liderada pelos Aliados, em 1944, e que impôs significativa derrota das tropas de Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial, representando ofensiva decisiva contra o regime nazista.

Segundo a polícia mineira, as apurações prosseguem, sobretudo para a análise do material apreendido nessa fase da investigação. 

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