Semana do Meio Ambiente

Polícia Ambiental faz operação para conter infrações no Estado de SP

Iniciativa começou nesta quarta-feira e prosseguirá até o próximo dia 5 junho

Isadora Stentzler
02/06/2022 às 09:34.
Atualizado em 02/06/2022 às 09:34
Segundo o 5º Batalhão da PMA, em Campinas, que atende 168 cidades, de janeiro a maio de 2022 foram atendidas uma ocorrência a cada três horas e meia (5º Batalhão de Polícia Militar Ambiental)

Segundo o 5º Batalhão da PMA, em Campinas, que atende 168 cidades, de janeiro a maio de 2022 foram atendidas uma ocorrência a cada três horas e meia (5º Batalhão de Polícia Militar Ambiental)

A Polícia Militar Ambiental (PMA) deflagrou nesta quarta-feira (2) a operação “Semana do Meio Ambiente”, com foco no combate a infrações ambientais e na promoção de ações relacionadas à restauração ecológica. As ações vão até o próximo dia 5 deste mês e serão realizadas, simultaneamente, pelos batalhões de Polícia Militar Ambiental de todo o Estado de São Paulo. 

Durante esse período serão intensificadas as atividades do policiamento ambiental voltadas à proteção dos recursos naturais, como prevenção às queimadas, pesca predatória, desmatamento, caça, tráfico de animais silvestres, tráfico de drogas e porte ilegal de arma.

Os policiais ambientais também realizarão vistorias, nos Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental (TCRA), em áreas com relevância ambiental, principalmente de mananciais, já autuadas pelo policiamento e onde os responsáveis haviam se prontificado administrativamente a recuperar o dano causado na área atingida. 

A região ainda dispõe de 20 Unidades de Conservação de Proteção Integral e 15 Unidades de Conservação de Uso Sustentável que devem receber maior atenção nesse período. 

Educação

Em outra frente, estão previstas palestras na rede estadual de ensino, com atividades de plantio de mudas e restauração ecológica de áreas especialmente protegidas em todo o Estado de São Paulo. 

Segundo subcomandante da PMA, o major Júlio César, as ações vão ao encontro das celebrações dos 50 anos da Conferência de Estocolmo, que designou o dia 5 de junho como o Dia Mundial do Meio Ambiente. “Desde o ano passado estamos mais voltados aos impactos das mudanças climáticas, por isso, é necessário trabalhar para o que causa maior dano ambiental. Precisamos da colaboração da população para conseguir o efeito esperado, por isso vamos desenvolver, nesta semana, atividades de educação ambiental: investindo na criança conseguimos sensibilizar o adulto. Pois o valor em dinheiro não recupera o meio ambiente, o que recupera são nossas ações”, frisou. 

Balanço 

De acordo com os dados do 5º Batalhão da PMA, sediado em Campinas, e que atende 168 municípios, de janeiro a maio deste ano foram atendidas 1.031 ocorrências – uma a cada três horas e meia. 

A maioria, 55,4% dos registros, foram de crimes contra a flora, que somaram 572 casos. Dentro dessa categoria, incluem-se aqueles contra a natureza, seja por extração ilegal de árvores ou mesmo construções em áreas de preservação permanente, que compreende o espaço de 30 metros às margens de rios e mananciais e a degradação dessas áreas, que impede o crescimento natural da vegetação. Por meio de monitoramento via satélite, os policiais conseguem identificar esses locais e autuar os responsáveis. Somente em multas, o Batalhão aplicou o equivalente a R$ 2.615.576,56 no período analisado.

Em relação a crimes contra a fauna, foram 312 ocorrências. De acordo com o major Júlio César, o crime que mais incide nesta categoria são os de caça irregular, seguido de cativeiro. As multas, nos quatro primeiros meses do ano, atingiram R$ 1.998.487,26.

A região possui um histórico de caça para fins comerciais, em que são preferidas aves de canto. Uma vez caçadas, elas são comercializadas em mercados clandestinos, com alta incidência desse crime registrado na região Sudoeste.

As principais aves que são alvos são as das espécies comumente conhecidas como bigodinho, trinca-ferro, canário da terra, azulão (espécie ameaçada em extinção), sabiá, papagaio e arara.

“Já identificamos uma rota de traficantes, que fazem a captura e depois fazem a venda. Além disso, há casos em que as aves são capturadas em outros estados e são trazidas ao Estado de São Paulo por meio de rodovias federais”, apontou o major.

Para critério de comparação, uma ave como o papagaio custa em torno de R$ 5 mil, já em vias clandestinas ela chega a custar menos da metade desse valor: até R$ 1 mil. Dentro desse crime ainda há o agravante do cativeiro. Geralmente as condições dadas a esses animais são degradantes, o que faz com que o crime se torne ainda mais grave.

A corporação ainda atua em uma terceira frente de combate, que é contra os chamados crime contra a fauna ictiológica, relacionado a todo tipo de ocorrência contra a vida aquática. De menor expressão, foram 147 registros entre janeiro e maio, o que compreende casos de pesca ilegal. As multas para esses crimes somaram R$ 106.969,26. 

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