MODERNIZAÇÃO

PM planeja terceirizar serviço de emergência 190 do Copom

Coronel Leão, novo comandante do CPI-2, antecipa medida com exclusividade ao Correio Popular

Alenita Ramirez/ [email protected]
16/04/2023 às 10:15.
Atualizado em 16/04/2023 às 10:15
Policiais militares atuando na Central de Operações da Polícia Militar (Copom), do Comando de Policiamento do Interior-2 (CPI-2) (Alessandro Torres)

Policiais militares atuando na Central de Operações da Polícia Militar (Copom), do Comando de Policiamento do Interior-2 (CPI-2) (Alessandro Torres)

O serviço de atendimento de emergência realizado na Central de Operações da Polícia Militar (Copom), do Comando de Policiamento do Interior-2 (CPI-2), em Campinas, poderá ser terceirizado até final deste ano. O anúncio foi feito pelo novo comandante, coronel Adriano Augusto Leão, que assumiu o posto no dia 23 de março e falou com exclusividade ao Correio Popular nesta semana. Segundo o comandante, o sistema de terceirização seguirá os moldes existentes na Capital, Osasco e São José dos Campos, que vem sendo implantado desde 2015, no Estado de São Paulo. Nele, é contratado uma empresa de Call Center, que fornece atendentes para fazer o serviço que hoje é feito por policiais militares.

"O objetivo é ampliarmos a nossa capacidade de atendimento através da contratação de uma empresa, com funcionários civis, que faça o atendimento telefônico 190. Esses trabalhadores passarão por treinamento e com isso aumentaremos a nossa mão de obra especializada. Ou seja, com a terceirização, conseguimos manter mais policiais que são formados para atendimento de ocorrência na rua", justificou o comandante.

O projeto de terceirização do serviço de atendimento de emergência, pelo telefone 190, do CPI-2 ainda está em andamento na Secretaria de Segurança Pública (SSP), segundo o comandante, mas deve ser finalizado até o final deste ano, inclusive com a licitação da empresa responsável pelo trabalho.

O projeto-piloto começou no CPI-1, na Capital em 2015 e depois se estendeu para Osasco e São José dos Campos (no ano passado).

O CPI-2 abrange 38 municípios que integram as regiões de Campinas, Jundiaí, Bragança Paulista e Mogi Guaçu. O número de policiais militares que atendem a estas cidades não foi divulgado por uma questão de segurança, assim como os que trabalham no Copom, conforme do comandante.

"A maior parte dos policiais deverá ir para atividade operacional e os demais ficarão na supervisão do 190. Esses funcionários terceirizados receberão instruções básicas de primeiros socorros, por treinamento, e vão fazer o atendimento primário, como o cadastramento que gera a ocorrência. Esse cadastro será enviado para o policial militar que vai fazer o despacho para a viatura. Os casos mais graves serão atendidos por militares", explicou o coronel Leão.

Além de liberar policiais para serviço na rua, a terceirização também tem como proposta diminuir o tempo de chegada do socorro até a ocorrência.

O CPI-2 recebe atualmente 7,5 mil ligações diárias, dessas quase 26,7% são originadas para o Corpo de Bombeiros. "É importante ressaltar que, das mais de sete mil ligações que a CPI-2 recebe, 10% são trotes. Isso porque deu uma boa diminuída em relação a anos anteriores, mas isso gera um gasto social. Toda ligação perdida com trote impede que uma situação real de emergência seja atendida", disse o comandante.

Formado pela Academia de Polícia Militar Barro Branco em 1994, o coronel Leão é campineiro e atuou na metrópole, especialmente no 8º Batalhão de Policiamento Militar do Interior (BPMI), entre fevereiro de 1996 a maio de 2022, onde exerceu todas as funções. Entre maio do ano passado e março deste ano, ele ficou à frente da Central de Policiamento de Área Metropolitana (CPAM-8), na região de Osasco. 

"É um retorno para casa, vamos dizer assim. Campinas, é a região onde fiz carreira, onde nasci. Aqui tenho família e conhecemos as pessoas, as dificuldades que se apresentam na região. Temos 38 municípios subordinados ao comando e, claro, os problemas de cada um, são um pouco diferentes em cada região. Temos cidades bastante pequenas como por exemplo Tatuí, e cidades conurbadas que trazem outros tipos de problemas. Mas de forma geral, o trabalho da Polícia Militar está focado em alguns pilares e o nosso papel é prevenir crimes. A Polícia Militar é parte de um sistema e se todo o sistema estiver bem integrado teremos bom resultado", frisou.

Para o coronel, uma cidade segura só depende da proximidade da comunidade e da integridade das forças de segurança e do Poder Público, e isso se consegue através do fortalecimento dos trabalhos dos conselhos comunitários de segurança e do programa vizinhança solidária. "O trabalho de integração com a polícia e conselho tem dado muito resultado, mas ainda tem muito a ser ampliado para termos mais ganhos. Tem que haver uma integração mais forte com todos esses órgãos, seja do município, do estado, com a comunidade e a sociedade civil. A integração é o caminho para que nós possamos potencializar os nossos resultados positivos das forças do bem. E o nosso objetivo é fortalecer ainda mais essa integração", enfatizou.

Leão também destacou trabalhos que vêm sendo desenvolvidos pelo estado para ampliar a segurança nas cidades paulistas como o programa de "Muralha eletrônica estadual", com o uso da tecnologia, através de câmeras de vigilância. Para a região, o comandante do CPI-2 destacou ainda o trabalho preventivo e operações conjuntas das forças de segurança locais e o Ministério Público para combater as organizações criminosos e os crimes violentos como homicídios e violência contra mulher. 

"O trabalho de integração tem que ser diário. Pois ela faz a diferença. Você pode ter uma força do município, do estado, da união, com todo o recurso possível, mas se não tiver uma interação entre si, a esses pontos em que se interligam, o resultado não vai ser o melhor", destacou.

Coronel Adriano Augusto Leão, que assumiu o Comando de Policiamento do Interior-2 (CPI-2) (Alessandro Torres)

Coronel Adriano Augusto Leão, que assumiu o Comando de Policiamento do Interior-2 (CPI-2) (Alessandro Torres)

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