EM PIRACICABA

PM confessa autoria dos disparos em ‘Festa do Fervo’

Suspeito se apresentou na delegacia, depôs e foi encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes, na Capital

Da Redação
23/11/2022 às 08:37.
Atualizado em 23/11/2022 às 08:37

A delegada titular da Deic de Piracicaba, Juliana Ricci, (à esq.) durante a coletiva com a imprensa sobre o caso (Mateus Medeiros)

Um policial militar de 25 anos, que não teve o nome divulgado, apresentou-se à Polícia Civil como o autor dos disparos que mataram dois jovens e feriram outros dois, durante uma festa sertaneja, denominada "Festa do Fervo”, no último domingo, 20, em Piracicaba

O PM compareceu à delegacia na terça-feira (22), acompanhado de advogado e prestou depoimento. Ele teve a prisão temporária decretada pela Justiça e foi levado para o Presídio Militar Romão Gomes, na Capital.

Os detalhes do depoimento não foram revelados pela Polícia, sob a alegação de que as investigações prosseguem. O que se sabe é que o atirador havia sido identificado por meio das imagens feitas na festa e sua apresentação para prestar depoimento já era esperada. 

No evento sertanejo, ele estava acompanhado da esposa e de um amigo, todos policiais. Conforme testemunhas, os disparos foram realizados depois que uma das vítimas interferiu em uma discussão.

A delegada titular da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba, Juliana Ricci, informou que as declarações dadas pelo suspeito estão sendo confrontadas com outros depoimentos e com as imagens obtidas do cenário dos crimes - além de vídeos, mais de 500 fotos foram colocadas à disposição da Polícia. A delegada ainda aguarda os laudos da perícia para concluir as investigações.

O caso

Os crimes aconteceram durante o show da dupla sertaneja Hugo & Guilherme, que reuniu aproximadamente 4 mil pessoas, em um recinto de festas, no distrito Unileste. Os tiros disparados pelo policial atingiram mortalmente a estudante de Odontologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Heloise Magalhães Capatto, de 23 anos, e o jovem Leonardo Victor Cardozo, de 26. 

Outros dois jovens foram feridos, um deles de raspão. Os tiros causaram tumulto e o atirador deixou o local sem ser barrado pelos seguranças do evento.

A defesa do acusado confirmou que ele é policial militar em São Paulo e que, "em respeito à ética profissional", não poderia dar mais informações sobre o ocorrido. 

O policial militar, que não tem antecedentes criminais, alegou ter ocorrido um empurra-empurra, momento em que sua arma teria caído no chão. Ao recuperá-la, segundo falou para a delegada Juliana Ricci, algumas pessoas partiram para cima dele e, na tentativa de se defender, ele atirou

Toda a versão dada por ele, de acordo com a delegada, será analisada, juntamente com laudo pericial, além de exame nas cápsulas recolhidas no local do evento e outros exames. Conforme a Polícia, o suspeito deverá responder por dois homicídios qualificados e duas tentativas de homicídio.

No domingo, logo após os disparos efetuados pelo acusado, os organizadores do evento sertanejo emitiram um nota informando que prestavam solidariedade às vítimas e familiares e que se colocavam à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos necessários. Heloise Magalhães Capatto foi sepultada na segunda-feira em Elias Fausto, sua cidade natal.

"Solidarizo-me com as famílias que tiveram as vidas de seus filhos ceifadas, mas a resposta que nós, enquanto policiais, poderíamos dar à sociedade era a prisão do responsável e isso nós já fizemos", disse a delegada terça, durante entrevista coletiva. Legalmente, ele poderia estar armado porque a lei garante o porte de arma em qualquer local do território brasileiro para todos os policiais. 

Da sede da Deic (Divisão Especializada em Investigações Criminais), no banco de trás de uma viatura da Corregedoria da PM de São Paulo, o policial foi levado ao presídio Romão Gomes, na capital, para cumprir os primeiros 30 dias de prisão temporária. Segundo o coronel da PM, Willians de Cerqueira Leite Martins, um Conselho de Disciplina vai apurar a conduta do militar. 

O delegado Kleber Antonio Altale, diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior Nove (Deinter-9), e o promotor de Justiça Aloísio Antonio Maciel Neto também acompanham o caso. 

(Com Estadão Conteúdo e Gazeta de Piracicaba)

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