Imagens de câmera de vigilância mostram o momento exato em que a vítima vai a nocaute na rua A Guarda Civil Municipal
Imagem capturada por câmera de vigilância mostra o momento que o policial militar desfere um soco no rosto da mulher, que cai desmaiada e posteriormente é algemada e conduzida à delegacia. (Captura de vídeo)
Um caso chocante de violência policial foi registrado em Campinas, causando indignação nas redes sociais. Uma mulher de 48 anos, que possuía medida protetiva contra seu ex-companheiro, foi agredida por um policial militar em serviço. O episódio ocorreu quando a vítima solicitou ajuda para retirar o agressor de sua residência, no Jardim Santa Amália. Surpreendentemente, a equipe policial enviada para auxiliá-la acabou por transformá-la em suspeita de lesão corporal e resistência. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) já iniciou a investigação deste caso, que não é isolado. Neste mês, dois outros casos envolvendo violência de policiais militares causaram polêmica. Um deles foi de um policial que jogou um homem do alto de uma ponte no bairro Vila Clara, localizado na Zona Sul em São Paulo.
A agressão policial em Campinas ocorreu no dia 21 de outubro, por volta das 18h, mas o caso só veio a público recentemente, após uma série de atos de brutalidade por parte de alguns membros da corporação motivar a vítima a denunciar a violência. A vítima, que se separou há cerca de dois meses, enfrentava a invasão de seu ex-companheiro, com quem manteve um relacionamento por quase 25 anos. A filha do casal, de 21 anos, estava presente no momento e ficou assustada com a chegada da polícia. Uma discussão começou quando os agentes entraram na residência, com a filha se opondo à possível prisão do pai.
Sentindo-se desprotegida, a vítima decidiu sair para a rua em busca de testemunhas. Foi neste momento que um dos policiais se exaltou e a agrediu, conforme relatado pela advogada Thais Cremasco, cofundadora do movimento Mulheres pela Justiça. O vídeo que circula nas redes sociais mostra a sequência da agressão, com a mulher conversando com os policiais antes de ser violentamente golpeada no rosto por um terceiro agente que se juntou ao grupo. "A filha não queria que prendesse o pai e a moça se voltou contra a mãe. Vendo a mãe que os policiais também estavam contra ela, ela decidiu sair do imóvel e ir para a rua, onde tinha pessoas que pudessem testemunha qualquer coisa. E foi aí que um policial se exaltou e agrediu a mulher", contou Thais Cremasco.
Somente na semana passada, a dona de casa encontrou coragem para buscar ajuda do coletivo de mulheres e contar sua história. Thais Cremasco ressalta que, embora a maioria dos policiais não tenha atitudes semelhantes, houve um aumento de 40% na violência policial neste ano. A jurista enfatiza que a vítima sofreu uma dupla violência: primeiro com a invasão do ex-companheiro e, em seguida, com a agressão do policial que deveria protegê-la. "A vítima foi para o hospital algemada e os policiais foram na delegacia e deram apenas a versão deles. A Polícia Civil não ouviu a vítima. Ela não foi presa, mas foi ameaçada pelo policial e até hoje não deu sua versão por medo", explicou a jurista.
A vítima sofreu uma agressão brutal, tendo seu rosto pressionado contra o chão com tamanha força que perdeu momentaneamente a visão e a audição, chegando até a desmaiar. Preocupados com a gravidade da situação, vizinhos prontamente solicitaram a presença do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para prestar os primeiros socorros. Após o atendimento médico inicial, a mulher foi conduzida à delegacia pelos mesmos policiais envolvidos no incidente.
Em resposta ao ocorrido, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) emitiu uma nota oficial, comprometendo-se a investigar a conduta dos policiais envolvidos. Paralelamente, o Comando de Policiamento do Interior 2 (CPI-2) assegurou que, assim que os agentes forem identificados, serão imediatamente afastados de suas funções para que uma apuração minuciosa seja realizada.
Contrastando com o relato da vítima, a versão apresentada pelos policiais alega que foram acionados por vizinhos que ouviram uma intensa discussão na residência. Ao chegarem ao local, teriam encontrado a filha da vítima sentada na calçada. Segundo o registro policial, a mulher teria agredido a própria filha, jogado álcool nela e ameaçado acender um isqueiro. Os agentes também afirmam que a mulher tentou agredir um dos policiais e os desacatou, declarando que "não tinha homem para colocar a mão nela" após ser informada que seria levada à delegacia.
Este incidente não é um caso isolado neste mês. Recentemente, dois outros episódios envolvendo policiais militares geraram considerável polêmica. Um deles ocorreu na Zona Sul de São Paulo, no bairro Vila Clara, onde um policial arremessou um homem do alto de uma ponte. O outro caso, igualmente chocante, aconteceu em Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo, onde uma idosa de 63 anos foi violentamente agredida por um policial militar durante uma abordagem em sua residência no Jardim Regina Alice. Este último incidente foi registrado em vídeo por testemunhas, mostrando a mulher com o rosto ensanguentado após a ação policial.