CORRUPÇÃO

PF deflagra operação contra fraudes no INSS

Investigação começou em 2019 após prisão em flagrante de servidor

Da Redação
24/08/2023 às 10:40.
Atualizado em 24/08/2023 às 10:40
A PF ainda não tem uma estimativa de quanto foi o prejuízo causado (Divulgação)

A PF ainda não tem uma estimativa de quanto foi o prejuízo causado (Divulgação)

A Polícia Federal deflagrou quarta-feira (23), em Campinas, a Operação Teleworking que apura crimes contra o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A investigação começou em 2019, quando um exservidor do INSS foi preso em flagrante por corrupção passiva. A partir da análise dos dados dessa prisão, feita pelo Núcleo de Inteligência da Coordenação Geral da Inteligência Previdenciária do Ministério da Previdência Social, foram observados indícios de crimes como a inserção de dados falsos no sistema de informações, a própria corrupção passiva, advocacia administrativa e ainda a suspeita de envolvimento de outra pessoa, que teria praticado corrupção ativa. Segundo informações divulgadas pela PF, dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em dois endereços na cidade, um residencial e outro comercial.

Ainda, durante a investigação, foi constatado que o exservidor atuou diretamente em 248 procedimentos administrativos, durante os anos de 2015 a 2019. De acordo com a Polícia Federal, em ao menos 39 já estão comprovados indícios de fraude. A PF ainda não tem uma estimativa de quanto prejuízo foi causado no INSS pela prática. Na ocasião, o suspeito foi preso em flagrante e solto no dia 17 de julho do mesmo ano (2019).

O nome da operação é uma alusão ao meio utilizado pelos investigados, remetendo aos diálogos que mantinham via WhatsApp, com direcionamento das práticas de facilidades para a concessão fraudulenta de benefícios previdenciários, seja por meio de inserção de dados falos no sistema do INSS, atendimentos sem agendamento ou mesmo ausência de documentação comprobatória.

Ainda em 2019, outro caso envolveu o INSS em Campinas. Criminosos se passaram por funcionários do INSS, ligaram para beneficiários e segurados e informam que o INSS está enviando um cartão bloqueado e que ao receber a pessoa deve entregar cópias de documentos e a senha digital. O objetivo era pegar a senha e o número de segurança do cartão da vítima para usar em cartão clonado para saques. Na ocasião, o INSS disse que não fazia tal procedimento e que a emissão dos cartões de pagamento era de responsabilidade dos bancos.

Nove denúncias foram feitas de dezembro a março no 13º DP naquele ano. Não havia levantamentos de quanto os criminosos faturaram com os golpes. Em nota, o INSS informou que os dados e informações de segurados e beneficiários são de caráter sigiloso e que adota, permanentemente, políticas no sentido de garantir a segurança das informações constantes nos bancos de dados. “O INSS alerta que o aposentado ou pensionista nunca deve entregar o cartão ou a senha do banco a terceiros, nem mesmo para parentes e amigos, assim como deve cuidar de seus dados previdenciários”, citava a nota.

“O segurado que for vítima de algum golpe ou detectar irregularidades nos contatos e nos descontos em folha deve cadastrar imediatamente sua manifestação na Ouvidoria do INSS por meio da Central de Teleatendimento 135 ou pelo Portal do INSS", emendou. Segundo o instituto, em caso de perda, furto ou roubo, a pessoa deve fazer imediatamente um boletim de ocorrência, para se resguardar de eventuais fraudes no benefício. 

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