JULGAMENTO

Padrasto é condenado pela morte de enteado

Laudo aponta existência de múltiplas lesões contundentes

Alenita Ramirez/[email protected]
04/06/2025 às 16:44.
Atualizado em 04/06/2025 às 16:44
O adolescente Luiz Felipe Darulis, de 12 anos, foi sepultado em abril do ano passado, em Monte Mor, após ser assassinado pelo padrasto, o ex-professor da rede estadual Cirilo Abe Barreto. A condenação do réu a 25 anos de prisão em regime fechado foi divulgada pelo Ministério Público nesta semana (Divulgação)

O adolescente Luiz Felipe Darulis, de 12 anos, foi sepultado em abril do ano passado, em Monte Mor, após ser assassinado pelo padrasto, o ex-professor da rede estadual Cirilo Abe Barreto. A condenação do réu a 25 anos de prisão em regime fechado foi divulgada pelo Ministério Público nesta semana (Divulgação)

O ex-professor da rede estadual de educação, Cirilo Abe Barreto, de 47 anos, foi condenado a 25 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato do enteado, Luiz Felipe Darulis, então com 12 anos, em abril do ano passado, em Monte Mor. O julgamento aconteceu no último dia 29 e a sentença divulgada anteontem pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Ainda cabe recurso, mas Barreto, que está preso desde o ano passado, não pode recorrer da decisão em liberdade. 

Segundo a promotoria, o juiz Gustavo Nardi fixou a pena levando em conta "a qualificadora de meio cruel e o agravante de a vítima ter menos de 14 anos, este estabelecido pela Lei Henry Borel". "Os autos da ação penal apontam que, em 27 de abril de 2024, no Jardim Campos Dourados, o réu ordenou que a vítima fizesse exercícios de agachamento como forma de punição. Por considerar que o adolescente não estava seguindo suas ordens de maneira adequada, o homem passou a agredi-lo nas pernas usando um pedaço de madeira, desferindo golpes também em outras partes do corpo", destacou o MP, em nota. 

Luis Felipe morreu no Hospital Beneficente Sagrado Coração de Jesus após ser socorrido com a chegada da mãe que estava trabalhando. O laudo necroscópico apontou a existência de "múltiplas lesões contundentes". 

O adolescente foi agredido pelo padrasto com golpes de ripas de madeira e obrigado a fazer agachamento como "corretivo" por uma desobediência. Depois de ser espancado e fazer o exercício, o garoto teria falado para o ex professor que estava passando mal, mas o homem achou que era manha. O menino ficou deitado no sofá até a chegada da mãe, que é podóloga e estava trabalhando. Ela viu o filho desmaiado e tentou reanimá-lo, com a ajuda do companheiro. Como não conseguiram, chamaram o socorro da ambulância municipal que o levou para o hospital. A vítima não resistiu e foi a óbito. Na época, o padrasto foi preso em flagrante no hospital, após o médico constatar a agressão e chamar a Guarda Civil Municipal (GCM). 

Luiz Felipe era aluno do 6º ano da Escola Municipal San Remo e era tido como simpático, querido e sorridente. Na época, o professor Antônio Gonçalves relatou que o garoto nunca reclamou sobre qualquer agressão do padrasto, mas aos colegas teria dito que o padrasto não gostava dele e dependendo do que acontecia, sempre era ameaçado e apanhava. 

O delegado Fernando Bueno de Castro, que presidiu as investigações, na época investigou denúncia de suposta homofobia. Colegas da sala de Luiz Felipe falaram que o menino afirmava com convicção a orientação sexual dele e, além de brincar com bonecas, ele usava pulseiras. Inclusive, os amigos fizeram questão de colocar sobre o caixão as bonecas que ele gostava de brincar.

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