Gaeco e Baep

Operação contra o tráfico de drogas prende cinco pessoas em Jaguariúna

Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em casas, condomínios de luxo e apartamentos

Alenita Ramirez/ [email protected]
03/12/2022 às 09:29.
Atualizado em 03/12/2022 às 09:29
Capitão Paulo César Salgado, o tenente-coronel André Luiz Pereira e o promotor Marcos Tadeu Rioli durante a coletiva (Rodrigo Zanotto)

Capitão Paulo César Salgado, o tenente-coronel André Luiz Pereira e o promotor Marcos Tadeu Rioli durante a coletiva (Rodrigo Zanotto)

Cinco pessoas foram presas em flagrante na manhã de sexta-feira (2), em Jaguariúna, durante uma operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e 1º Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar (Baep) contra o tráfico de drogas e o crime organizado na cidade.

Cinco armas, duas delas fuzis de origem norte-americana, diversas munições, R$ 182 mil em espécie, uma máscara e entorpecentes foram apreendidos. A ação foi deflagrada a partir de oito mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça para casas, condomínios de luxo e apartamentos.

Denominada “Onça Preta” – alusão à origem do nome da cidade -, a operação se propôs a coletar documentos e equipamentos eletrônicos para que os promotores aprofundem a investigação que visa a identificar os integrantes do grupo criminoso que comanda o tráfico de drogas em Jaguariúna.

De acordo com o comandante do Baep, o tenente-coronel André Luiz Pacheco Pereira, e o promotor público Marcos Tadeu Rioli, a apuração pretende identificar pessoas que são consideradas “braço direito” dos traficantes, como os chamados “gerentes”, que estão em um escalão acima dos pequenos vendedores do dia a dia. “Esse trabalho é resultante de uma pesquisa de algum tempo atrás e ele começa a dar frutos, os quais darão outros ainda a partir dessas apreensões. O material recolhido fornecerá um panorama mais detalhado de como o tráfico age. São apreensões consideráveis de dinheiro e de armamento que dão suporte no dia a dia do tráfico”, comentou o comandante do Baep. “Nesta investigação, verifica-se a venda particular dos traficantes e também para a facção, porque o tráfico de droga em Jaguariúna tem ramificações”, disse Pereira.

A apuração do esquema criminoso pelo Baep começou há quatro meses. Com base no levantamento de suspeitos, a corporação apresentou denúncia ao Ministério Público (MP), que aprofundou as investigações e pediu os mandados de busca e apreensão. “Levantamos informações sobre a exploração do crime de tráfico de drogas de forma intensa e perigosa, visto que, além do comércio de drogas pesadas, há também o uso de armamento de grosso calibre. O Baep trouxe as informações e o setor de inteligência do Gaeco apurou e solicitou a autorização à Justiça. E, mais uma vez, essa parceria rendeu bons frutos para a sociedade, que está bem representada e assistida pela polícia da região”, frisou o promotor Marcos Tadeu Rioli.

O dinheiro estava embalado, separado em blocos, etiquetado, com anotações de valores e nomes, o que leva os agentes a suspeitar que ele seria dividido entre os integrantes do grupo. A maior parte do valor (R$ 124 mil) estava em um endereço não divulgado e, o restante, em outro endereço.

Dois fuzis, uma pistola 9 mm e um revólver calibre 38 de seis polegadas e capacidade para oito disparos foram encontrados no apartamento de um dos presos, que pode ser o braço direito dos traficantes. Segundo o coronel Pereira, esse homem não tinha passagem criminal e seria o guardião do armamento. “Eles (traficantes) precisam se impor e garantir a segurança nos locais. Por isso, precisam das armas. Geralmente, eles alugam esse armamento para dar sustentação ao patamar de tráfico que realiza”, comentou o Pereira.

A droga encontrada dentro de um carro estava pronta para ser comercializada. Dentre os presos, uma mulher foi detida em um dos endereços com porções de drogas e, apesar de ela alegar que é apenas usuária, foi detida para prestar depoimentos. “Jaguariúna passa pelo comando da distribuição da droga no Estado de São Paulo. No dia a dia, o nosso trabalho é monitorar os pontos de entorpecentes na região para chegar à camada mais alta de líderes dessas organizações, através do trabalho do Gaeco. Já tínhamos todo o processo de funcionamento do tráfico, mas, para chegar nessa esfera acima, precisávamos das apreensões. Agora, poderemos entender como o dinheiro chega e como ele é lavado”, explicou o comandante.

A operação foi comandada pelo capitão Paulo César Salgado e envolveu 19 viaturas e 71 policiais militares.

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