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Operação apreende 75 toneladas de agrotóxicos contrabandeados em Americana

Ação deflagrada pela DIG prendeu 5 suspeitos e recolheu os defensivos, avaliados em R$ 43 milhões

Alenita Ramirez/ [email protected]
02/02/2023 às 08:36.
Atualizado em 02/02/2023 às 08:36
Técnicos do Ibama e do Ministério da Agricultura estiveram no local para verificar a procedência e analisar o material (Divulgação/Dig)

Técnicos do Ibama e do Ministério da Agricultura estiveram no local para verificar a procedência e analisar o material (Divulgação/Dig)

Uma operação deflagrada pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG), de Americana, contra o contrabando de agrotóxicos, culminou na prisão de cinco pessoas e apreensão de 75 toneladas de defensivos agrícolas, avaliadas em aproximadamente R$ 43 milhões. Parte da carga foi recolhida de uma carreta que deixava um barracão localizado na Rua Luis Carlos Meneghel, no Jd. Campo Belo, e seria levada aos estados do Mato Grosso e Goiás. 

A ação contou com a participação de técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Ministério da Agricultura e Pecuária, que estiveram no endereço para verificar a procedência e analisar o material encontrado. 

Denominada “Operação Chemical”, em referência a produtos químicos, a iniciativa é resultado de uma apuração que começou em dezembro do ano passado, a partir do monitoramento do galpão, que concentrava denúncias de movimentação suspeita. “Tínhamos informações que o local poderia estar armazenando produtos de natureza duvidosa e havia muita movimentação fora do horário comercial. Então, passamos a monitorar o barracão”, explicou o delegado titular da DIG, Lucio Antônio Petrocelli

Na manhã de terça-feira (31), os agentes notaram que o imóvel estava aberto e um caminhão estava sendo carregado com sacos de 20 quilos com identificação em língua estrangeira “made in china”. “Os policiais esperaram o veículo sair para realizar a abordagem”, contou o delegado. 

O motorista foi detido quando pegava uma das saídas de Americana em direção à Rodovia Anhanguera (SP-330). Ele contou que era de Goiânia e tinha sido contratado para levar a carga até a cidade de Querência, no estado do Mato Grosso. “O motorista não tem passagem criminal aqui no Estado de São Paulo, e sim como vítima de roubo de carga. Ele alegou que transportava sacos usados na agricultura e não sabia a quem deveria entregar, informação que seria dada a ele durante a viagem”, explicou Petrocelli. 

Na placa da fachada do barracão constava que o prédio sediava uma “Indústria de Alho”, mas os agentes não encontraram vestígios da planta na empresa. Ao contrário, no interior foram localizados mais sacos de agrotóxico granulados, sem identificação, apenas com algumas siglas em inglês, bem como dezenas de tambores de 200 litros, com substâncias com cheiro característico de produtos agrotóxicos, também “made in china”. Foram recolhidas ainda uma empilhadeira, um veículo GM/Tracker e um Peugeot de cor prata, ambos com produtos químicos em seu interior. 

O motorista do caminhão, de 37 anos, e quatro pessoas que estavam no galpão foram detidos e apresentados na sede da DIG. Um deles, de 52 anos, apresentou-se como gerente da empresa. Ele é morador da capital e afirmou que não conhecia o dono da empresa, tendo sido contratado apenas com uma assinatura em um contrato. 

No local também havia outro motorista, de 49 anos, que também é de São Paulo. Além deles, outros dois trabalhadores, um empilhadeirista de 60 anos, morador em Nova Odessa, e um jardineiro de 36 anos de Americana, ambos detidos. Eles foram autuados em flagrante e passariam na tarde de quarta-feira (1) por audiência de custódia. 

A Polícia Civil solicitou uma perícia técnica dos produtos apreendidos junto ao Ibama e Ministério da Agricultura e Pecuária. Foi apurado que o material estava em embalagens com rótulos modificados. Segundo a DIG, os agrotóxicos foram avaliados como altamente nocivos ao meio ambiente e à saúde pública, inclusive com a comercialização proibida no Brasil e em outros países por serem cancerígenos.

A investigação preliminar constatou a prática de contrabando internacional. Durante as buscas, não foram localizadas notas fiscais referentes à carga transportada pelo caminhão. Também não havia licenças e autorizações para que a empresa armazenasse produtos químicos agrotóxicos. Além do contrabando, o registro da ocorrência indica os crimes de armazenamento e transporte de agrotóxicos em desacordo com a lei, crime contra o meio ambiente e associação criminosa.

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