Procon e a Polícia Civil

Mulheres caem no golpe dos falsos problemas mecânicos em Valinhos

Ao menos 4 casos ocorreram com o mesmo modus operandi e as vítimas perderam até R$ 14 mil

Alenita Ramirez/ alenita.ramirez@rac.com.br
16/07/2022 às 10:47.
Atualizado em 16/07/2022 às 10:47

Sala de atendimento do Procon, em Valinhos, onde as denúncias foram feitas: mulheres devem triplicar a atenção (Divulgação)

Um novo golpe está sendo aplicado na praça por bandidos, segundo o Procon e a Polícia Civil de Valinhos. Recentemente, os órgãos públicos registraram duas denúncias e tiveram o conhecimento de outras duas sobre casos de falsos vazamentos de combustível em veículos, com cobranças de valores abusivos, dirigidos por mulheres com idades entre 50 e 70 anos e desacompanhadas. O primeiro foi registrado no dia 30 de junho. 

Nas quatro ocasiões em que aconteceram os casos, os golpistas chegaram a movimentar aproximadamente R$ 42 mil. Preocupada com a segurança das mulheres, a diretora do Procon local, Vilma Albuquerque, fez um alerta: “Mulheres, redobrem, ou melhor, tripliquem a atenção. Não parem em estradas sozinhas. Façam a revisão nos carros para não terem problemas na estrada e não usem o cartão de débito em máquinas que não estejam em locais físicos”, orientou. 

De acordo com Vilma, o golpe consiste no pagamento de uma falsa taxa, usando-se a maquininha de débito, e é aplicado por dois estelionatários. Um deles, um homem de cerca de 40 anos, descrito como bonitão e elegante. O outro, mais jovem, caracterizado como um mecânico. Ambos educados e gentis. Nas quatro ocorrências, o golpe foi aplicado em estradas, com mulheres sozinhas no carro. 

O começo do golpe acontece com o carro da vítima ainda em movimento. O homem bonitão, em um veículo que as vítimas não conseguiram descrever, emparelha com o carro da motorista, buzina e sinaliza que há algo errado no motor do carro da vítima. Ele também faz gesto para ela abrir o vidro e diz que está vazando algo e é preciso parar. 

Preocupada, a vítima para o veículo no acostamento. O golpista para em seguida. Desce e diz que há um vazamento no veículo e que é perigoso seguir, pois corre-se risco de uma explosão. Gentil, o bonitão explica para a vítima que, infelizmente, não pode ajudá-la, uma vez que seu horário está comprometido naquele momento, mas que pode indicar um mecânico de confiança que está há 10 minutos do local e que vai chamá-lo para ajudá-la.

Se a motorista aceita o conselho, ele pega logo o celular e simula uma ligação, avisando à vítima que o mecânico já está chegando e que precisa ir embora.

Pouco tempo depois chega o segundo golpista, caracterizado de mecânico. Ele abre o capô, olha o motor e alega que não vê nada de errado e que, provavelmente, o motorista que a alertou se enganou. Desse modo, o falso mecânico tranquiliza a motorista. Porém, ele explica que a empresa para a qual trabalha cobra uma taxa de R$ 29,90 de consulta, cujo valor deve ser pago apenas por meio de cartão. E é aí que ocorre o golpe. 

Na primeira vez, o larápio digita o valor, entrega a máquina para a vítima digitar a senha e, para disfarçar, chega a virar o rosto para não ver a vítima digitando. Depois, ele pega a máquininha, ainda com o cartão e, após alguns minutos, diz que a transação não se efetivou. 

Na sequência, outras tentativas são realizadas, mas sem sucesso. Por fim, acaba dizendo que não deu certo e aponta em direção à via e pede para a vítima ir embora tranquilamente e pagar outro dia, quando ela passar por lá. “A dinâmica deles é a de uma peça teatral para aplicar o golpe. Se mostram bonzinhos, para conquistar a confiança”, afirma Vilma.

De acordo com a diretora do Procon, o falso mecânico chega a fazer de três a cinco tentativas de pagamento e as vítimas somente descobrem que caíram em um golpe quando chegam em casa e passam a receber as notificações do banco.

Em uma das ocorrências, uma idosa, de 70 anos, teve cerca de R$ 14 mil furtados pelos golpistas. O menor valor registrado até agora foi o de R$ 7 mil. “As duas mulheres, que não quiseram registrar denúncias, sentiram-se envergonhadas. Mas é muito importante que denunciem, seja no Procon, na Polícia ou na prefeitura. Porque a partir dela, podemos identificar e punir esses golpistas”, orientou. Os casos registrados estão sendo investigados pela Polícia Civil e acompanhados pelo Procon. Os telefones para denúncia são: 3871-1223 (Procon); 190 PM; e 156 da Prefeitura.

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