EM MOGI GUAÇU

Mulher frustra plano macabro do ex-marido de assassinato

Advogada descobriu uma emboscada contra ela e chamou a PM a tempo de prender o agressor Nos 104 dias de execução do

Alenita Ramirez/ alenita.ramirez@rac.com.br
07/02/2024 às 08:50.
Atualizado em 07/02/2024 às 08:50

A mochila do agressor continha galão cheio de combustível, enforca-gato, fita adesiva, isqueiro e dois facões (Divulgação)

Mais um trágico episódio de violência e ameaças contra uma mulher chocou a região de Campinas, sucedendo os lamentáveis casos de feminicídio ocorridos em Holambra e Itupeva nos últimos quinze dias. Desta vez, a triste narrativa desdobrou-se no bairro Vila Paraíso, em Mogi Guaçu, durante a manhã de segunda-feira (5). Um homem de 38 anos ameaçou de morte e tentou planejar a queima do corpo de sua exmulher, de 42 anos. A gravidade da situação atingiu níveis alarmantes, porém, a pronta desconfiança da vítima diante das mensagens recebidas através de uma funcionária do escritório onde trabalha tornouse um fator crucial. Ao perceber a ameaça iminente, a vítima agiu com astúcia, desencadeando a intervenção da Polícia Militar (PM). As autoridades foram acionadas, cercaram o local onde o agressor se encontrava e procederam com sua prisão em flagrante, frustrando assim o nefasto plano.

Era por volta das 10h em um típico dia de trabalho em um escritório de advocacia quando o cenário se transformou em um drama assustador. A ex-mulher ocupava o cargo de advogada nesse local. O agressor, disfarçando seu intento sob a pretensão de buscar informações sobre sua rescisão de trabalho, invadiu o espaço e fez reféns três funcionários. Portando duas facas, ele ameaçou uma das vítimas, coagindo-a a atrair a ex-mulher até o escritório para concretizar seu sinistro plano de assassinato e incineração do corpo. Contudo, a astúcia da vítima entrou em cena quando ela desconfiou das mensagens enviadas pela colega de trabalho. Diante da suspeita, a vítima solicitou a intervenção de um colega para verificar a situação no escritório e, posteriormente, acionar as autoridades policiais.

Ao constatar que havia funcionários mantidos como reféns pelo agressor, o colega da vítima chamou imediatamente a Polícia Militar (PM), que realizou um cerco no prédio e conseguiu prender o suspeito, o qual ainda tentou fugir pulando telhados dos imóveis vizinhos antes de ser capturado pelos policiais. Na mochila que o agressor carregava, foram encontrados um galão contendo cinco litros de combustível, um enforca-gato, fita adesiva e um isqueiro, todos os quais foram apreendidos pela polícia. Esses itens reforçam a intenção macabra do agressor de matar e incendiar a sua ex.

O casal encontrava-se separado há pouco mais de dois meses. Segundo relatos dos funcionários à polícia, o homem, visivelmente transtornado, adentrou o escritório com a declaração de tratar de sua rescisão trabalhista. O suspeito, anteriormente empregado no condomínio que o escritório assessorava, havia sido demitido no mês anterior. Curiosamente, a vítima, advogada no escritório, desempenhava também o papel de síndica no condomínio onde o agressor trabalhava. O agressor alega que sua ex-mulher teria desviado fundos do condomínio, atribuindo-lhe a responsabilidade.

Ao ser atendido por outra advogada do escritório, o agressor rendeu a profissional, ameaçando-a com uma faca de açougue. Os momentos que se seguiram foram de terror para as vítimas, que se viram sob a ameaça de uma lâmina de açougueiro. A primeira vítima a confrontar o agressor foi uma advogada, que inicialmente concordou em discutir a rescisão trabalhista com ele. Conduzindo-o até sua sala, ela não tinha conhecimento de que o homem carregava na mochila as facas e outros objetos apreendidos posteriormente. Durante o atendimento, o agressor sacou a faca, colocando-a em sua cintura. Assustada, a advogada gritou por socorro. Seu marido, presente no prédio, ao ouvir os gritos, correu em auxílio da esposa, engajando-se em uma luta corporal com o suspeito, mas acabou também sendo rendido.

Uma secretária do escritório, ao verificar o que estava ocorrendo na sala, deparou-se com o agressor segurando uma faca na lateral do corpo da advogada. Assustada, correu em direção à recepção. O agressor a perseguiu, rendendo-a e pressionando a faca contra seu pescoço. Contudo, a jovem conseguiu escapar e procurou abrigo na sala de outra advogada, que desconhecia o que se passava.

O agressor, mantendo a advogada como refém, forçou-a a enviar mensagens à sua exmulher, buscando atraí-la ao escritório. A vítima, que estava atendendo no condomínio onde ocupava o cargo de síndica, desconfiou das mensagens e solicitou ao colega, subsíndico, que fosse até o escritório verificar a situação e chamar a polícia.

Ao descobrir a gravidade da situação, o colega prontamente acionou as autoridades policiais. O suspeito só libertou as vítimas ao avistar as viaturas, tentando em seguida fugir pelos telhados dos imóveis vizinhos, sendo detido em seguida. A ex-mulher, ao prestar depoimento à polícia, relatou que não imaginava se tratar de seu ex-companheiro e inicialmente suspeitou de um roubo. Ela ficou em estado de choque ao descobrir que o ex tinha a intenção de matá-la e decidiu representar criminalmente contra ele. A advogada esclareceu ainda que não vinha sendo ameaçada pelo exmarido.

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