Renata Cristina da Silva estava desaparecida desde a noite do último domingo (Alessandro Torres)
Um grupo formado por amigos, familiares e a Guarda Municipal (GM) encontrou o corpo de Renata Cristina da Silva, de 46 anos, manicure e funcionária do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Campinas (STMC), no final da manhã de quarta-feira (24). O cadáver foi localizado nas margens do córrego Piçarrão, próximo à pedreira do Jardim Garcia. Renata estava desaparecida desde a noite de domingo. Sua jaqueta e calça jeans foram encontradas dobradas perto do corpo. O caso foi registrado como acidente, mas será investigado pelos policiais civis do 11º Distrito Policial (DP). A Polícia TécnicoCientífica coletou amostras de sangue para exame toxicológico, além de outros materiais para perícia, cujos resultados devem estar prontos em até 30 dias.
O companheiro de Renata, um protético de 50 anos, relatou para os amigos da manicure que o casal e alguns amigos assistiram à partida de futebol entre Ponte Preta e Guarani no domingo em seu local de trabalho. Em seguida, o casal seguiu sozinho para o apartamento de Renata, na Vila Castelo Branco, onde ocorreu uma briga. Segundo o relato do companheiro, a manicure ingeriu uma quantidade de Clonazepam e saiu de casa sozinha. Os filhos de Renata afirmaram que ela havia mencionado que iria se matar.
Renata trabalhou como manicure no sindicato por sete anos, atendendo idosos de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana e feriados, ela prestava serviços em um salão de beleza de uma amiga. "Renata era muito responsável, carinhosa com os clientes e amava o que fazia. Ela nunca faltava, mesmo quando estava doente", disse Rosana Medina, da diretoria do STMC. "Ela era reservada, mas nos últimos dias parecia 'diferente'", acrescentou.
Renata e o protético namoravam há cerca de um ano. Foi ele quem informou os colegas de trabalho na tarde de segunda-feira e a família dela na mesma noite. Ele registrou um boletim de ocorrência. No momento da comunicação, o companheiro apresentava arranhões no corpo, alegando serem resultado da briga.
Segundo Carina Siqueira, amiga de Renata, ela era ciumenta, mas jamais teria coragem de cometer suicídio. Ao saber do desaparecimento, Carina e outros amigos formaram um grupo para trocar informações e buscar pela vítima.
Na quarta-feira (24) pela manhã, com a ajuda do Canil da GM, eles realizaram buscas na pedreira, local mencionado pela vítima antes de desaparecer. Enquanto um dos filhos da manicure percorria o leito do ribeirão, os guardas municipais realizaram a busca com cães farejadores. "Por volta das 11h, ouvi um grito alto seguido de choro. Fiquei muito assustada. Pensei que fosse uma brincadeira, mas depois vi os guardas e perguntei o que estava acontecendo", relatou uma moradora da chácara próxima ao local onde o corpo foi encontrado.
O corpo de Renata foi encontrado vestindo apenas calcinha e um top, e de acordo com a polícia, a roupa estava dobrada próxima ao corpo. Acreditase que ela possa ter caído, quebrado o ombro e ficado no local aguardando socorro.
"Lamentamos a morte dela e caberá às autoridades policiais descobrir exatamente as causas do falecimento de Renata, que estava desaparecida desde o último domingo (21 de maio). Agradecemos a todos que compartilharam o apelo de ajuda para encontrá-la, a imprensa que repercutiu o sumiço e as autoridades policiais que se empenharam em achála", citou o sindicato em nota.