MOMENTO DE TENSÃO

Morteiro é encontrado no sótão de casa no centro de Paulínia

O dispositivo militar foi descoberto por pedreiros e teve o seu desarme realizado com segurança

Alenita Ramirez/ [email protected]
12/01/2023 às 09:03.
Atualizado em 12/01/2023 às 09:03
O morteiro foi detonado pelo Grupo Especial de Reação (GER) em uma pedreira apesar de não possuir explosivos (Divulgação)

O morteiro foi detonado pelo Grupo Especial de Reação (GER) em uma pedreira apesar de não possuir explosivos (Divulgação)

Um aparente morteiro de uso militar, foi localizado no sótão de uma casa na região central de Paulínia. O equipamento foi encontrado por pedreiros que faziam uma pequena reforma no imóvel. Como medida preventiva, o utensílio foi retirado por uma equipe antibombas do Grupo Especial de Reação (GER) da Polícia Civil e levado para uma pedreira, onde foi detonado. O morteiro estava com o iniciador, mas não tinha explosivo.

De acordo com o inspetor da Guarda Municipal (GM) de Paulínia, Herycon França de Oliveira, o equipamento, que tem 70 centímetros de comprimento e 81 milímetros de espessura, foi levado para o imóvel no final dos anos de 1970 pelo avô do atual proprietário. Na época, o morteiro foi encontrado pela equipe de trabalho da qual o senhor fazia parte, durante escavações de dutos na cidade. Ao se deparar com o equipamento, decidiu levá-lo para casa, embora ao chegar em casa sua esposa pediu para que se desfizesse do objeto, que ela considerou perigoso.

Contrariando a mulher, o homem decidiu esconder o morteiro no sótão e o segredo foi mantido por mais de 40 anos, ambos já faleceram. "A casa ficou desabitada por um tempo e recentemente a família decidiu fazer uma reforma e contratou uma equipe de pedreiros. Quando a equipe foi mexer no sótão, achou o morteiro e desceu correndo para avisar o dono da casa de que havia uma bomba no telhado. Ele achou que fosse uma bomba de água e pediu para que deixasse no local. Mas os pedreiros falaram que não iriam trabalhar e foram embora", contou Oliveira.

Em um primeiro momento, o proprietário da casa achou que o objeto fosse cenográfico, e contatou a GM por precaução e foi então que descobriu que o morteiro era de uso militar e não apenas uma réplica. Os guardas que atenderam a ocorrência solicitaram imagens ao proprietário. O delegado da cidade em posse das imagens fez o encaminhamento para integrantes da equipe antibombas do GER, em São Paulo, que pediram para que nada fosse tocado. "Apesar de ter acionador, não dava para saber se ele era explosivo, por isso achou-se melhor levá-lo para um local isolado e explodir", disse o inspetor da GM.

Uma equipe se deslocou até Paulínia e uma operação foi montada para retirar o morteiro da casa e levar até uma pedreira, localizada no bairro Betel, afastada de qualquer zona urbana e então detonar o equipamento bélico. Após a análise dos destroços, os integrantes do GER informaram que o morteiro estava sem substância explosiva. "Depois da explosão verificou-se que ele não tinha carga explosiva e que poderia ficar lá que não tinha problemas, embora o acionador possa causar uma pequena explosão", comentou Oliveira. A origem militar do objeto foi confirmada, mas não foi possível determinar seu fabricante, ou a qual das Forças Armadas seria proprietária original do morteiro, afinal dados inscritos nele foram apagados com o tempo, e estava bem enferrujado.

Origem

Segundo o presidente do Conselho M.M.D.C de Campinas, major Rafael Cambuí, disse que o artefato morteiro não é compatível com os utilizados na época da Revolução de 1932, já que o material é diferente e tem características mais modernas. "Nós não reconhecemos como artefato daquela época. Daquela época a 'cauda' era parte da própria peça e nesse o material é de uma liga que aparenta ser alumínio, material que não havia havia em 1932", comentou o major, que não soube definir o período ao qual pertence o objeto bélico com base nas imagens fornecidas. 

Caso semelhante

Em setembro de 2020 em Mogi das Cruzes, na Grade São paulo, um pedreiro encontrou uma granada de morteiro que datava da Revolução Constitucionalista de 1932 enterrado em seu quintal. A bomba ainda estava com o dispositivo de acionamento ativo. Na época, o Grupo de Ações Táticas Especial da Polícia Militar (Gate), precisou ser chamado para a ocorrência devido ao risco de explosão. O pedreiro estava escavando o terreno para construir uma edícula na parte dos fundos, quando encontrou o explosivo jogado em uma área de mata.

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