BARBÁRIE

Morador de rua apanha de 12 pessoas no Proença

Situação fora do controle criou um clima tenso no bairro

Do Correio Popular
17/01/2024 às 09:09.
Atualizado em 17/01/2024 às 09:09
Agressão aconteceu na Rua Dom Luiz Antônio de Souza, próxima à Escola Estadual José Vellagelin Neto (Rodrigo Zanotto)

Agressão aconteceu na Rua Dom Luiz Antônio de Souza, próxima à Escola Estadual José Vellagelin Neto (Rodrigo Zanotto)

Um grupo composto por aproximadamente 12 pessoas optou por tomar a justiça em suas próprias mãos na noite de segunda-feira (15), ao perseguir e agredir um morador em situação de rua. Segundo relatos de testemunhas, o indivíduo estaria envolvido em furtos nas proximidades do Jardim Proença. Esse triste episódio de violência foi capturado por uma moradora de um edifício próximo ao local da agressão, e residentes contrários à conduta do grupo prontamente acionaram a Polícia Militar (PM), que solicitou assistência médica. O homem, de 21 anos, foi localizado caído na via, apresentando ferimentos na cabeça. Ele foi socorrido consciente e encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do São José.

A agressão ao morador em situação de rua aconteceu na Rua Dom Luiz Antônio de Souza, próxima à Escola Estadual José Vellagelin Neto. Conforme registrado pela PM, o grupo estava "armado" com pedaços de madeira. Conforme evidenciado pelas imagens, o homem chegou a ser imobilizado e lançado ao solo. Os agressores permanecem não identificados, e a vítima optou por não fornecer informações aos policiais.

Análises visuais obtidas pela polícia na localidade indicam que, após as agressões, os agressores deixaram o local em dois veículos. O incidente foi oficialmente registrado como agressão. "É errado o que fizeram, mas infelizmente a população está revoltada. Ninguém aqui no bairro é contra moradores em situação de rua, mas a situação está fora de controle", declarou Maurício José de Oliveira, presidente da associação de moradores do bairro.

Segundo Oliveira, os furtos no bairro são uma realidade há algum tempo, dada a proximidade com a linha férrea e a presença constante de usuários de entorpecentes, que furtam objetos para sustentar o vício. No entanto, nos últimos meses, a população em situação de rua aumentou na região devido à repressão ao crime no centro. Como resultado, os furtos no bairro também aumentaram. "Há furtos de todo tipo. Os moradores chegam a dormir com o relógio da Sanasa (hidrômetro) em casa e acordam sem ele. O furto de fiação é uma ocorrência diária. Os moradores e os comerciantes estão sofrendo grandes prejuízos", explicou o representante do bairro. "Apesar do policiamento na região e das prisões realizadas pela polícia, no dia seguinte o autor do furto está de volta às ruas. Isso não resolve. O que fizeram está errado, mas os moradores, que são vítimas, não suportam mais e estão agindo em busca de justiça", acrescentou Oliveira.

O caso será investigado pelo 10º Distrito Policial (DP). Em comunicado, a Guarda Municipal (GM) informou que realiza patrulhamento na região e ressaltou a importân11cia de a população ou a vítima denunciarem o crime por meio do telefone 153 da GM, disponível 24 horas, ou registrarem um boletim de ocorrência no distrito policial mais próximo. "As ações de segurança pública são desencadeadas com base nas estatísticas criminais. Assim, a corporação direciona reforços de patrulhamento aos locais mais vulneráveis a crimes, conforme as informações fornecidas pela população", destacou a GM. Além disso, equipes da GM percorrem diariamente diversos pontos da cidade realizando abordagens, inclusive a pessoas em situação de rua.

A reportagem buscou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) para comentar o caso, mas, até as 15h de terça-feira, não obteve retorno.

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