Mecânico é preso em Campinas, suspeito de fazer parte de quadrilha

Um mecânico de 51 anos foi preso em flagrante na tarde de quarta-feira (22), em Campinas, suspeito de integrar uma quadrilha especializada no golpe de precatórios. Ele foi detido por policiais civis do 8º Distrito Policial (DP) quando ia efetivar uma transferência no valor de R$ 50 mil, em uma agência bancária no bairro Aparecidinha.

Na última sexta-feira, ele já tinha transferido R$ 76 mil. O dinheiro é de uma pessoa que mora no Rio de Janeiro e recebeu R$ 200 mil de indenização do Poder Público.

O acusado é morador de Hortolândia e alegou para os policiais civis que havia sido aliciado por outro morador da cidade, que teria falsificado um documento de identidade e ordenado que abrisse uma conta no Banco do Brasil. Ele receberia R$ 5 mil pelo serviço.

Na última sexta-feira, o mecânico já havia transferido R$ 76 mil. Na segunda-feira desta semana, os criminosos voltaram a agendar um novo saque, porém, os funcionários da agência suspeitaram da transação e acionaram os policiais

De acordo com o delegado Rodrigo Galazzo, o alvo dos criminosos são as pessoas que têm direito a receber altos valores do Poder Público. Os golpistas recebem informações privilegiadas sobre as vítimas e, mediante documentos falsos, abrem conta bancária para solicitar o benefício.

No começo deste mês, o Conselho de Justiça Federal (CJF) começou a liberar o pagamento dos precatórios, que são documentos que reconhecem que os cidadãos têm valores a receber por uma dívida contraída pelo poder público.

As ações são movidas contra prefeituras, Estado ou União. Eles envolvem valores acima de 60 salários-mínimos, que hoje equivalem a R$ 72.720. Devem receber esses valores todas as pessoas que tiveram quantias liberadas pela Justiça entre 2 de julho de 2020 a 1˚ de julho de 2021. Parte dos recursos dos precatórios, cerca de R$ 11,151 bilhões, são destinados aos beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Para saber se tem direito ao benefício, os cidadãos com ações contra o poder público devem acessar o processo e notar se existe alguma atualização que indica o pagamento. Os valores são depositados diretamente na conta indicada pelo cidadão no processo. Como as ações contra o poder público são abertas, os golpistas usam essas informações para fazer novas vítimas. O alerta é para que os cidadãos consultem os próprios advogados ou o Tribunal Regional de cada estado. Não é necessário pagar nada para ter acesso ao dinheiro.

Os policiais do 8º DP seguem para recuperar o dinheiro da vítima e também identificar outros integrantes da quadrilha. O mecânico tem passagem por furto, passou por audiência de custódia e vai responder pelo crime em liberdade.