Líder do PCC é morto pela polícia em troca de tiros

André Ferreira Borges, 44 anos, o Pane, acusado de ser um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e de atuar prioritariamente no planejamento e execução de roubos a bancos, foi morto em confronto com policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar anteontem à noite, em Campinas. Pane é acusado de ser o responsável por ataques a duas agências bancárias do Banco do Brasil em Araçatuba em agosto de 2021 e a uma em Uberaba (MG) em junho de 2019. No momento do tiroteio ele estava em um veículo I/BYD Song Plus, avaliado em 299,8 mil, quando deparou com os agentes que voltavam de São Paulo para apurar uma denúncia de que Borges estaria transportando armas. Com ele, os agentes localizaram uma pistola 380 municiada com 13 munições intactas e dentro do carro US$ 83 mil, o equivalente a R$483.060,00 na cotação de ontem, e R$ 21.658 mil em espécie. 

Borges era apontado pela polícia como um dos membros da tropa de elite da facção, a "restrita tática"- unidade de criminosos de alta periculosidade recrutados para resgatar da cadeia o líder do grupo criminoso. O confronto aconteceu por volta das 18h40 na Avenida Comendador Aladino Selmi, na alça de acesso com a Rodovia Dom Pedro I (SP 065), entre os bairros Jardim São Marcos e Jardim Santa Mônica, local de grande fluxo de veículos e pedestres. 

De acordo com a PM, o Centro de Operações Especiais (COE) do Batalhão recebeu informações de que Pane estava  dirigindo um veículo BYD na cor preta, transportando armamento de grosso calibre entre Campinas e Americana. Com base nos dados, os agentes passaram a fazer patrulhamento naquela região e em dado momento avistaram o veículo na alça de acesso da rodovia e deram ordem de parada, que não foi obedecida. Borges tentou fugir, mas os policiais conseguiram fazer um cerco e impedir que ele escapasse. "Os policiais avistaram o veículo na alça de acesso da rodovia Dom Pedro. Deram ordem de parada, que foi respondida com tiros. Os policiais se defenderam e causaram a morte do abordado, André Ferreira Borges, que estava sozinho dentro do carro, na posse de uma pistola", informou a corporação em nota. 

ATAQUES 

Em dezembro de 2019, Borges foi preso por policiais civis da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Americana, por envolvimento no ataque ao Banco do Brasil de Uberaba. Pane é da Zona Leste de São Paulo e morava no Jardim Pau Brasil, em Americana. Ele foi preso em cumprimento de mandado de prisão da 1ª Vara da cidade mineira. No dia do crime, a quadrilha com aproximadamente 25 integrantes trocou tiros com a Polícia Militar mineira por mais de uma hora e a ação deixou uma jovem morta, além de feridos. O grupo teria roubado R$ 40 milhões, segundo a corporação. 

Outros 10 suspeitos de participar da ação criminosa foram presos no dia seguinte ao assalto, sendo a maioria da região de Campinas: seis moravam em Campinas, um em Indaiatuba, um em Santa Bárbara d'Oeste, um em Piracicaba e um em Jundiaí. 

Em agosto de 2021, Borges também teria participado do ataque a duas agências do BB na região central de Araçatuba. Na época, ao menos 20 criminosos participaram da ação, que durou cerca de duas horas. Um bandido e três moradores morreram e cinco pessoas ficaram feridas. Três suspeitos foram presos. 

Para atacar os bancos, os bandidos fecharam as vias com veículos e os incendiaram para atrapalhar a chegada da polícia. Eles fizeram moradores reféns e os usaram como escudo humano. Eles chegaram a usar um drone para monitorar os agentes. Em dezembro de 2021, a Polícia Federal prendeu 11 dos bandidos. 18 foram para o banco de réus, mas apenas nove foram condenados a uma pena de 470 anos.

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