Com este assassinato, a pacata cidade da região registrou o seu primeiro latrocínio em dois anos
Momento em que os criminosos atacaram a vítima enquanto ela entrava de moto na garagem de sua casa (Divulgação)
O motorista de transporte por aplicativo, Eliel Rodrigues Soares, de 26 anos, foi brutalmente assassinado a tiros durante um assalto na noite de terça-feira (21), em Pedreira. Este evento marcou o primeiro latrocínio registrado na cidade em dois anos. A família da vítima, ao perceber uma transferência bancária não autorizada e a ausência de contato com o jovem, prontamente acionou a Polícia Militar (PM).
O corpo de Eliel, juntamente com seu veículo, foi descoberto por volta da meia-noite no bairro Águas de Março 2, desencadeando imediatamente uma ação conjunta das polícias Militar e Civil, juntamente com a Guarda Civil Municipal (GCM). Menos de 12 horas após o ocorrido, quatro criminosos, incluindo um casal, foram detidos. Este grupo estava envolvido em pelo menos dez crimes direcionados a motoristas por aplicativo e vítimas aleatórias.
Conforme relato de familiares à polícia, por volta das 19h daquele trágico dia, Soares recebeu uma chamada para uma corrida e saiu para atendê-la. Algum tempo depois, o irmão, que compartilha uma conta conjunta com a vítima, recebeu uma notificação bancária sobre uma transferência via Pix no valor de R$ 1 mil. Desconfiado, o irmão tentou entrar em contato com o motorista, sem sucesso.
Diante da falta de comunicação, por volta da meia-noite, ele dirigiu-se à base da Polícia Militar para relatar o caso e buscar ajuda. Os policiais iniciaram uma busca pela cidade e, por volta das 3h da madrugada do dia seguinte, localizaram o veículo da vítima, um Ford Fiesta, no bairro Águas de Março 2, próximo a um condomínio em construção. Ao lado do automóvel, encontrava-se o corpo de Soares, apresentando um ferimento na cabeça. Apesar da intervenção da ambulância, os paramédicos constataram o óbito no local.
Com base nas informações fornecidas pela família por meio do telefone da vítima, os policiais civis conseguiram rastrear as transferências bancárias, identificando três homens e uma mulher como suspeitos, todos residentes na cidade de Pedreira. Um deles, condenado a seis anos e oito meses de prisão, estava foragido da justiça. O investigador chefe, Marcelo Silveira Lima, destacou que esse grupo já estava sob investigação há algum tempo, resultando em um trabalho de inteligência.
Segundo o investigador, há mais envolvidos no crime, e prisões adicionais estão previstas. Dos detidos, dois são responsáveis pelos ataques diretos às vítimas, ou seja, pelo roubo em si. A mulher atua como isca e também é proprietária de uma das contas usadas para receber as transferências bancárias. Tanto ela quanto o marido foram detidos. "O Pix foi direcionado para duas pessoas", ressaltou Lima.
O modus operandi dos criminosos inicia com uma ligação de pedido de corrida feita pela mulher. Em alguns casos, ela relata estar acompanhada por outras pessoas e marca um local de encontro. Quando o motorista chega, não a encontra, e ao manusear o celular para contatá-la, surgem dois homens, um em cada lado do carro, anunciando o assalto.
Em um dos casos, uma motorista teve uma reação corajosa ao ser atacada pelos criminosos armados. Mesmo diante da ameaça das armas, ela acelerou o carro, pensando nos filhos e na família, relatando que "eles estavam com as mãos para dentro do carro. Soltei o freio de mão e acelerei. Saí arrastando eles," como compartilhado com o jornalista Roberto Torrecilhas, de Jaguariúna.
Outro motorista de aplicativo, que também identificou os criminosos, descreveu uma abordagem semelhante, sendo conduzido para um terreno baldio enquanto os ladrões utilizavam seu carro para cometer assaltos pela cidade. Ele foi coagido a realizar uma transferência por Pix, lembrando que "um estava com um revólver e o outro com uma arma preta."
Em um terceiro episódio capturado pelo sistema de segurança da residência de um comerciante, os criminosos atacaram a vítima enquanto ela entrava de moto na garagem. Aproveitando o fechamento do portão eletrônico, abordaram o comerciante, que foi chutado, espancado com uma pedra e, posteriormente, alvejado por um dos criminosos, deixando-o caído ao lado do carro e da moto.
Até a tarde de quarta-feira (22), as autoridades policiais continuavam em busca de mais suspeitos. Na residência dos criminosos, foram encontrados objetos pertencentes a vítimas, os quais foram apreendidos.
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