CONSCIENTIZAÇÃO

Laços amarelos gigantes são instalados em Campinas em virtude do Maio Amarelo

Campanha busca chamar a atenção para o alto número de vítimas no trânsito

Da Redação
13/05/2025 às 11:15.
Atualizado em 13/05/2025 às 14:10
O Teatro Castro Mendes foi um dos locais selecionados para receber o laço, que possui cerca de 2,20 metros; o ato de beber e dirigir foi apontado como o principal fator de risco para os sinistros, vitimando 50 pessoas em 2024 (Kamá Ribeiro)

O Teatro Castro Mendes foi um dos locais selecionados para receber o laço, que possui cerca de 2,20 metros; o ato de beber e dirigir foi apontado como o principal fator de risco para os sinistros, vitimando 50 pessoas em 2024 (Kamá Ribeiro)

No mês dedicado à conscientização da segurança no trânsito, que apenas em Campinas mata praticamente uma pessoa a cada dois dias, a Prefeitura decidiu chamar a atenção do público colocando laços gigantes em pontos estratégicos da cidade, como no Paço Municipal e no Teatro Castro Mendes. A estrutura do laço, símbolo da campanha do Maio Amarelo, tem 2,20 metros de altura e também pode ser visto no Terminal Rodoviário Ramos de Azevedo e nos terminais urbanos Campo Grande e Central.

O Maio Amarelo é um movimento intersetorial que acontece em várias cidades brasileiras e que alerta a população sobre a quantidade de mortos e feridos no trânsito. Em Campinas, a campanha é organizada pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) e a Secretaria Municipal de Transportes. A iniciativa foi criada em 2014, pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), em apoio à Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020, da Organização das Nações Unidas (ONU). No ano passado, 155 pessoas que perderam a vida em Campinas, 84 em rodovias e 71 nas vias urbanas.

Um sexto laço também está instalado na sede da Emdec, na Vila Industrial, para engajar e conscientizar também os colaboradores da empresa. “A instalação do laço pela cidade é uma forma de lembrar as pessoas, em seus trajetos diários, que sempre é tempo de repensar atitudes no trânsito. São pequenas mudanças de comportamento que podem ter um impacto imenso, salvando vidas no trânsito de Campinas”, disse a gerente de Desenvolvimento Humano e Institucional da Emdec, Débora Damasco.

O símbolo do movimento também pode ser visto nos ônibus do transporte público coletivo de Campinas, desde o dia 1º de maio. Adesivos com laços amarelos foram aplicados nos para-brisas de toda a frota operada pelas empresas concessionárias, em uma parceria entre a Emdec e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas (SetCamp). O transporte público de Campinas conta com 902 veículos e 233 linhas, além das 55 vans do PAI-Serviço.

O Maio Amarelo é um movimento internacional que busca preservar a vida no trânsito, por meio de ações coordenadas entre o poder público e sociedade civil. A iniciativa foi criada em 2014, pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), em apoio à Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020, da Organização das Nações Unidas (ONU).

VÍTIMAS

O boletim sobre a morte no trânsito em Campinas foi divulgado no dia 7 de maio, durante o lançamento do Maio Amarelo de 2025. Das 155 pessoas que perderam a vida no ano passado, a maioria é homem (133), especialmente os que têm entre 18 aos 29 anos. O número de mortes no trânsito na cidade vem mantendo a média dos últimos quatro anos. Em 2021 e 2022 foram exatos 151 em cada ano; em 2023, morreram 159.

O ato de beber e dirigir foi apontado como o principal fator de risco para os sinistros, vitimando 50 pessoas em 2024. Segundo a Emdec, dirigir após consumir bebida alcoólica aumenta em 17 vezes o risco de morte no trânsito. "Não sei se é a adrenalina ou a falta de educação, o que sabemos é que são jovens, que normalmente consumiram bebida alcoólica, por isso a importância de fazermos nosso trabalho", afirmou na ocasião o presidente da Emdec, Vinicius Riverete.

Ele deu como exemplos o reforço na sinalização das vias urbanas, além da instalação de lombadas, com o objetivo de reduzir a velocidade em vias consideradas mais perigosas. Também faz parte das obras constantes de reconfiguração das vias públicas a sinalização semafórica, instalação de rotatórias, aparelhos piscantes para chamar a atenção do condutor, entre outros dispositivos. Riverete também destacou que a realização constante de blitze, realizadas em parceria com a Polícia Militar, é fundamental para coibir o comportamento de risco dos condutores. "Uma pessoa que é pega em uma blitz com certeza vai pensar duas vezes antes de pegar o carro após ter ingerido bebida alcoólica".

Com relação ao excesso de velocidade, apontado pela Emdec como um dos principais fatores de risco, a implementação de radares foi considerada a principal estratégia para coibir os motoristas de circularem acima da velocidade permitida.

MOTOCICLETAS

Das mortes no trânsito, a primeira causa são os acidentes envolvendo motocicletas. Em 2024, foram 72 fatalidades, representando 46,45% do total de mortes, uma queda de 13,25% com relação a 2023, que registrou 83 ocupantes de motocicletas que perderam a vida. Mesmo com a queda, o número do ano passado é próximo ao de 2021 e 2022, quando foram registrados 69 e 71 óbitos respectivamente. Ocorrências envolvendo pedestres são a segunda causa das mortes no trânsito, também com uma estabilidade no número dos últimos quatro anos. Em 2021 foram 41 mortes. Em 2022, 48. Em 2023 e 2024 foram registrados 44 casos fatais.

AV. JOHN BOYD DUNLOP

A John Boyd Dunlop se destaca como a via que mais registra sinistralidades no trânsito, uma vez que 10% das mortes em vias urbanas ocorreram na avenida considerada a mais perigosa de Campinas, onde circulam 60 mil veículos diariamente. Os pontos mais problemáticos são nos cruzamentos com a Avenida Professor Mario Scolari, Rodovia dos Bandeirantes e Praça do Balão do Jardim Londres. De acordo com a Emdec, a John Boyd é alvo constante de melhorias que buscam reduzir os casos. Em 2024 foram instalados quatro novos radares em locais com sinistros graves. A autarquia também instalou quatro rotas para ciclistas na região da John Boyd, que em 2021 registrou 13 óbitos. Já em 2024, foram registrados sete óbitos na avenida. No Centro da cidade, os cruzamentos com mais ocorrências são os das avenidas Andrade Neves com Barão de Itapura e Dr. Campos Sales com Senador Saraiva.

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