CASO MARIA CLARA

Júri condena estuprador a 32 anos por morte de criança

Crime bárbaro aconteceu em 17 de dezembro de 2020, no Jardim São Felipe, e chocou Hortolândia

Alenita Ramirez/[email protected]
22/05/2024 às 12:16.
Atualizado em 22/05/2024 às 12:16
Terreno baldio no bairro São Felipe, em Hortolândia, onde o corpo da pequena Maria Clara foi encontrado (Marcelo Rocha/O Liberal)

Terreno baldio no bairro São Felipe, em Hortolândia, onde o corpo da pequena Maria Clara foi encontrado (Marcelo Rocha/O Liberal)

O Tribunal do Júri de Hortolândia condenou Cássio Martins Camilo, 30 anos, a 32 anos, dez meses e dez dias de prisão em regime fechado. Camilo, auxiliar de produção, foi acusado de estuprar, matar e ocultar o corpo da enteada, Maria Clara Calixto Nascimento, que hoje teria nove anos. Ele foi condenado por estupro de vulnerável agravado, homicídio qualificado por asfixia e outros meios cruéis, além de feminicídio e ocultação de cadáver. Camilo também já havia sido condenado a 18 anos de prisão por um crime semelhante cometido em Monte Mor. A defesa informou que recorrerá da decisão. 

O julgamento ocorreu no dia 16 de maio. O crime aconteceu em 17 de dezembro de 2020, no Jardim São Felipe, e chocou a cidade. Na época, Maria Clara tinha cinco anos e seu corpo foi encontrado dentro de uma caixa de papelão em um terreno baldio perto de sua casa. "Por ser um caso de grande comoção, a defesa do réu solicitou que ele não participasse do julgamento presencialmente", disse o advogado de acusação, Edilson Casagrande.

Apesar disso, Camilo participou do julgamento de uma sala no presídio de Sorocaba, onde está preso desde o crime. Ele confessou o assassinato, mas negou o estupro, alegando que matou a enteada por vingança contra a mãe, uma auxiliar de produção de 25 anos. "Este foi um dos casos mais tenebrosos em que trabalhei. O réu foi extremamente frio e usou os argumentos da mãe da vítima para se defender", comentou Casagrande.

O promotor Alberto Cerqueira Freitas Filho também atuou no plenário, ao lado dos advogados de acusação Antonio Gonzalez dos Santos Filho e Edilson Casagrande. 

Segundo a denúncia do promotor de Justiça Pedro Campos, no dia do crime, o réu estava sozinho com a criança, enquanto a mãe trabalhava. Durante esse período, ele tentou molestá-la, mas a menina gritou. Em resposta, Camilo agrediu, violentou e asfixiou Maria Clara. A perícia confirmou sinais de estrangulamento na criança.

DESAPARECIMENTO E BUSCA 

Maria Clara desapareceu na manhã de 17 de dezembro de 2020, quando, segundo a avó, saiu para brincar na casa de uma vizinha. O sumiço foi percebido pela mãe ao chegar para almoçar e questionar o companheiro sobre a localização da filha. Ele disse estar dormindo e não viu a menina sair.

A família iniciou as buscas e registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Hortolândia. A foto de Maria Clara foi amplamente divulgada em grupos de WhatsApp e redes sociais, mobilizando a comunidade. 

Camilo, com antecedentes por estupro em Monte Mor, prestou depoimento no dia do desaparecimento, mas foi liberado. Ele afirmou desconhecer o paradeiro de Maria Clara e, em seguida, refugiouse na casa de parentes em Monte Mor antes de tentar fugir para Campinas.

Na manhã seguinte, a menina foi encontrada próxima à residência por familiares e amigos que continuaram as buscas. A mãe retirou o corpo da filha e o levou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Nova Hortolândia, mas Maria Clara já estava sem vida. A cena comoveu moradores e a imprensa local.

Camilo foi preso logo depois e levado à delegacia. Parentes e amigos da família da vítima tentaram vê-lo, gerando tumulto e necessitando intervenção policial com bombas de fumaça.

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