O rapaz nega o crime, mas os agentes conseguiram reunir provas que apontam que ele tinha a intenção de matar a adolescente (Dominique Torquato)
O jovem Wellington Pinheiro, de 18 anos, suspeito de empurrar a ex-namorada de 16 anos de uma tubulação que fica a quatro metros, além de ter a prisão preventiva decretada pela Vara do Júri na tarde de terça-feira (23), foi preso na manhã de ontem por policiais civis da 2ª Delegacia da Defesa da Mulher (DDM). O rapaz nega o crime, mas os agentes conseguiram reunir provas que apontam que ele tinha a intenção de matar a adolescente.
Após depoimento, ele passou por exames de corpo de delito e foi encaminhado para a cadeia pública anexa ao 2º Distrito Policial (DP), no bairro São Bernardo.
Pinheiro estava escondido na casa de um tio, na Vila Vitória, na região do Distrito do Ouro Verde. A prisão aconteceu nove dias depois do crime. Ele alegou aos policiais que, logo após o fato, saiu do bairro onde mora e se escondeu na casa dos tios, por estar com medo de ser pego pela vizinhança. O suspeito foi preso com base em mandado de prisão.
De acordo com o delegado Mateus Rocha, a adolescente segue internada e passou por cirurgia na coluna. Pinheiro chegou a ir no hospital quatro vezes, na tentativa de ver a garota. “Ele estava ameaçando a família dela e não conseguiu entrar no hospital porque eles estavam o tempo todo com a vítima”, contou Rocha, destacando que a Justiça também concedeu medida protetiva à adolescente.
O crime aconteceu na tarde do dia 15, em uma tubulação usada pelos moradores do bairro São Bento para atravessar um córrego e acessar os bairros que ficam na região do Vida Nova.
A adolescente foi abordada pelo rapaz quando caminhava na rua. Ele estava com uma faca e a obrigou a segui-lo até uma área de pasto, onde fica a tubulação. A garota confessou que o suspeito, armado de uma faca, exigiu que ela reatasse o namoro. Como a adolescente recusou, ele a empurrou.
“Ele vai responder por feminicídio tentado, porque entendemos que, no mínimo, ele assumiu o risco de provocar a morte da vítima ao empurrá-la daquela altura, mas cabe ao Poder Judiciário fazer a análise e o julgamento”, disse Rocha.
Em depoimento, Pinheiro negou o crime e alegou que a vítima é que o chamou para conversar e reatar o namoro. Como ele recusou, ela teria tentado simular se jogar no rio, mas acabou escorregando e caiu. O delegado disse que ele foi contraditório no depoimento.