Patrícia Maldonado luta para que a acusação contra o motorista que provocou a colisão mude de culposa para dolosa
A apresentadora e jornalista junto à mãe, Florinda Maldonado Aricó, de 73 anos, que morreu no acidente; (à dir.) a mãe com o pai dela , Vicente Aricó (Álbum de família)
A apresentadora e jornalista Patrícia Moldonado vem mobilizando as redes sociais, amigos e a imprensa para chamar a atenção das autoridades para a revisão de uma acusação de um crime de trânsito que aconteceu em fevereiro deste ano, em Valinhos, o qual culminou na morte da mãe dela, Florinda Maldonado Aricó, de 73 anos.
O acidente foi investigado e denunciado pelo Ministério Público (MP) como homicídio culposo na direção de veículo, mas, segundo a apresentadora, houve falhas na conclusão do inquérito, visto que não foi levado em consideração que o motorista que provocou a tragédia estava em alta velocidade e dirigia em zigue-zague na pista.
“No trecho do acidente, o limite de velocidade é 40km por hora. Um motoboy viu e testemunhou o que aconteceu. Também havia imagens de câmeras de segurança de um condomínio que meu irmão viu, mas a polícia demorou a requisitar e, quando o fez, elas já não existiam mais. Além disso, não foi realizada a perícia no velocímetro do veículo que causou o acidente. A gente esperava que o motorista fosse denunciado por dolo eventual, pois ele assumiu o risco de dirigir em alta velocidade em um local que pede baixa velocidade”, disse Patrícia. “Se vê pouca vontade de se fazer justiça”, acrescentou.
O acidente aconteceu às 9h30, na Rodovia Visconde de Porto Seguro. Os pais da jornalista voltavam da farmácia e o carro em que estavam foi atingido na lateral esquerda, quando o pai dela fazia uma conversão para entrar na Estrada da Boiada.
O motorista, um homem de 57 anos, estava no sentido contrário em que estavam as vítimas. Florinda morreu no local. “Quando você sai com um automóvel e não segue as regras de trânsito, é como se você estivesse com uma arma na mão. Sei que nada trará a minha mãe de volta e nem mesmo tirar essa nossa dor, mas queremos justiça”, pediu a jornalista.
Patrícia Maldonado foi repórter do Correio Popular entre os anos de 1995 a 1998 e também trabalhou como apresentadora de TV, com passagens pela Record, Band e Globo. Atualmente, ela mora com a família nos Estados Unidos.
Em nota, o Ministério Público informou que, numa análise preliminar do inquérito policial, foi vislumbrada a prática dos delitos de homicídio culposo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, “tipificados nos artigos 302 e 303 do Código de Trânsito Brasileiro, os quais possibilitam a celebração do acordo de não persecução penal, quando requereu algumas providências visando à designação de audiência, as quais ainda não foram atendidas”.
Essa manifestação foi reiterada no começo deste mês, em razão de pedido formulado pela vítima de lesão corporal culposa e esposo da vítima de homicídio culposo, que pretendia o reconhecimento do homicídio doloso e não culposo.
Por sua vez, o Tribunal de Justiça (TJ-SP) informou, por meio de nota, que ainda não há sentença proferida nos autos e que os “magistrados têm independência funcional para decidir de acordo com os documentos e provas juntados aos autos e seu livre convencimento”. “Quando há discordância da decisão, cabe às partes a interposição dos recursos previstos na legislação vigente”, citou em nota.