NA REGIÃO DOS AMARAIS

Influencer digital é preso em Campinas por pedofilia ao participar de ‘live’

Ele foi rastreado depois de fazer comentários em um grupo e enviar fotos de pornografia infantil

Alenita Ramirez/ [email protected]
25/10/2022 às 09:07.
Atualizado em 25/10/2022 às 09:07
Viaturas próximas à residência dos avós, no bairro São Marcos: o suspeito participou de live intitulada “Encontro privado de amigos” por um app (Divulgação)

Viaturas próximas à residência dos avós, no bairro São Marcos: o suspeito participou de live intitulada “Encontro privado de amigos” por um app (Divulgação)

Um influencer digital de 19 anos foi preso em flagrante na manhã de segunda-feira (24), em Campinas, por pedofilia. Ele foi rastreado pelo Núcleo de Inteligência da Interpol, com sede na França, depois de participar de uma live com um grupo de pessoas, quando ele fez comentários e também enviou fotos de pornografia infantil. O rapaz foi detido na casa dos avós, no bairro São Marcos, na região dos Amarais. No aparelho dele, os policiais civis constataram diversas imagens de pornografia infantil. 

A prisão do suspeito foi um trabalho conjunto da Interpol, Polícia Federal (PF) e a Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), de Campinas. A identificação foi compartilhada com o Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (Sercopi) da Polícia Federal (PF), que, na sequência, direcionou as investigações para policiais da 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Campinas. Após localizar e monitorar o alvo, os agentes pediram mandado de busca e apreensão no endereço do suspeito. 

Segundo as investigações da polícia francesa, o influencer digital participou de uma live daquele país, intitulada “Encontro privado de amigos”, organizada em um aplicativo de nome Yubo, criado há sete anos por três estudantes franceses. 

O pedido foi autorizado pela 4ª Vara Criminal de Campinas. O aparelho telefônico do rapaz foi apreendido e a Polícia Técnico-Científica confirmou as imagens de pornografia infantil nele. Agora, serão realizadas análises para verificar a quantidade de fotos compartilhadas e armazenadas.

Apesar de ter sido preso em flagrante, o suspeito pagou fiança e vai responder em liberdade por infringir o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) - Lei nº 8.069 de 13 de Julho de 1990 - no artigo 241-B, que fala sobre “adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente”. Se condenado, a pena é de reclusão de um a quatro anos, além de multa. 

De acordo com o chefe de investigações da DIG, Marcelo Hayashi, é a primeira vez que a equipe prende um pedófilo tão jovem. Somente neste ano, o Núcleo de Inteligência da 1ª DIG prendeu cinco suspeitos e indiciou outros três, todos com idade superior a 30 anos. As ações foram em Campinas e região. 

Em dois dos casos mais graves, um técnico em enfermagem de 37 anos foi pego em Cajamar com mais de 60 gigabytes em imagens de pornografia infantil, inclusive de bebês. 

Em outro caso, um desempregado de 51 anos foi detido em Hortolândia, também pelo mesmo crime, entretanto é investigado ainda por ter abusado de uma criança. “A deep e dark web são locais obscuros, sem controle algum, o que facilita todo o tipo de crime. As pessoas buscam lá essas ilegalidades e quando sobem para a internet acabam sendo rastreadas. A DIG tem um núcleo de inteligência e, toda vez que há esse tipo de crime, investigamos”, disse Hayashi.

A deep web é considerada uma "internet invisível" porque todo o conteúdo disponível em seu interior não é de fácil acesso à maioria dos internautas e os produtores desses conteúdos optam por manter o seu anonimato, através de softwares que dificultam a sua identificação.

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