EM INDAIATUBA

Indiciado grupo responsável por furtos de ‘cooktops’

Quadrilha é composta por dois empresários, um motorista e um operador de máquinas

Alenita Ramirez/[email protected]
14/06/2025 às 13:02.
Atualizado em 14/06/2025 às 13:02
Os vidros em questão são destinados exclusivamente à montagem de fogões de grandes marcas (Policia Civil Indaituba)

Os vidros em questão são destinados exclusivamente à montagem de fogões de grandes marcas (Policia Civil Indaituba)

Policiais civis do 1º Distrito Policial (DP) de Indaiatuba indiciaram dois empresários, um motorista e um operador de máquinas por furto e receptação de peças de vidro "cooktop" de fabricação exclusiva de uma multinacional alemã instalada na cidade. As investigações tiveram início após a empresa constatar a venda irregular de seus produtos no site Mercado Livre. Os vidros em questão são destinados exclusivamente à montagem de fogões de grandes marcas e algumas das peças eram refugos que não poderiam estar disponíveis ao consumidor final e muito menos serem revendidos. 

A investigação, que teve início há um mês, identificou que um dos empresários, dono de uma empresa de sucata em Salto, aliciou ao menos três funcionários da empresa para ajudar no furto das peças. Para os funcionários, era pago um valor entre R$ 30 e 40 reais por peça furtada. Em média, eram retiradas entre 100 e 200 peças a cada vez que era feita a limpeza na empresa. Isso acontecia, segundo os policiais, ao menos uma vez por semana. O crime estava sendo cometido há pelo menos um ano. 

De acordo com os policiais civis, durante a fabricação dos "cooktop" havia peças que sofriam pequenos danos e em razão disto eram separadas pelo controle de qualidade para serem destruídas, uma vez que, por serem peças de fogão, precisavam estar em perfeito estado para que fossem comercializadas, já que podem ocasionar "graves" danos e acidentes, e consequentemente colocar a incolumidade física e a vida dos consumidores em risco. 

Para dar destinação às peças, que eram poucas, segundo a polícia, a empresa alemã contratou uma empresa com local específico para fazer a destruição do vidro. Paralelamente, ela também contratou a empresa de sucata de Salto para fazer a limpeza do material destruído. E foi através desta prestação de serviço, que começaram os furtos das peças com pequenas avarias e depois também de peças totalmente boas. "Representantes da empresa nos procuraram e relataram que parte de uma carga de vidros para cooktop, que eram fabricados aqui na cidade, estava sendo desviada e entregues por meio de revenda irregular na internet", contou o delegado Matheus Rocha. 

Para confirmar a suspeita, a empresa comprou duas peças anunciadas e constatou que eram da empresa, inclusive com número de série e demais especificações técnicas. 

Os policiais descobriram que a empresa que anunciava o produto na internet era de Mogi Mirim e em um imóvel foi localizado e apreendido 1.254 unidades, avaliadas em R$ 62,7 mil. O responsável pelo local alegou que tinha adquirido os materiais como "sucata", e apresentou comprovantes de pagamentos feitos via PIX a um intermediário, que também foi identificado e ouvido. Este intermediário indicou a empresa em Salto. Os policiais foram no endereço e encontraram cerca de 70 peças. "Os vidros que deveriam ser descartados estavam sendo desviados e vendidos no mercado paralelo", enfatizou o delegado. 

Um dos operadores de empilhadeira admitiu que entregava os vidros diretamente na caçamba do caminhão que fazia a coleta da sucata. Em troca, recebia valores por peça entregue. Segundo os policiais civis, durante a apuração, diversos envolvidos foram ouvidos e o material apreendido foi analisado por representantes da empresa, que confirmaram se tratar de produtos originais. O motorista é filho do empresário de Salto e eles vão responder aos crimes em liberdade, já que não foram pegos em flagrante.

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