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Idosa tem a carteira furtada por ‘ladrão gentil’ em Campinas

Aposentada, de 75 anos, foi abordada no ônibus por um homem bem vestido que lhe ofereceu ajuda

Do Correio Popular
02/08/2022 às 09:45.
Atualizado em 02/08/2022 às 09:45
A vítima descobriu o furto quando buscou o dinheiro para pagar uma compra na feirinha do Centro de Convivência (Gustavo Tilio)

A vítima descobriu o furto quando buscou o dinheiro para pagar uma compra na feirinha do Centro de Convivência (Gustavo Tilio)

Uma idosa de 75 anos teve cerca de R$ 100 furtados ao ser abordada por um falso passageiro gentil, ao descer de um ônibus, no último sábado, na região central de Campinas. De acordo com Rose Merie Afonso, esta é a segunda vez em três meses que ela é furtada ao usar o transporte coletivo na cidade. “Creio que há uma quadrilha, algo do tipo, que ataca idosos e mulheres com crianças em ônibus. O pior é que, neste caso, eu estava sozinha e, de repente, surgiu esse homem que me furtou”, contou a aposentada.

O crime aconteceu por volta das 10h30 do sábado. A idosa contou que estava em um ônibus da linha 2.49 e voltava de uma academia no Jardim Flamboyant quando foi abordada pelo bandido educado e gentil ao descer em um ponto de parada na Avenida Júlio de Mesquita, perto do Hospital Irmãos Penteado. 

O homem, segundo ela, estava bem vestido, e estava sentado perto do motorista. Ao vê-la, levantou-se, aproximou-se e ofereceu ajuda. Ajuda esta que ela não havia pedido. Como ela recusou, ele puxou o seu braço, mudando a conversa, fingindo que estava em busca de um hospital. “Foi tudo muito rápido e não consigo entender como ele conseguiu abrir minha bolsa e pegar a carteira. A bolsa estava dentro de uma sacola de nylon, que tem dois zíperes na parte interna até chegar no compartimento onde estava a carteira. É impressionante como o homem foi rápido”, disse a idosa, que apenas descobriu o furto ao buscar o dinheiro para pagar uma compra na feirinha do Centro de Convivência.

A aposentada contou ainda que costuma usar o transporte coletivo somente em algumas situações, uma vez que na maioria das vezes opta pelo serviço de táxi. Ela mora na região do bairro Ponte Preta e, neste dia, desceu na Avenida Júlio de Mesquita para passar na tradicional feira. Depois, ela iria pegar um táxi para voltar para casa, porque não havia conseguido um quando saiu da academia.

“Tenho a certeza de que fui furtada pelo homem gentil. Não vejo outra possibilidade, visto que fiz a viagem sentada sozinha em um banco. E, depois, segui a pé até o Centro de Convivência, sem ser abordada novamente. A carteira estava na minha bolsa”.

Segundo Rose Marie, em abril passado, ela também teve uma carteira furtada ao embarcar em um coletivo na Avenida Francisco Glicério. Na época, ela havia acabado de comprar uma bolsa de couro mais segura, com dois zíperes, visando a justamente sentir-se mais segura. 

O ladrão levou uma carteira com um talão de cheque, que até hoje é usado pela bandidagem que ainda emite cheque. “O banco cancelou o talão, mas meu nome e o cheque ainda estão circulando por aí. Todo o cuidado é pouco. Daqui para frente, vou deixar de usar ônibus. Vou optar por caminhar a pé. Está tudo muito arriscado”, desabafou.

Orientação

De acordo com o delegado da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic), Oswaldo Diez Júnior, não há estatística sobre ataques a idosos em pontos ou no interior de ônibus, mas ele destaca que, em tese, os idosos são alvos preferenciais de estelionatários e furtadores. “Os idosos são muito vulneráveis, até mesmo pela diminuição da cognição. Às vezes, a pessoa com mais idade não tem maldade, não desconfia de nada e acaba dando atenção a pessoas mal-intencionadas. Por isso, é importante que os parentes os orientem sobre como devem atender a telefones e ir em bancos. Nunca dê informações ou aceite ajuda de estranhos, pois os estelionatários e furtadores estão à espreita e buscam um alvo fácil para cometer crimes”, orientou Diez. 

O diretor de Comunicação e Marketing da Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas (Transurc), Paulo Barddal, afirmou que, desde a mudança do sistema de pagamento da passagem, com a implantação do cartão e retirada do dinheiro dentro dos veículos do transporte coletivo, não houve mais registros de assaltos dentro dos ônibus.

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