HISTÓRIA MACABRA

Idosa dorme ao lado do marido morto há 3 dias sem perceber

Corpo já estava em avançado estado de putrefação e cheirando muito mal

Do Correio Popular
16/06/2023 às 10:15.
Atualizado em 16/06/2023 às 10:15
Idosa dorme ao lado do marido morto há 3 dias sem perceber (Barba Azul)

Idosa dorme ao lado do marido morto há 3 dias sem perceber (Barba Azul)

Um caso macabro ocorreu na última segunda-feira em Campinas. Uma mulher de 80 anos passou três dias ao lado do corpo do seu companheiro, um pedreiro de 64 anos, acreditando que ele estava apenas dormindo. Na verdade, o corpo já estava em estado avançado de decomposição, emitindo um odor desagradável. A morte foi descoberta pelos vizinhos depois que a idosa pediu ajuda ao perceber um sangramento no nariz do homem. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou o óbito, além das presenças das polícias Militar, Civil e Técnica Científica no local. O casal de idosos residia na mesma casa com o filho da mulher, um usuário de drogas de aproximadamente 35 anos. O caso foi registrado como morte suspeita no 9˚ Distrito Policial (DP), no Jardim Aeroporto.

Hélio de Noronha, de 64 anos, vivia com a idosa há três décadas, embora não tivessem filhos juntos. Ambos tinham filhos de relacionamentos anteriores. A residência do casal ficava no Jardim Ouro Verde, no distrito de mesmo nome, e Hélio costumava visitar seus filhos nos arredores do Campos Elíseos durante os fins de semana.

Segundo relatos da família, em novembro do ano passado, o pedreiro sofreu uma queda enquanto realizava um conserto no telhado. Na época, Noronha sofreu múltiplas fraturas (politraumatismo), mas cerca de um mês depois conseguiu voltar a andar, embora com dificuldades.

"Meu pai estava forte, apesar de precisar de uma bengala para caminhar. Somente quando ele estava longe de casa é que era necessário que alguém o acompanhasse, pois ele costumava tropeçar e cair", relatou a filha, Graziela Vitório de Noronha, de 31 anos, dona de casa.

Graziela foi informada sobre a morte de seu pai na segunda-feira à noite pelo filho mais velho da idosa, que reside em outra localidade, mas no mesmo bairro onde os idosos moravam.

Segundo o relato da filha, o enteado do pai informou sobre a morte de Noronha, mas não mencionou imediatamente a data exata. "Quando ele disse que meu pai tinha morrido, pensei que tinha acabado de acontecer, mas quando me mostrou uma foto do meu pai morto na cama, inchado, achei estranho. No entanto, ele afirmou que a mãe dele não havia percebido que meu pai estava morto há alguns dias. Como duas pessoas (a idosa e o filho) que moram na mesma casa não perceberam a morte do meu pai? O cheiro era muito forte", disse ela, acrescentando: "Parece que meu pai sofreu algo, pois seu rosto apresenta hematomas. Além disso, é estranho o fato de meu pai estar vestindo calça jeans e estar bem arrumado na cama. Meu pai era uma pessoa que sentia muito calor, dormia apenas de bermuda e se deitava no canto da parede. Ele estava deitado do outro lado da cama, onde não costumava ficar".

A Polícia Técnica Científica não encontrou vestígios de sangue no local e estimou que o pedreiro havia falecido entre três e quatro dias antes. O corpo foi sepultado na terça-feira no Cemitério dos Amarais, com o caixão lacrado.

O filho mais velho da idosa, um motorista de 53 anos, cujo nome foi mantido em sigilo, afirmou que o pedreiro era diabético, sofria de pressão alta e nos últimos dias não estava bem devido a fortes dores no quadril, inclusive tinha uma consulta médica marcada. Ele também relatou que o idoso frequentemente caía da cama e que a mãe sempre pedia ajuda aos vizinhos para colocá-lo de volta na cama. "Minha mãe não tem estado bem há algum tempo. Ela tem 80 anos e está esquecida. Ela me contou que ele disse que não estava bem e se deitou. Todos os dias ela o cuidava na cama, mas quando viu o sangramento, chamou os vizinhos. Eu acredito que ela não tenha aceitado ou não tenha percebido que meu padrasto estava morto", disse o motorista.

Ele admitiu que seu irmão causava problemas para a mãe, mas afirmou que há dois meses o irmão foi morar com uma mulher e saiu da casa dos idosos. O filho costumava exigir dinheiro da mãe, mas, segundo o motorista, nunca havia agredido o casal. "Fiquei sabendo da morte por volta das 16h e perguntei à minha mãe por que ela não me contou antes. Eu conversei com ela no final de semana, mas ela não disse nada. Meu padrasto era uma pessoa muito boa, sempre ajudou e protegeu minha mãe", concluiu ele.

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