Taxa de assassinatos aumentou 120% em relação a agosto de 2022, segundo estatísticas da SSP
Policiais militares e peritos criminais atuam na cena de mais um crime de morte violenta em Campinas; no mês de agosto, os homicídios mais que dobraram em comparação com o mesmo período de 2022, saltando de cinco para um total de doze casos, representando um aumento de 120% (Kamá Ribeiro)
No desfecho da manhã do dia 12 de agosto, Eduardo Pereira de Souza, 36 anos, saiu determinado de casa para adquirir carne destinada ao churrasco do Dia dos Pais, marcado para o dia seguinte na residência de um dos seus irmãos. No entanto, o destino tomou um rumo trágico e Souza não regressou. Seu destino foi cruelmente interrompido por três disparos enquanto interagia com dois amigos e duas moças em frente a uma adega, localizada no Jardim Novo Maracanã, na região do distrito do Campo Grande, em Campinas. Vale ressaltar que a vítima era casada e deixou filhos. O atirador, oculto sob um capacete, conduzia uma moto. Este episódio lamentável integrou a triste estatística de 11 vidas ceifadas em Campinas durante aquele mês.
Os dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo no último dia 25 são alarmantes e apontam para uma realidade sombria. No mês de agosto, os homicídios mais que dobraram em comparação com o mesmo período de 2022, saltando de cinco para um total de doze casos, representando um aumento de 120%. Essa tendência não se limita apenas aos assassinatos, visto que a análise também revela crescimento nos índices de tentativas de homicídio, lesões corporais dolosas e culposas por acidentes de trânsito, roubos e furtos.
Embora os casos de homicídio culposo por acidente de trânsito e estupro tenham se mantido estáveis em relação a agosto de 2022, é notável a redução de 18% nos roubos de carga. Surpreendentemente, mesmo diante do crescimento dos homicídios em agosto, o total de vítimas apresentou uma queda significativa de 21,1% no acumulado dos oito meses deste ano, comparado ao mesmo período do ano anterior. De janeiro a agosto de 2023, foram registradas 67 mortes, contra 85 em 2022.
Quanto às tentativas de homicídio, o mês de agosto testemunhou um aumento de cinco para oito casos, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, as ocorrências de lesão corporal atingiram o preocupante número de 333, evidenciando um aumento de 28,5% em relação ao ano anterior, que registrou 259 casos.
O delegado titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rui Pegolo, aponta uma confluência de fatores para explicar essa escalada de violência. Entre esses fatores, destacam-se o aumento da temperatura e a liberação de detentos. Com as temperaturas elevadas, as atividades sociais aumentam, levando as pessoas às ruas, bares e praças, propiciando o consumo de substâncias diversas e, inevitavelmente, desencadeando discussões que culminam em agressões e até mesmo mortes.
O delegado destaca, ainda, que aproximadamente 80% das vítimas possuem antecedentes criminais, e apenas 35% dos casos são esclarecidos. O caso de Eduardo Pereira de Souza permanece sem solução devido à escassez de informações de testemunhas. O autor do crime, que utilizava uma moto roubada em Hortolândia no dia anterior ao ocorrido, permanece foragido. Os policiais solicitam a colaboração da comunidade por meio de denúncias anônimas para elucidar o caso e capturar o criminoso.
OUTROS CRIMES
Em relação aos estupros, o balanço revela 28 casos denunciados em agosto, número equivalente ao mesmo período do ano anterior. Destaca-se que a maioria dessas ocorrências envolve vítimas vulneráveis, totalizando 22 queixas.
O único crime que apresentou redução em agosto foi o roubo de cargas, registrando nove casos este ano, em comparação com os 11 casos contabilizados no mesmo mês do ano passado. Entretanto, os roubos em geral, roubos de veículos, furtos e furtos de veículos experimentaram um aumento significativo, sendo os roubos a categoria com o maior crescimento, alcançando um aumento de 23,5%, passando de 378 casos em 2022 para 467 neste ano.
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