ESTRANGULAMENTO

Homem vai para a cadeia após agredir namorada

Motorista de aplicativo havia sido preso ano passado por ameaçar mulher com simulacro de arma

Alenita Ramirez/Alenita.ramirez@rac.com.br
18/04/2025 às 13:02.
Atualizado em 18/04/2025 às 14:34

Vítima realizou exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Campinas ontem (Rodrigo Zanotto)

Um motorista de transporte por aplicativo, de 28 anos, que exibe devoção à profissão de policial civil e que foi detido em abril do ano passado após abordar uma bióloga que passeava com seus dois cachorros em um espaço público de Hortolândia, com um simulacro e um falso distintivo, foi preso em flagrante ao tentar estrangular a namorada, uma universitária e estagiária de 20 anos, que foi mantida em cárcere privado, ameaçada e extorquida. A vítima escapou da morte graças à ajuda de um casal de irmãos, que moram no mesmo imóvel em que o casal vivia, e interviram na agressão, obrigando-o a socorrer a jovem, que estava desmaiada. No hospital, um dos irmãos conseguiu chamar a Polícia Militar (PM), que foi até a unidade médica e o deteve.

Com a prisão do suspeito, a polícia acabou descobrindo que o suspeito, identificado como Higor de Andrade Ferreira, também extorquia e ameaçava o casal de irmãos, que são do Ceará, mas moravam em Monte Mor. Ferreira foi preso por violência doméstica, injúria, lesão corporal e ameaças.

A agressão aconteceu no começo da noite de anteontem. Ele espancou a jovem e quando a esganava, o casal de irmãos chegou do trabalho e impediu que o suspeito matasse a garota. No momento de socorrer a vítima, perto do suspeito, o casal de irmãos encontrou um frasco com álcool.

O casal de irmãos obrigou o motorista por aplicativo levar a vítima até o Hospital Municipal Doutor Mário Gatti, onde chegou desmaiada e com lesões no corpo. Enquanto aguardava atendimento, o rapaz que estava com a irmã conseguiu sair da sala de atendimento e ligar para a PM que enviou equipes no local e deteve o suspeito, que negou a agressão.

De acordo com a mãe da jovem, uma bióloga de 49 anos, a filha conheceu o motorista de aplicativo em janeiro deste ano no escritório onde a jovem faz estágio. Na época, ele foi buscar atendimento no escritório e se apresentou como policial do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil na Capital. Desde o primeiro contato, segundo Ana Paula, o motorista por aplicativo começou a flertar com a universitária, que logo se apaixonou e passou a se relacionar com ele. "Ele falava que era do Rio Grande do Sul, filho de fazendeiro e dono de uma empresa de alumínio. Pouco tempo depois que minha filha começou a namorálo, ela mudou o comportamento. Ficou agressiva, não falava mais comigo e o pai, ficava só no quarto. Ela se distanciou de nós. Estranhamos e passamos investigá-lo", contou a bióloga.

Há duas semanas a jovem foi morar com Ferreira em uma casa no Jardim América, na região de Barão Geraldo, onde os pais dela moram. Segundo a bióloga, logo que se mudou, a jovem deixou de falar com os pais e os celulares deles foram bloqueados pelo agressor para que os pais não se comunicassem com a garota. O suspeito passou a levar a universitária no trabalho e na faculdade e também a buscava. Segundo a mãe, o suspeito cercou a vida da jovem e a impedia de fazer qualquer contato.

Com medo de que algo pior acontecesse com a filha, o casal buscou ajuda das polícias Militar e Civil e da Guarda Municipal. Eles acabaram descobrindo que a filha foi obrigada a emprestar R$ 8 mil ao homem, com a desculpa de que o dinheiro seria destinado ao tratamento da mãe dele. "Passei a fazer campana na rua onde eles estavam morando para ver a movimentação na casa. Descobri que um rapaz e uma moça também moravam no local. Achávamos que eram pessoas do mal. Nosso objetivo era descobrir se ele estava envolvido com algo ilícito", contou a mãe. "O trabalho da PM, da GCM, da Polícia Civil de Campinas foi muito importante para esclarecer quem era esse rapaz. E através da GCM, juntamente com policiais do 7º DP, conseguimos juntar as provas necessárias", emendou.

Segundo a mulher, o suspeito falava para a universitária que havia colocado homens para seguir os passos dos pais dela e que se ela tentasse algo, os comparsas matavam a sua família. Somado a essa tortura psicológica, a jovem era trancada no quarto quando retornava da faculdade e também ficava sem se alimentar. "Descobrimos que ela tentou fugir e se escondeu na casa de uma amiga, mas ele a rastreou e a levou de volta a casa. A situação piorou depois que ela pediu ajuda de um colega do trabalho e ele descobriu e a agrediu", contou a mãe.

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