NO TERMINAL CENTRAL

Homem em situação de rua é executado com cinco disparos em Campinas

“Índio”, como era conhecido na região, atuava como ‘ponte’ entre usuários de drogas e traficantes

Alenita Ramirez/ alenita.ramirez@rac.com.br
08/02/2023 às 09:12.
Atualizado em 08/02/2023 às 09:12

Corpo coberto da vítima na Avenida Andrade Neves aguarda, sob a vigilância de PM, transporte ao IML (Alenita Ramirez)

Um homem de 46 anos foi executado com cinco tiros, na terça-feira (7) de manhã, próximo ao Terminal Central de Campinas, em um trecho de grande movimento de pedestres e de veículos. No momento do crime, poucas pessoas passavam por lá, mas ainda assim houve correria. Um motorista que passava na via no sentido Av. Andrade Neves teria visto a execução e, assustado, voltou com o carro no contrafluxo por alguns metros. O atirador fugiu, mas acabou preso por agentes da Força Tática do 8° BPM no final da tarde de teça-feira na rodoviária tentando embarcar em um ônibus. 

O crime foi o segundo registrado na cidade em menos de dez horas. Na noite da segunda-feira, um idoso de 65 anos foi morto a facadas em um bar no bairro Monte Cristo e o autor também fugiu. Os casos serão investigados pela Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Em ambas as ocorrências, as vítimas estavam sem documentos e foram identificadas como “Índio”, no primeiro homicídio, e Benedito, no segundo. Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML), no Cemitério dos Amarais.

No caso da execução na região central, o fato aconteceu por volta das 7h na Av. 20 de Novembro, próximo ao Centro de Educação Profissional de Campinas (Ceprocamp) Prefeito Antônio da Costa Santos, no complexo da Estação Cultura, a cerca de 50 metros da Praça Nove de Julho e menos de 100 metros do Terminal Central.

Câmeras de vigilância de um comércio na via registraram o momento em que o atirador aparece caminhando na calçada da Estação Cultura, atravessa a via, próximo ao semáforo, e segue caminhando em uma das faixas da pista do sentido rodoviária. É nesse momento que ele começa a atirar em direção à vítima, identificada apenas como “Índio”, que estava sentada em frente ao prédio onde trabalhava na obra de reforma. 

Pelas imagens, o atirador estava de bermuda, camiseta regata, boné e uma blusa escondendo o rosto, deixando apenas os olhos à mostra. “Índio” chegou a se levantar, mas caiu de costas no chão. Dois tiros transfixaram o corpo dele, que morreu no local. 

As polícias Militar, Civil e Técnico-Científica, além da Guarda Municipal foram acionadas. Agentes da DHPP estiveram no local e recolheram as imagens e colheram informações tanto da vítima quanto do atirador para esclarecer o crime. 

A reportagem apurou que “Índio” seria alcoólatra, estava em situação de rua e atuava como “tranqueira” no trecho (ponte entre usuários de drogas e traficantes), além de costumeiramente causar transtornos a pessoas que trabalham na região. A vítima era conhecida antiga naquele local. 

Pelas imagens, foi possível ver que o atirador, depois da execução, correu no sentido Av. Andrade Neves. Ele teria usado um revólver, mas, até as 11h de terça-feira, a polícia ainda não sabia qual calibre dele. 

A vítima estava com uma mochila nas costas, onde dentro havia apenas uma manga. “Tomava café quando ouvi o som de tiros. Corri para a rua, mas não vi nada. Trabalho nesta região há muitos anos e há tempos que não ocorria um crime assim por aqui”, comentou um trabalhador do comércio, que não quis ser identificado. 

Reflexos no trânsito

Uma faixa da Av. 20 de Novembro, após a Rua Ferreira Penteado, sentido Viaduto Cury, foi fechada para o atendimento da ocorrência e perícia. O desvio foi realizado pela Rua Saldanha Marinho. Agentes de mobilidade urbana da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) deram apoio no local. 

Facadas

Já na noite de segunda-feira (6), o idoso, identificado apenas como Benedito, foi morto com golpes de faca, que atingiram o pescoço, mãos e ombro da vítima. Segundo testemunhas, o idoso foi morto depois de discutir com um jovem, supostamente um adolescente, em um bar no bairro Monte Cristo. O autor do crime fugiu. 

Testemunhas disseram que a vítima trabalhava em uma empresa na região e tinha o hábito de passar no bar após o expediente. Na segunda-feira, ele bebia do lado de fora do bar quando o jovem entrou, bebeu uma cachaça e saiu. Ao passar perto do idoso, já embriagado, o mesmo teria dito algo ao rapaz que ele não gostou. O jovem foi embora, mas logo voltou com uma faca e atacou a vítima, que tentou se defender, mas um dos golpes atingiu a principal artéria do corpo humano, a aorta, no seu no pescoço.

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