EM HORTOLÂNDIA

Homem é morto com 28 tiros a 100 metros da Delegacia

Vítima, um suposto agiota, foi brutalmente alvejado logo após ter prestado depoimentos à Polícia Pela segunda vez em menos de

Alenita Ramirez/ [email protected]
17/11/2023 às 09:57.
Atualizado em 17/11/2023 às 09:57
Carro foi atingido por uma série de disparos de metralhadora em frente à delegacia de Hortolândia (Alessandro Torres)

Carro foi atingido por uma série de disparos de metralhadora em frente à delegacia de Hortolândia (Alessandro Torres)

Na manhã de quinta-feira (16), Hortolândia testemunhou um crime brutal que chocou a comunidade. Adenir Batista dos Santos Júnior, um empreiteiro de 40 anos, foi vítima de uma execução, na qual pelo menos 28 disparos de metralhadora foram direcionados a ele. O cenário macabro desenrolou-se a uma surpreendente proximidade, cerca de 100 metros da Delegacia do Município, localizada no bairro Pinheiros, um fato que evidencia a ousadia dos criminosos. Santos Júnior, que havia prestado depoimentos na delegacia momentos antes, foi cruelmente alvejado logo após deixar o local. A intensidade dos disparos foi tão avassaladora que ecoou não apenas nos corredores da delegacia, mas também reverberou nos estabelecimentos circunvizinhos, propagando o pânico entre os trabalhadores locais.

O autor desse ato de extrema violência foi identificado como estando a bordo de um veículo Fiat Uno vermelho, do qual fugiu em alta velocidade, desafiando a ordem e a segurança pública. A resposta das autoridades foi imediata, com a Polícia Civil, Técnico Científica e Militar convergindo para a cena do crime para investigar e restaurar a ordem perturbada. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foi mobilizado, mas, lamentavelmente, Santos Júnior não conseguiu resistir aos ferimentos infligidos, culminando em sua trágica morte.

O ataque ocorreu por volta das 10h30, envolvendo uma sequência de eventos que desafiou a segurança pública da região. Policiais civis, que estavam na recepção da delegacia, foram testemunhas auditivas dos disparos e, sem hesitar, correram para fora a fim de esclarecer o que estava acontecendo. O impacto dos tiros, por sua vez, não se limitou às paredes da delegacia, estendendose para além, gerando uma atmosfera de apreensão entre os trabalhadores dos estabelecimentos nas imediações. O relato do corretor de imóveis, Gabriel Berto, ao observar um indivíduo apressadamente entrando em um Fiat Uno vermelho, contribui para pintar o quadro perturbador desse episódio. 

Santos Júnior, após sair do setor de investigação, dirigiuse ao seu veículo, um Volkswagen Gol, estacionado na Rua Guatambu, tornando-se alvo do atirador. Testemunhas relatam que o veículo do agressor estava estrategicamente posicionado do lado oposto da rua, pouco atrás do automóvel da vítima. O atirador, ao descer do Uno e se aproximar rapidamente, criou um cenário de horror. Embora Santos Júnior tenha conseguido entrar no veículo, fechar a porta e iniciar a fuga pelo lado do passageiro, suas tentativas foram em vão diante da tragédia iminente.

A perícia da Polícia Técnica Científica revelou a presença de 27 cápsulas deflagradas no solo, além de uma sobre o corpo da vítima. A porta do lado do motorista, por sua vez, exibia múltiplas perfurações, evidenciando a violência extrema do ataque. A suspeita de que a arma utilizada seja uma metralhadora "caseira" ganha força, uma vez que as testemunhas destacam um tamanho menor em comparação com as armas usadas pelas forças de segurança, associado a uma menor intensidade em seu poder de fogo.

Esse crime revela um contexto ainda mais sombrio, já que Santos Júnior já havia sido alvo de uma tentativa de homicídio em 21 de julho do mesmo ano. O histórico, registrado no boletim de ocorrência, descreve um episódio no qual Santos Júnior estava em um bar na Vila Real Santista, quando dois indivíduos armados apareceram à sua procura. Alertado por um amigo sobre a presença dos suspeitos, o empreiteiro, ao avistar os homens próximos ao seu carro, tomou a decisão de fugir no sentido oposto.

O relato à polícia descreve um cenário de terror, no qual os agressores abriram fogo, atingindo Santos Júnior no braço esquerdo, perna e costela com pelo menos sete disparos. Apesar de correr cerca de 250 metros, a vítima foi implacavelmente perseguida por um dos criminosos. Devido aos ferimentos, Santos Júnior caiu, sendo alcançado por seu agressor, que, ao apontar a arma em sua direção, teve sua tentativa frustrada pela falha do armamento.

Ressalta-se que Santos Júnior, além de sua atividade como empreiteiro, também estaria envolvido em práticas de agiotagem, lançando luz sobre a possibilidade de uma conexão entre o crime e esse contexto. No entanto, cabe à Delegacia do Município conduzir a investigação, esmiuçando os detalhes para esclarecer os motivos por trás desse assassinato brutal e complexo.

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