Homem é condenado a 33 anos por feminicídio

Um homem que jogou o corpo da ex-mulher em um bueiro no bairro onde a vítima morava, em Santa Bárbara d'Oeste foi condenado a 33 anos de prisão e ao pagamento de 100 salários mínimos aos filhos da vítima, além de 30 dias-multa, no valor de R$ 5,5 mil. O crime aconteceu em setembro de 2023 e o julgamento aconteceu anteontem, no Tribunal do Júri da cidade. 

José Albert de Menezes, de 25 anos, já está preso e é acusado de assassinar sua ex-companheira Maria Carolina Almeida, 26. Os filhos da vítima, 8, 11 e 13 anos, não são dele. 

No julgamento, Menezes negou ter matado Maria Carolina e alegou que confessou o crime inicialmente porque foi ameaçado e agredido por policiais. Afirmou que soube do desaparecimento da vítima por terceiros. 

Mas o promotor de Justiça responsável pela acusação, Rodrigo Aparecido Tiago, citou que, segundo o laudo pericial, a vítima morreu por asfixia e pelo menos 30 dias antes de seu corpo ter sido encontrado, condições que batem com a confissão inicial do réu. Por outro lado, o advogado de defesa, Gustavo Mayoral, alegou que seu cliente não conseguiria levantar a tampa do bueiro, que pesava cerca de 100 quilos, sozinho, sem ninguém ouvir. 

Para a promotoria, a justiça foi feita, ainda que não traga a vítima de volta, mas ao menos vai gerar o mínimo de conforto para toda a família. O pai de Maria Carolina, que saiu de São José da Tapera, interior de Alagoas, estava no julgamento. No ano passado, quando uma audiência foi desmarcada, ele estava a caminho de Santa Bárbara d' Oeste. Ele disse que a sentença representou um alívio para a família. Porém, destacou que esperava uma punição ainda maior para o réu. A defesa disse não concordar com a decisão e informou que já apresentou recurso. 

O crime ocorreu no dia 18 de setembro de 2023, na Rua do Chá, onde o acusado e a vítima moravam antes de se separarem. De acordo com a investigação, ele confessou ter assassinado a vítima com um mataleão. 

Posteriormente, ele teria levado o corpo para um bueiro localizado a 30 metros de sua residência. Um funcionário de uma empresa terceirizada de telefonia encontrou o cadáver no dia 25 de outubro, ao realizar o mapeamento para verificar tampas de caixas de telefonia subterrâneas, para a construção de redes. Ao abrir a tampa encontrou em estado avançado de decomposição. Menezes foi preso no mesmo dia. 

Maria Carolina foi esganada durante uma discussão após o ex-companheiro desconfiar de uma suposta traição. Ao matá-la, ele ficou com o corpo por cerca de 3 horas dentro do imóvel e na madrugada, seguiu até a Rua do Chá, cruzamento com a Rua do Couro, abriu a tampa que estava desencaixada e jogou o corpo da vítima. O pai dela sentiu falta da filha e registrou boletim de ocorrência. O casal estava junto havia seis anos e morava em Santa Bárbara havia um ano. 

A separação dos membros se deve ao fato da circulação de água no local, que foi despedaçando o corpo. Menezes foi condenado por feminicídio, com motivo torpe, asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de violência doméstica e ocultação de cadáver.

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