O autor da violência, um homem em situação de rua, responderá pelo crime de lesão corporal grave Gustavo Tilio
Resgate dos Bombeiros no local onde ocorreu o ataque à vítima, no Centro de Campinas e (à dir.) GM mostra a cadeira usada para agredir a vítima (Gustavo Tilio e Kamá Ribeiro)
Um guarda civil municipal de Campinas, de 42 anos, teve um ferimento na cabeça e perda repentina de memória depois de ser agredido por um homem em situação de rua, de 40 anos, que usou uma cadeira para golpeá-lo no Centro da cidade na quinta-feira (15). O caso ocorreu por volta das 12h e o suspeito foi preso por lesão corporal grave. O agente ferido foi internado no Hospital Samaritano, onde foi submetido a uma bateria de exames e passa bem.
Segundo a comandante da GM de Campinas, Maria de Lourdes Soares, que pediu que fosse preservada a identidade da vítima da agressão, o agente realizava uma abordagem na Rua Costa Aguiar, próximo à Catedral, quando um homem em situação de rua pegou uma cadeira e o golpeou pelas costas. De acordo com Lourdes, o homem gritava: “Vou matar vocês! Vou matar vocês!”, enquanto agredia o GM.
Como a cadeira quebrou, após o golpe dado nas costas do guarda, o homem então pegou uma das tábuas que se soltaram e bateu contra a cabeça do agente, fugindo do local.
Um dos companheiros de trabalho que estava com a vítima acionou o Corpo de Bombeiros e outra equipe iniciou uma busca para localizar o agressor, que foi capturado na Avenida Campos Sales, a poucas quadras do local.
O GM foi socorrido e levado pelo resgate do Corpo de Bombeiros ao Hospital Samaritano. “Ele teve um corte grande na cabeça e precisará ficar em observação por um período. Agora, estamos aguardando o resultado dos outros exames. Ele foi medicado e passaria por uma sutura na cabeça. Ele também apresentou falhas na memória, com dificuldade em se lembrar do que havia acontecido. A médica explicou que isso é natural neste primeiro momento e que a memória voltará com o passar dos dias, mas que realizaria uma tomografia, para verificar se não houve outro dano mais grave”, explica a comandante.
Ninguém soube informar qual foi a motivação do ataque. O GM não costumava atuar naquela região, o que descarta a ideia de crime premeditado. Após ser detido, o suspeito foi conduzido até o 1º Distrito Policial de Campinas, onde permaneceu detido pelo crime de lesão corporal grave.
Pelo sistema, foi ainda possível identificar que o agressor é natural do Paraguai, país onde respondeu pelo crime de tentativa de homicídio. No Brasil, ele registra outras passagens. A comandante não soube informar quais crimes ele cometeu em solo brasileiro.
Este foi o terceiro caso envolvendo agentes de segurança nesta semana. Na segunda-feira (12), um PM foi assassinado enquanto estava em serviço. O segundo, ocorreu na noite de quarta-feira (14), quando um também PM de folga foi alvo de um assalto. Na ocasião, dispararam contra ele, que reagiu e matou um dos suspeitos.
Para a comandante Lourdes, é necessário recuperar valores sociais para que a escalada de violência cesse e o respeito às instituições seja preservado. “Estamos vivendo um momento mais acalorado e é algo que tem trazido bastante preocupação para a corporação. Orientamos para que desenvolvam um pouco mais a empatia, que respeitem as forças instituídas, a rotina dos cidadãos, o espaço público. Precisamos disso: do resgate da condição de respeito pelo outro”, frisou.