Mulher que denunciou vereador diz ainda que agentes da Guarda reviraram sua casa (Divulgação)
A Guarda Municipal de Americana (Gama) vai abrir sindicância para apurar divergências na denúncia de uma mulher que garantiu ter sido agredida pelo vereador Juninho Dias (MDB), no último sábado, durante um evento comunitário sobre pipas no campo do Zanaga, em Americana. De acordo com a suposta vítima, a equipe da GM esteve na sua casa logo depois da briga e, a mando do vereador, revirou o imóvel em busca de um suposto celular que havia sumido, sem mandado de busca e autorização.
Por meio de nota, a corporação informou que, quando chegou na residência da mulher, a Polícia Militar (PM) estava no local e que apenas entrou no imóvel depois que a mulher autorizou por escrito. Ela teria relatado uma versão diferente à Polícia Civil. “(...) a Gama vai abrir sindicância para ouvir novamente a mulher, com o objetivo de esclarecer todas as dúvidas”, frisou na nota.O caso está sendo apurado na Central de Polícia Judiciária (CPJ).
A Procuradoria Especial da Mulher, da Câmara de Americana, divulgou nota assinada, pelas vereadoras Professora Juliana (PT), Nathália Camargo (Avante) e Leonora Périco (PDT), de repúdio à violência contra as mulheres. “Estamos acompanhando os desdobramentos junto aos órgãos competentes e responsáveis pela apuração dos fatos. Seguiremos trabalhando para combater a discriminação e a violência contra as mulheres”, menciona o documento.
Por nota, a Câmara informou que adotará fielmente o disposto na Lei Orgânica e no Regimento Interno: “Como ente público, esta Casa Legislativa repudia qualquer tipo de violência e segue cumprindo a legislação, reservando-se, no momento, a acompanhar o caso e aguardar seus desdobramentos, visto que não foi notificada oficialmente”.
O caso
De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Central de Polícia Judiciária, a vítima, uma mulher de 32 anos, estava no “Festival da Pipa”, no Zanaga, junto com o namorado e de seus três filhos, uma adolescente e duas crianças, quando um fotógrafo tirou uma foto de sua família.
Ainda segundo o registro, a mulher não gostou da situação e comentou com a família. O fotógrafo teria ouvido e contado para o parlamentar, que foi até a mulher e a expulsou do evento, com os filhos. Durante este ato, o parlamentar agrediu a vítima com socos e ela precisou de atendimento médico.
Depois disso, o parlamentar foi até a casa da mulher, com a Gama, e, segundo ela, fez buscas sem a sua autorização à procura de um celular que teria sido furtado. A reportagem entrou em contato com a assessoria do vereador, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.