Federal e Civil prendem 14 pedófilos foragidos da Justiça
Operação especial captura criminosos em todo o país, incluindo Campinas e 4 cidades da região Um carregador de 36 anos foi
Condenado por pedofilia é conduzido por policiais para a prisão (Divulgação)
Uma parceria inovadora entre as polícias Federal e Civil de Campinas resultou na detenção de 14 criminosos foragidos da Justiça por envolvimento em exploração sexual infantil. Além de assegurar o cumprimento de suas penas, a iniciativa também busca obter imagens de partes dos corpos dos suspeitos para confrontar com os bancos de dados das corporações, incluindo os internacionais, a fim de identificar potenciais novos crimes cometidos pelos condenados.
Os alvos foram capturados ao longo de um período de 65 dias, mediante o cumprimento de mandados de prisão nas cidades de Campinas (3), Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Valinhos, Pedra Bela, Peruíbe, São Paulo (capital), além das cidades de São Joaquim (SC), Boa Esperança (MG), Sinop (MT), Vitória da Conquista (BA) e Bandeirantes (PR). Recentemente, as autoridades policiais, pertencentes à Divisão Especializada em Investigação Criminais (Deic) e à Polícia Federal, executaram mandados de prisão contra um indivíduo de 42 anos em dois endereços de Sumaré, um deles localizado no Jardim Lucélia. No entanto, o suspeito não foi encontrado. Ele é o 15º indivíduo sob suspeita, condenado por crimes de estupro e estupro de vulnerável.
Essa operação, denominada "Vulnerare" - que em latim significa ferir ou machucar -, representa uma experiência pioneira, evidenciando a cooperação e a eficácia das forças policiais envolvidas. Certamente, ela marca o início de futuras ações conjuntas, considerando o êxito da operação, que se mostrou altamente eficiente ao economizar recursos materiais e humanos de ambas as instituições, otimizando o trabalho policial na localização e captura de condenados foragidos. O delegado da Deic, José Carlos Fernandes, ressaltou: "Esta iniciativa demonstrou a união e a força das polícias envolvidas e certamente será o prelúdio de outras ações conjuntas." A ação "Vulnerare" tem como objetivo identificar características nos condenados que possam auxiliar na identificação de agressores e, consequentemente, de vítimas de pornografia infantil.
Além de ouvir os criminosos, a polícia também vai fotografar e filmar detalhes dos corpos desses suspeitos para verificar, como por exemplo, tatuagens, cicatriz, pintas, marcas de nascença que serão cruzadas com características físicas de pessoas que aparecem em vídeos de pedofilia. Até então, os alvos investigados e flagrados pelas corporações são presos com imagens pornográficas envolvendo crianças.
"Geralmente em um arquivo com abuso sexual infantil aparece mais a criança e algumas partes do criminoso. Então vamos realizar uma comparação com o banco de fados nossos, que tem vários arquivos e verificar se algum desses arquivos que nós temos está vinculado a algum desses criminosos sexuais", explicou a delegada Estela Beraquet, coordenadora do Grupo de Repressão a Crimes contra os Direitos Humanos da PF Campinas.
Com o cruzamento dos dados, os policiais querem verificar se os condenados em crimes de estupro vulnerável, estupro e outros crimes de exploração sexual possam estar envolvidos na produção do material divulgado na Deep web.
De acordo com a delegada da PF, esse trabalho conta com o apoio de uma rede internacional e que pode ajudar na prisão de quem comete esse tipo de crime, mesmo quando não mostram seus rostos em fotos ou vídeos. "Esse é um trabalho internacional, em cooperação com a Interpol, no qual temos um banco com milhares de imagens. Temos muitas informações, inclusive de outros países", disse Estela.
A operação foi realizada para mandados de prisão que estavam em aberto, que foram analisadas por meio de inteligência das corporações e que verificou onde esses alvos poderiam ser encontrados. Com base nessas informações iniciais, foram realizados diversos levantamentos em loco e encontrando essas pessoas, que imediatamente foram presas. Exatamente por serem foragidos, os 14 capturados, todos vinculados a algum crime sexual de abuso sexual infantil.
Os 14 são condenados pelos crimes nos artigos 213 do Código Penal que é o estupro (pena de 6 a 10 anos); 217 que o estupro de vulnerável (pena de 8 a 15 anos); 218 que é corrupção de menores por ato libidinoso (pena de 1 a 4 anos) e 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que é o de oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar pornografia infantil.
