CAIU A CASA

‘Fantasma’, chefão do tráfico em Viracopos, é preso no PA

Mafioso é acusado de roubar armas de grosso calibre e traçar rotas para envio de droga ao exterior

Alenita Ramirez/ [email protected]
10/06/2023 às 10:20.
Atualizado em 10/06/2023 às 10:20
Agente da Polícia Federal mira fuzil contra a janela do quarto do traficante “Fantasma”, que foi preso em Novo Progresso, sudoeste do Pará (Divulgação)

Agente da Polícia Federal mira fuzil contra a janela do quarto do traficante “Fantasma”, que foi preso em Novo Progresso, sudoeste do Pará (Divulgação)

A Polícia Federal (PF) efetuou a prisão de Osmar Martins de Araújo, conhecido como "Fantasma", um dos líderes de uma organização criminosa especializada em tráfico de drogas internacional, lavagem de dinheiro e ocultação de bens adquiridos por meio dos lucros do tráfico a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos. A captura ocorreu em Novo Progresso, sudoeste do Pará, e se baseou no cumprimento de três mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Federal de Campinas, em São Paulo. Além disso, Araújo também é objeto de investigação pela PF do Pará por sua participação no planejamento de roubos com uso de armas de grosso calibre nesse estado, além de traçar uma nova rota para o envio de cocaína do Pará para o exterior, onde atuava como articulador entre traficantes.

Anteriormente foragido, Osmar Martins de Araújo teve sua prisão decretada pela justiça de Campinas pelos crimes de organização criminosa transnacional e tráfico internacional de entorpecentes. A pena estabelecida para ele foi de 24 anos e oito meses de reclusão em regime fechado. Além disso, ele também é alvo de prisão temporária por lavagem de ativos e prisão preventiva por integrar uma organização criminosa e praticar o tráfico de drogas.

As investigações realizadas pela PF do Pará indicam que Fantasma planejava roubar valores, possivelmente ouro, transportados por via aérea. Além disso, ele também tentava estabelecer uma nova rota de envio de cocaína ao exterior a partir do Pará. A prisão do traficante foi resultado de uma ação conjunta que envolveu a PF em Santarém, com o apoio de unidades policiais em Minas Gerais, durante o acompanhamento de suas atividades.

Na região de Campinas, Fantasma é investigado pela PF por sua ligação com grupos envolvidos em crimes contra o patrimônio, utilizando o conhecido modus operandi do "Domínio das Cidades" ou "Novo Cangaço". Essa modalidade de crime envolve organizações altamente armadas que cercam pequenas cidades para cometer delitos.

Em 2021, Fantasma já havia sido alvo de uma operação da PF na região de Campinas, em uma investigação que envolvia tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro em Viracopos. Na ocasião, também estavam sendo procurados seus familiares.

Em outubro de 2020, ele foi detido em uma residência de alto padrão em Indaiatuba, porém foi libertado após 30 dias devido à negação do pedido de prorrogação da prisão temporária pela Justiça.

Naquela ocasião, sua prisão ocorreu durante a Operação Overload, realizada com o objetivo de reprimir uma organização criminosa envolvida no tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, com ramificações em diversos estados brasileiros e no exterior. A principal base de operações desse grupo era o Aeroporto Internacional de Viracopos.

A ação policial resultou no cumprimento de 44 mandados de busca e apreensão, assim como 35 mandados de prisão temporária, em quatro estados do país. As investigações contaram com a colaboração de instituições e órgãos públicos, como a Secretaria da Receita Federal do Brasil, a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar do Estado de São Paulo. Dos indivíduos detidos naquela ocasião, 33 eram homens e duas eram mulheres. A cooperação da Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo e do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior em Campinas foi essencial para a prisão dos policiais envolvidos no esquema.

As investigações conduzidas pela PF de Campinas tiveram início em fevereiro de 2019, após a apreensão de 58 kg de cocaína na Área Restrita de Segurança (ARS) do aeroporto, com destino à Europa. A partir dessa apreensão, a Polícia Federal mapeou as atividades de toda a organização criminosa, identificando suas lideranças, os indivíduos com quem se relacionavam e os métodos utilizados para exportar grandes quantidades de cocaína, bem como para ocultar os lucros obtidos por meio dessas atividades ilícitas. Na época, a Justiça não concedeu a prorrogação da prisão temporária, o que resultou na liberação dos suspeitos para responderem em liberdade.

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