Max Pavano, como é conhecido, fez o seu último contato relatando um ataque de drones russos
O ex-policial militar de Campinas, Maxwell Gomes Ribeiro, conhecido nas redes sociais como Max Panavo, exibe armamento de guerra (Redes Sociais)
Um ex-policial militar de Campinas, Maxwell Gomes Ribeiro, de 32 anos, conhecido nas redes sociais como Max Panavo, está entre os combatentes desaparecidos na guerra da Ucrânia. Ele fez seu último contato com a base do Exército ucraniano na madrugada de quarta-feira (21), relatando que seu pelotão kamikaze havia sido atingido por drones das forças russas. Max Pavano, sargento voluntário pela Legião Internacional em Defesa da Ucrânia, comandava 25 soldados que também estão desaparecidos.
Na comunicação, ele forneceu a localização do incidente, mas dois soldados de resgate foram ao local e não encontraram ninguém. Na quinta-feira (22), as forças ucranianas continuavam as buscas na região do desaparecimento, sem sucesso até o meio-dia. O ex-policial, que pertencia à 4ª Companhia (Cia) do 22º Batalhão da Capital Paulista e residia na Vila Palmeira, na região do Campo Belo, em Campinas, alistou-se para a guerra após deixar a corporação paulista.
Em outubro de 2019, Max Pavano esteve envolvido em uma tragédia familiar, resultando na morte de seu meio-irmão, o mecânico automotivo Rudson Kelson Ribeiro, na época com 41 anos. Uma desavença entre os dois levou Max Pavano a ferir o irmão, que acabou falecendo. Embora inicialmente preso por homicídio, ele foi absolvido no primeiro julgamento, sendo considerado inocente até mesmo pela Polícia Militar.
Após retornar ao trabalho realizando tarefas internas, Max optou por se afastar da corporação, pois sua vocação era a atuação como policial de combate e atirador de elite. Ao recusar continuar em funções administrativas, solicitou sua baixa ao comandante. Segundo seu irmão mais velho, Maciel Gomes Ribeiro, que é empresário, Max era dedicado à sua profissão e à causa pela qual lutava na Ucrânia.
Max Pavano, fluente em cinco idiomas, buscou novos horizontes após sua saída da Polícia Militar. Inicialmente, ele se candidatou ao Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro, mas acabou selecionado pela Legião Internacional em Defesa da Ucrânia, aceitando a proposta para embarcar em um novo desafio em terras estrangeiras a partir de 9 de março de 2022. Seu profundo amor pela profissão era evidente, e ao entrar em combate, ele expressava sua felicidade e determinação, afirmando: "Estou indo feliz, mãe. Se morrer, morro feliz", como relata seu irmão Maciel.
O ex-policial campineiro enfrentava os perigos do combate no Distrito Militar Norte, mais especificamente na localidade de Adviivka, caracterizada por trincheiras e túneis. Segundo seu irmão, Max relatou estar ferido enquanto se encontrava nessa região. Maciel mantém duas linhas de esperança, sugerindo que Max e seu pelotão possam estar presos nos túneis ou feridos em algum local. Ele destaca que essa não seria a primeira vez que Max enfrentaria adversidades, lembrando um incidente anterior em novembro, no qual Max ficou sem dar notícias por dois dias, caminhou cinco quilômetros até ser resgatado, passou por diversas cirurgias e retornou ao combate. O empresário enfatiza o amor de seu irmão pela profissão, afirmando que só acreditará sua morte quando o corpo for apresentado.
Max, o caçula de três irmãos, conta com o apoio de sua família, incluindo o irmão do meio, que também é policial e veio da França para acompanhar de perto as buscas na Ucrânia. Os pais, residentes no norte de Minas Gerais, preparam-se para viajar ao país. Nas redes sociais, os seguidores e conhecidos de Max Panavo expressam admiração por sua coragem ao enfrentar quase dois anos de combate no conflito entre Ucrânia e Rússia. No Instagram, onde ele tinha mais de 120 mil seguidores, Max ficou conhecido por compartilhar vídeos em zonas de combate ucranianas. A notícia não confirmada sobre sua suposta morte foi inicialmente divulgada por um soldado brasileiro, sem confirmação do Itamaraty.
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