Ex-gerente da Caixa é alvo de busca e apreensão em operação da PF

A Polícia Federal de Campinas deflagrou na manhã de na quarta-feira (3) a operação Replacement, que apura o desvio de mais de R$ 1 milhão de uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF), em Itatiba, na Região Metropolitana de Campinas (RMC). O alvo do mandato de busca e apreensão é um gerente de 44 anos que foi demitido da instituição bancária após ter sido afastado temporariamente do cargo para responder a um procedimento disciplinar interno no ano passado. De acordo com a apuração, o servidor público desviou os valores de cinco contas de clientes idosos. Todos já foram ressarcidos. 

Na ação, os policiais apreenderam um veículo avaliado em cerca de R$ 150 mil, relógios, roupas, calçados, bolsas, objetos que supostamente foram comprados com o dinheiro e que serão leiloados para ressarcir o banco, além de documentos e dispositivos eletrônicos que serão analisados. A ideia é descobrir a forma que o ex-gerente cometeu o crime e se outras pessoas participaram do esquema. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Bragança Paulista e cumpridos em Amparo em dois endereços residenciais ligados ao investigado. 

"Havia movimentação e transferências das contas fraudadas para terceiros. Ainda não sabemos se eram laranjas, ou seja, se tinham consciência ou não dessas movimentações", explicou o delegado-chefe da PF campineira, Edson Geraldo de Souza.

Os documentos e dispositivos eletrônicos apreendidos serão periciados e também analisados pelo setor de inteligência. O objetivo é verificar se essas titulares de contas que receberam dinheiro foram coniventes com a fraude ou se as contas foram utilizadas sem a consciência dos titulares.

De acordo com Souza, a investigação teve início em julho de 2023, a partir de informações fornecidas pela Corregedoria da própria Caixa Econômica Federal. Na época, a CEF informou à PF que o investigado teria cometido a fraude entre outubro e novembro de 2022, enquanto era gerente em uma agência da Caixa, em Itatiba. Ele teria extraviado dinheiro de cinco contas de clientes idosos, todas com saldo elevado e sem movimentações recentes.

O crime envolvia a utilização das funções de gerente para solicitação de novo cartão de movimentação das contas, cadastro ou alteração de senhas, e cadastro de dispositivos para internet banking. De posse dos cartões, senha e acesso à internet banking, foram realizados saques, pagamentos, transferências de valores para contas de terceiros, emissão de Pix e compras através de débito. “O que temos é uma constatação eletrônica de todas as movimentações que foram feitas nas contas. Esses correntistas nem tomaram conhecimento da fraude. Foi a própria Caixa quem constatou a movimentação nas contas deles”, disse o delegado. 

Com base nas apurações, os agentes federais verificaram que o ex-gerente usou o dinheiro na aquisição de itens de luxo. Quando o crime foi descoberto pela Caixa, o gerente foi afastado e depois acabou sendo demitido. O homem responderá pelo crime de peculato. A pena prevista pode chegar a 12 anos de prisão para cada crime, ou seja, para cada cliente que foi vítima.

Em nota, a CEF informou que trabalha em conjunto com a PF e demais órgãos de segurança pública na identificação e investigação de casos suspeitos, e na prevenção e combate a fraudes e golpes. A Caixa reafirmou que o empregado envolvido foi responsabilizado no âmbito administrativo e não integra mais o quadro de empregados. 

“Adicionalmente, esclarecemos que a CAIXA possui estratégia, políticas e procedimentos de segurança para a proteção dos dados e operações de seus clientes e dispõe de tecnologias e equipes especializadas para garantir segurança aos seus processos e canais de atendimento”, frisou, enfatizando que os clientes devem sempre conferir as orientações de segurança no site oficial da Caixa Econômica Federal, www.caixa.gov.br/seguranca.

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