Vítima sofreu golpes no braço e ombro, sendo socorrido por duas meninas, suas amigas de escola
Policial Militar em frente à escola estadual, em Americana, onde ocorreu o crime envolvendo os dois adolescentes (Captura de imagens)
Uma briga entre dois alunos de uma escola estadual no bairro São Domingos, em Americana, quase terminou em tragédia na tarde de terça-feira (8). Um adolescente de 14 anos esfaqueou outro, de 13 anos, na saída do período, durante uma discussão envolvendo uma partida de futebol na aula de Educação Física. A vítima sofreu golpes em um dos braços e no ombro, sendo socorrido por duas meninas, amigas do garoto.
A Guarda Municipal (Gama) foi acionada e o caso foi registrado como ato infracional na Central de Polícia Judiciária (CPJ). A vítima recebeu pontos nos cortes e quarta-feira (9) passou por exame de corpo de delito.
De acordo com relatos da mãe da vítima, uma auxiliar de limpeza de 53 anos, o filho teria relatado que jogava futebol quando deu um “chapéu” - expressão do futebol usada quando um jogador dribla o adversário e ainda assim continua com a bola e faz o gol – na partida e o aluno mais velho não gostou, dando-lhe um empurrão, que ele revidou com uma cotovelada.
O garoto mais velho então o teria ameaçado, dizendo que os dois precisavam resolver o problema ainda naquele mesmo dia. “Meu filho achou que era para saírem na mão e disse que estava de acordo. Não passou pela cabeça dele que o outro menino estivesse armado com uma faca. Antes da saída da escola, meu filho enviou uma mensagem para minha filha, que é mais velha, e contou o que havia acontecido. Ela o aconselhou a sair da escola e vir direto para casa”, narrou a mulher, que estava trabalhando.
A saída da escola se deu por volta das 14h. Segundo a auxiliar de limpeza, os alunos moram em direções opostas e o estudante mais velho havia saído da aula e esperava o seu filho do lado de fora da escola, junto a outros quatro amigos, na esquina da rua, local por onde a vítima costuma passar para ir para casa.
“Meu filho estava sozinho. Contaram para mim que o rapaz estava com uma faca e um punhal. Quando ele atacou meu filho, apareceu um monte de alunos, os quais começaram a gritar para que o agressor matasse o meu filho. Ouvi dizer que chegaram a ser feitas apostas e até aplaudiram”, disse indignada a mãe, que pretende tirar o filho da escola.
Fiquei sabendo da briga quando cheguei em casa e uma pessoa da escola me ligou pedindo para que eu fosse ao Posto de Saúde. Tenho pressão alta e passei mal. Meu filho não é de brigas e todo dia pela manhã olho na mochila dele para ver o que tem. Ele é um garoto inteligente e o aconselho constantemente a não se envolver com nada e nem brigar na escola”, acrescentou a auxiliar de limpeza.
O golpe no braço, segundo a mãe, precisou de 10 pontos, enquanto o ombro, de outros cinco. O ferimento no braço, segundo ela, foi profundo. “Estou arrasada como mãe. Não esperava jamais que isso acontecesse. Nunca fui chamada na escola para algo que meu filho tivesse feito. O modo como o outro menino agiu não está correto. Ele portava uma faca e podia ter matado o meu filho. Estou com medo do que ele ainda seja capaz de fazer e não quero que meu filho volte para esta escola”, falou.
A reportagem procurou a mãe do adolescente suspeito de agressão, mas ela não quis comentar sobre o caso.
Segundo a família da vítima, que estuda há três anos na escola e cursa o 8º ano do ensino médio, há comentários entre os estudantes de que o agressor já havia tentado atacar um outro aluno na escola.
Secretaria de Educação
Em nota, aSecretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que repudia toda e qualquer forma de agressão e de incitação à violência dentro ou fora das escolas. “A equipe do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (ConvisaSP) presta todo apoio à unidade.” Ainda conforme a nota, a gestão escolar tomou as medidas cabíveis, socorrendo o aluno e acionando a Polícia Militar, além de registrar o boletim de ocorrência. “O Conselho Tutelar foi chamado e os responsáveis pelos alunos também. A escola coloca à disposição dos estudantes o atendimento pelo Programa Psicólogos na Educação, se autorizado por seus responsáveis.”