BALANÇO

Estatísticas mostram queda da criminalidade na cidade

Número de homicídios, assaltos e roubos de veículos em 2024 é o menor registrado desde 2001

Alenita Ramirez/[email protected]
04/02/2025 às 16:38.
Atualizado em 04/02/2025 às 16:38
No ano passado, a Polícia Civil contabilizou 87 mortes violentas na cidade (Kamá Ribeiro)

No ano passado, a Polícia Civil contabilizou 87 mortes violentas na cidade (Kamá Ribeiro)

O número de homicídios, assaltos e roubos de veículos em 2024 é o menor registrado desde 2001 em Campinas, segundo balanço divulgado pela Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP). Além dessas modalidades, o roubo de cargas também contabilizou queda a partir de 2003. A redução destes crimes, segundo as autoridades, é consequência do trabalho conjunto entre as corporações, investimentos em tecnologias e implantação de grupos especializados, no caso da Polícia Federal (PF) para combater o roubo de carga em rodovias. 

No ano passado, a Polícia Civil contabilizou 87 mortes violentas na cidade, 4.178 assaltos, 1.231 roubos de carros e 111 de cargas, enquanto que em 2023 foram registrados 100, 5.313, 1.793 e 125, respectivamente. 

Para se ter noção da redução, entre 2001 e 2004 os números de homicídios ultrapassavam uma morte por dia. No início da divulgação das estatística, em 2001, Campinas registrou 568 assassinatos no ano. No ano seguinte, a cidade verificou queda de quase 15%, passando para 483, porém, no ano seguinte, houve novo aumento, pulando para 516. A partir de 2006, o crime passou a registrar números abaixo de 200 mortes por ano, oscilando entre 119 a 169 casos. 

No ano passado, março foi o mês que mais registrou assassinatos, com 14 vítimas, e abril foi o mês com o menor número, um total de quatro. No balanço geral do ano também está incluso os 32 casos de morte por intervenção policial. 

Já em relação aos crimes contra o patrimônio, a cidade teve redução nas principais estatísticas, como assalto, roubos de veículo e de carga. 

Os assaltos em geral caíram de 5.438 em 2023 para 4.289 no ano passado. O roubo de veículo caiu de 1.703 para 1.231. Historicamente os números são os menores desde 2001. Em 2014 por exemplo, acidade registrou 8.949 roubos geral, que vai desde assalto em residência a pedestres. Já de veículos, naquele ano foram denunciados 3.754 casos. "Há muito o que comemorar com a redução destes índices. Essa queda é o esforço do trabalho da Polícia Civil, da Polícia Militar, com a colaboração imprescindível das forças de segurança, da Guarda Municipal, das pessoas civis, enfim todo mundo envolvido nisso. Nós estamos conseguindo manter Campinas dentro de um patamar aceitável, porém de diminuição e com perspectiva de mais diminuição", disse o delegado Fernando Manoel Bardi, diretor do Departamento de Polícia Judiciário do Interior 2 (Deinter-2). 

Apesar dos números positivos em relação a roubos de veículos e cargas, o furto de veículos registrou aumento em 2024 em comparação a 2023. No ano passado, a cidade registrou 3.636 casos, contra 3.578 no ano anterior. Para Bardi, o acréscimo em torno de 2% chega a ser insignificante perto dos 12,5% do crescimento da frota de veículos na cidade. "Há muito o que se levar em consideração quando se mexe com dados estatísticos. A estatística tem que ser muito mais para iluminação do que apoio. Ela te mostra caminhos onde você deve levar a sua política de segurança, onde você deve concentrar esforços para melhorar os seus dados", justificou. "Quando você leva em consideração índices de crescimento da cidade, inclusive populacional, você consegue entender que a estatística está diminuindo, menos ainda, ou seja, há um resultado positivo da política de segurança do governo do estado que é praticada em Campinas e região. Então isso é para comemorar com esses dados", emendou. 

ROUBO DE CARGAS 

O índice de roubo de cargas foi o menor desde 2002. No ano passado, Campinas registrou 111 assaltos a caminhoneiros, contra 125 no anterior. A maior parte dos crimes praticados nas estradas que cortam a cidade. Os crimes foram investigados tanto pela Polícia Civil como pela Federal. Também houve flagrantes realizados pelas forças de segurança de patrulhamento ostensivo com a Polícia Militar (PM) de área e rodoviária e a Guarda Municipal (GM). 

Em 2021, a PF criou um grupo especial em repressão a roubo de cargas e caminhões que trabalha em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e outras forças da Segurança Pública para desarticular organizações voltadas especialmente ao roubo de cargas e caminhões nas rodovias brasileiras. Este grupo foi responsável por mais de 265 prisões e pela desarticulação de várias organizações criminosas. Somente em 2024, foram deflagradas quatro operações com 46 pessoas presas. No ano anterior, foram sete operações, com 13 caminhões recuperados e 61 presos.

A PF calcula que ao menos 200 pessoas já foram presas desde 2021. A queda no ano passado foi reflexo das ações realizadas em 2023. "O roubo de cargas e caminhões é um tipo de crime altamente complexo, porque envolve seleção de cargas e veículos, abordagens, violência, logística para ocultar e distribuir os produtos e as peças dos veículos. As ações da Polícia Federal impactaram não só as associações criminosas voltadas à linha de frente nas rodovias, mas toda a estrutura de organizações criminosas voltadas à receptação e ocultação de capitais. Já nos primeiros dois anos, foram recuperadas cargas e caminhões em valor superior a R$ 8 milhões", disse o delegado chefe da PF em Campinas, Edson Geraldo de Souza. 

Para Souza, o trabalho de repreensão do grupo especializado que atua em todo o estado de São Paulo fez com os grupos criminosos começassem a evitar a atuar na região de Campinas. "Os números atuais sobre roubo de cargas demonstram a eficiência e efetividade do trabalho que está sendo realizado", frisou. 

Sobre a queda nos índices criminais, a Secretaria Municipal de Segurança informou que está atuando em ações que já estão refletindo na queda dos indicadores, como o programa Centro Mais Seguro, a intensificação de patrulhamento com a contratação de 155 novos guardas, investimento em ferramentas de inteligência, ações e troca de informações integradas com outras forças de segurança e com órgãos administrativos da Prefeitura. "A Secretaria também acompanha os índices criminais e já traça um plano de emprego operacional para patrulhamento nos locais que apresentam maior incidência de crimes para que haja um patrulhamento ostensivo e preventivo nestes locais com o objetivo de coibir atividades criminais e ilícitas", frisou a pasta em nota.

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