ELE VOLTOU!

Envolvido no caso Toninho é preso por assaltos noturnos

Redes de lojas de conveniência e de farmácia viraram alvos frequentes do bandido acusado Policiais civis de Paulínia

Alenita Ramirez/ [email protected]
19/04/2023 às 08:45.
Atualizado em 19/04/2023 às 08:45
Anderson Rogério David foi levado para o 4º Distrito Policial, onde ficará preso por pelo menos 30 dias até que a polícia apure a participação dele nos assaltos contra comércios em Campinas (Alessandro Torres)

Anderson Rogério David foi levado para o 4º Distrito Policial, onde ficará preso por pelo menos 30 dias até que a polícia apure a participação dele nos assaltos contra comércios em Campinas (Alessandro Torres)

O desempregado Anderson Rogério David, de 42 anos, conhecido nos meios policiais pelo apelido de "Boca", tinha apenas 20 anos quando teve o seu nome envolvido como suspeito pela execução de um terrível crime, que chocou toda a cidade: o assassinato do prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, o Toninho. Eis que, 21 anos depois, ele retorna às páginas policiais, agora como acusado de cometer, ao menos, seis assaltos em um período de 15 dias contra dois estabelecimentos comerciais na região do Taquaral. Ele foi detido na tarde de segunda-feira (17) pela Polícia Militar, mas já era investigado pela Polícia Civil por "bater ponto" nas unidades da rede de conveniência Oxxo e da farmácia Drogasil.

A prisão de David aconteceu durante uma checagem da PM sobre uma denúncia de roubo, na proximidade da casa dele, na região da comunidade Buraco do Sapo, no Jardim Flamboyant. Durante as buscas, os policiais o viram entrar em um imóvel, cujo portão foi deixado aberto. Os policiais entraram no local e localizaram o suspeito. Dentro da casa foram encontrados um simulacro de pistola, uma TV e algumas bijuterias, que foram apreendidos. Como os policiais tinham informações sobre um assalto em uma farmácia da rede Drogasil, foram até a unidade para levantar as imagens do sistema de monitoramento e os funcionários o reconheceram como autor.

Levado para o 4º Distrito Policial (DP), responsável pela área, o delegado Maurício Lucenti Geremonte pediu a prisão temporária por 30 dias para apurar a participação dele em outras seis ocorrências registradas, entre os dias 1º a 15 deste mês, na rede Oxxo e Drogasil.

De acordo com o delegado Maurício Geremonte, o desempregado tem como modus operandi agir sozinho, armado de uma pistola, que os agentes descobriram ser o simulacro apreendido, e pegar exclusivamente dinheiro e celulares, até de clientes. Entretanto, em uma das ações ele estava acompanhado de um homem que ainda não foi localizado. "Ele fingia estar armado, colocando a mão por baixo do moletom. Só no último assalto ele mostrou que estava armado", comentou.

Ainda conforme o delegado, o suspeito aparecia sempre de moletom ou jaqueta, abordava o atendente e anunciava o assalto. Na rede Oxxo, além do dinheiro ele também pegava pacotes de cigarro e uísque. Em média, ele roubou da farmácia cerca de R$ 2,5 mil e da loja de conveniência, cerca de R$ 7 mil. 

No último assalto contra a Drogasil, segundo os policiais, o desempregado roubou, além dos três caixas, o cofre. "Mas era incomum ele buscar mercadoria. Apenas uma vez ele pediu um pacote de fralda, mas largou por lá, não levou", comentou um dos investigadores, sobre a ação na farmácia.

Os assaltos contra a farmácia aconteceram nos dias 1º, 14 e 15 deste mês. No Oxxo foram nos dias 9, 13 e 14. "As investigações prosseguem para levantamento de outras vítimas. Ele já está preso preventivamente por 30 dias, e nesse espaço vou representar pela prisão preventiva, pois são seis inquéritos que o colocam na cena do crime", disse o delegado.

Caso Toninho

De acordo com os policiais, David tem diversas passagens por roubo, inclusive já foi condenado a 12 anos de prisão por roubo. Em 2001, David, conhecido no meio policial por Boca, então com 20 anos, foi investigado no assassinato do prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos. Na época, a primeira hipótese trabalhada da polícia era de latrocínio - roubo seguido de morte. O desempregado e três comparsas, dois deles com 19 anos e um com 17 anos, chegaram a ser detidos, mas foram libertados pela Justiça por falta de provas.

Apesar de as investigações do caso Toninho terem tomado outro rumo (de ser "encomendado"), o envolvimento dos quatro suspeitos não foi descartado por um bom período. A investigação do assassinato do prefeito foi arquivada.

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