BRONCA GERAL

Empresário vítima de assalto se queixa da ‘muralha digital’

Grossi não se conforma da CIMCamp não ter as imagens do furto que ele obteve por conta própria

Alenita Ramirez/ [email protected]
02/08/2023 às 09:46.
Atualizado em 02/08/2023 às 09:47
Imagem de câmera de vigilância particular mostra o caminhão de cor azul que teria sido utilizado pelos bandidos no assalto à empresa (Divulgação)

Imagem de câmera de vigilância particular mostra o caminhão de cor azul que teria sido utilizado pelos bandidos no assalto à empresa (Divulgação)

Um empresário foi vítima de um furto no valor de aproximadamente R$ 200 mil e expressa sua insatisfação em relação à eficiência do sistema de vigilância da cidade de Campinas, conhecido como "muralha digital". Ricardo José Ricci Grossi, o empresário, afirma que há quase dois meses tenta obter as imagens do caminhão "Mercedes Azul" usado pelos criminosos para transportar mais de 400 rolos de fios de cobre furtados de seu estabelecimento. No entanto, a Central Integrada de Monitoramento de Campinas (CIMCamp) tem informado que não há registros das imagens solicitadas.

Diante da negativa por parte da direção do órgão de monitoramento, Ricardo decidiu conduzir sua própria investigação e conseguiu obter imagens de imóveis particulares que mostram o trajeto do veículo pela cidade, exatamente onde supostamente deveriam existir câmeras de vigilância municipais.

Inconformado com a situação, o empresário critica o sistema municipal de segurança, afirmando que, se não há registros das imagens necessárias, é porque o sistema apresenta falhas e precisa ser aprimorado. "Não consigo entender porque as câmeras não captaram a passagem de um caminhão, mas consegue captar outros casos", desabafou.

O furto ocorreu na loja de material hidráulico de Ricardo, localizada na região da Avenida José de Souza Campos (Norte-Sul), no bairro Taquaral, em 3 de junho deste ano. Os criminosos invadiram o estabelecimento por volta das 20h, acessando-o pelos fundos, através de uma área que dá acesso ao ribeirão e que fica abaixo do pontilhão da Norte-Sul. 

Ao ingressarem na loja, os bandidos abriram um buraco na parede para que pudessem levar o material furtado. Além disso, desativaram as câmeras de vigilância e bloquearam sua visão, de forma que não pudessem registrar o ocorrido. Um vigia da empresa, que dormia em um quartinho no local, alegou que não percebeu ou ouviu a ação dos criminosos.

No dia seguinte, por volta das 6h30 da manhã, os ladrões deixaram o estabelecimento com os rolos de fios elétricos em um caminhão Mercedes Azul. A descoberta do crime ocorreu graças a um funcionário de um escritório de tecnologia localizado ao lado da loja, que percebeu que o cachorro estava preso no pátio, ao invés de estar solto como de costume, e também notou um buraco no muro. Preocupado, ele imediatamente comunicou o ocorrido ao vigilante da empresa. O crime foi então reportado e um boletim de ocorrência foi registrado no 4º Distrito Policial (DP), responsável pela área.

O empresário, Ricardo José Ricci Grossi, ao tentar obter imagens da CIMCamp, responsável pela vigilância, foi informado de que as câmeras não conseguiram captar a passagem do caminhão. Segundo ele, o seguro pagou metade do valor dos materiais roubados, mas o crime permanece sem solução. O empresário enfatizou que deseja que o crime seja elucidado e acredita que as imagens poderiam ser de grande ajuda. Em resposta ao ocorrido, o empresário reforçou o sistema de segurança em sua loja e realizou mudanças na vigilância da empresa.

Através do trajeto rastreado por Grossi, foi possível identificar que os criminosos utilizaram um caminhão Mercedes azul, que trafegou pela Avenida Orosimbo Maia no sentido Norte-Sul, entre 5h20 e 5h40, seguindo para a Rua Rosa Belloto Grande às 5h46, e chegando à empresa às 5h50. Às 6h32, o veículo deixou o local, passando pelas ruas Ary Barroso, Thomaz Alvez Edson, Norte-Sul no sentido da Avenida Júlio Prestes e, posteriormente, seguindo pela Rodovia Governador Doutor Adhemar Pereira de Barros. O empresário elogiou o atendimento recebido pela Guarda Municipal (GM), mas ressaltou que ainda faltam as imagens para ajudar nas investigações do crime.

CIMCamp

Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança Pública informou que a GM esteve na empresa e conversou com o proprietário por diversas ocasiões. "Não há informações sobre a placa do caminhão suspeito de envolvimento no furto do estabelecimento, somente as características e nenhum caminhão de cor e modelo suspeitos do crime passou pelas câmeras de monitoramento", escreveu a Pasta. "As imagens não foram cedidas porque não há imagens do caminhão suspeito. Além disso, as imagens são fornecidas para os órgãos de investigação, no caso a Polícia Civil", emendou.

Segundo o delegado do 4º DP, Maurício Luncetti Geremonte, apesar de não ter imagens, "as investigações prosseguem no sentido de identificação dos autores e recuperação dos bens subtraídos".

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) enviou a seguinte nota: "Os esforços conjuntos das forças de segurança têm demonstrado resultados, culminando na prisão de 33 infratores pela prática criminosa somente neste ano. Além disso, foram apreendidos um total de 16.819 quilos de fios utilizados nas atividades ilícitas".

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