EM AMERICANA

Empresário com registro de CAC é preso por assassinato

Acusado também foi detido por posse ilegal de um arsenal composto por 80 armas e muita munição

Alenita Ramirez/ [email protected]
19/03/2024 às 13:38.
Atualizado em 19/03/2024 às 13:38
Agentes da Polícia Civil encontram 80 armas e 16.357 munições na residência do empresário (Divulgação)

Agentes da Polícia Civil encontram 80 armas e 16.357 munições na residência do empresário (Divulgação)

Um empresário de 47 anos foi detido na manhã de domingo, em Americana, sob suspeita de ter assassinado uma mulher de 33 anos e por posse irregular de armas. O crime parece estar relacionado a ameaças que Mônica Matias de Paula teria feito a Hélio Leonardo Neto. De acordo com o advogado de defesa do empresário, Hamilton Rodrigues, a vítima supostamente era garota de programa e, após investigar a vida de seu cliente, começou a exigir dinheiro para não revelar à família e à esposa dele sobre o relacionamento extraconjugal, e até mesmo para não prejudicar seu filho adolescente, de 16 anos. No entanto, de acordo com um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento da vítima, o marido dela declarou à Polícia Civil que ele possuía uma dívida com Mônica. Na residência do empresário, as autoridades encontraram 80 armas e 16.357 munições.

Neto é proprietário de um escritório de consultoria e também gerente de uma rede de postos de combustíveis. Sua detenção ocorreu em um dos postos de combustíveis onde trabalha, durante a operação "Per La Foi", conduzida por policiais civis da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), que investigavam o desaparecimento de Mônica.

A vítima desapareceu em 4 de março, após sair de casa alegando ao companheiro que iria se encontrar com um homem que lhe devia dinheiro. Seu corpo foi descoberto por um trabalhador na tarde de 15 de março, em uma área rural próxima à Estrada Municipal Janete Fonseca dos Santos Candioto (LIM 391), em Limeira.

"Começamos a investigar o desaparecimento da vítima logo após o registro da ocorrência. Com base nos relatos do companheiro da vítima e imagens conseguimos identificar o suposto autor e eu ia representar por um mandado de busca e apreensão, mas com a localização do corpo dela, reforçou nossas suspeitas e pedimos mandado de prisão e buscas", disse o delegado Filipe Rodrigues de Carvalho.

Mônica foi vítima de estrangulamento. Segundo relatos do advogado de defesa, contratado pela família no domingo e informado sobre a história de Neto no mesmo dia, o empresário teria conhecido Mônica em fevereiro através de um site de relacionamentos e se encontrou com ela duas vezes, pagando pelos encontros.

No entanto, após esses encontros, Mônica teria investigado a vida de Neto e começou a persegui-lo. Como a esposa dele é pastora, a vítima teria enviado mensagens para ela, revelando informações sobre a vida de Neto e insultando-a.

No dia do crime, Mônica teria combinado um encontro com o empresário e o forçado a levá-la a um motel em Limeira. Durante o trajeto, teria feito ameaças, inclusive mostrando uma foto do filho adolescente de Neto. O advogado relatou: "Ele disse que perdeu a cabeça e apertou o pescoço dela, mas não viu que a tinha matado. Ele parou com o carro e a deixou. Ele está arrependido e colaborando com a polícia", contou o advogado.

Neto possuía registro de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador) e, segundo Rodrigues, no dia do crime, não estava armado. No entanto, durante a operação policial da DIG, uma pistola 9mm foi encontrada em uma gaveta em seu escritório no posto. O carro utilizado no homicídio, um Volkswagen Virtus, também estava no posto, conforme investigadores. Na residência do empresário, um arsenal foi encontrado, embora parte das armas não estivesse regularizada, de acordo com o delegado, devido a mudanças na legislação sobre porte e posse de armas, especialmente para CAC.

O arsenal apreendido incluía pistolas de diversos calibres, garruchas, revólveres, espingardas calibre 12, rifles de uso permitido e restrito, além de armas de airsoft. As munições apreendidas eram de diferentes calibres, incluindo aquelas compatíveis com fuzis.

Além das armas, foram confiscados dispositivos eletrônicos, como celulares, smartwatches, notebooks e tablets, assim como uma pasta contendo documentos relacionados à regularização de diversas armas de fogo.

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