Usuários do estacionamento alegam que há falta de segurança no local, em especial no período noturno (Alessandro Torres)
A Polícia Civil de Campinas fechou o cerco contra dois criminosos que praticaram sequestro-relâmpago e extorquiram em mais de R$ 5,4 mil dois estudantes de Medicina que chegavam ao Hospital Municipal Ouro Verde. As vítimas, uma jovem de 21 anos e um rapaz de 22 anos, estavam juntas no mesmo carro e foram abordadas no estacionamento da unidade de saúde. Eles foram obrigados a voltar para o veículo e depois levados a um cativeiro, onde foram obrigados a fazer transferências por PIX. Eles ficaram aproximadamente três horas com os bandidos. Os criminosos já foram identificados e desde anteontem à noite policiais civis do 9º Distrito Policial (DP) estão à caça dos suspeitos.
A abordagem aos estudantes aconteceu por volta das 7h da manhã de anteontem. As vítimas são alunos do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ) e fazem estágio de internato no hospital. Ao desembarcarem do veículo de um deles, os universitários foram abordados por dois bandidos, sendo que um deles estava armado com uma pistola. As vítimas fora obrigadas a voltarem para dentro do carro. A jovem foi empurrada para dentro do veículo.
Um dos bandidos, armado, ficou no banco traseiro com as vítimas enquanto o comparsa dele assumiu a direção do carro. No percurso, os criminosos obrigaram os estudantes a entregar os celulares e as obrigaram a acessar os aplicativos de suas contas bancárias.
As vítimas foram levadas para um cativeiro a céu aberto em local "deserto", nas imediações da linha de trem onde o bandido que estava na condução do carro acionou um comparsa que não estava com eles para realizarem as transferências. De acordo com os depoimentos das vítimas, a conversa entre o condutor e o outro comparsa não aconteceu onde as vítimas estavam, já que ele teria levado os aparelhos para longe.
Segundo os estudantes, um veículo GM Classic de cor cinza deu apoio na ação. Pelo relato das vítimas, um dos indivíduos tinha o pé torto que, segundo o próprio individuo, teria ficado daquela forma devido a um tiro que ele teria levado da policia. Este suspeito foi descrito como um homem de cerca de 1,70 metro de altura, com uma tatuagem no pescoço com uma frase que começava com as palavras "a vida", de palhaço no antebraço direito e nome de uma mulher e dois homens, supostamente filhos ou irmãos. O outro bandido possuía uma tatuagem no pé, com o nome de Eduardo, e tinha dois dentes para a frente. Este usava aparelho com borrachinha na cor verde e um "corta vento" vermelho.
Da jovem, os criminosos conseguiram transferir R$ 4.595,98 e do rapaz R$ 900. "Já identificamos os suspeitos e nossa equipe está em campo", disse o delegado titular do 9º DP, Sandro Jonasson.
O caso foi registrado como extorsão qualificada. De acordo com Jonasson, não há informações a respeito de outros assaltos semelhantes ao dos estudantes no estacionamento do hospital. Apesar da posição do delegado, usuários do estacionamento alegam que há falta de segurança no local, em especial no período noturno.
Em nota, a Guarda Municipal (GM) disse que já reforçou o patrulhamento no local para coibir a prática de crimes nas imediações do Hospital Ouro Verde. Além disso, a corporação citou que está trabalhando em conjunto com os investigadores do 9º DP com o objetivo de identificar veículos envolvidos e pessoas suspeitas deste crime.
Em nota, a Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar informou que a área onde ocorreu o sequestro dos alunos de medicina é pública e não pertence ao hospital. A UniFAJ informou que tomou "as medidas necessárias para amparar juridicamente e suportar emocionalmente os envolvidos, que felizmente não sofreram violência física". Disse também que enviou ofício às autoridades competentes, que estão cuidando do caso "inclusive com aumento do patrulhamento no local".
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