EM UMA SEMANA

Dois dos quatro suspeitos de assassinar ganhador da Mega-Sena são presos

Ambos negam participação no crime; policiais seguem na busca pelos outros foragidos já identificados

Alenita Ramirez/ [email protected]
20/09/2022 às 09:48.
Atualizado em 20/09/2022 às 10:06
Os suspeitos presos pelos policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, da Deic de Piracicaba (Mateus Medeiros/ Gazeta Piracicaba)

Os suspeitos presos pelos policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, da Deic de Piracicaba (Mateus Medeiros/ Gazeta Piracicaba)

No prazo de uma semana a Polícia Civil já identificou quatro suspeitos de envolvimento no assassinato do ganhador da Mega-Sena, Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, prendendo dois deles. O último detido foi um transexual, Samuel Messias Pereira Batista, de 24 anos, que se identifica como “Rebeca”. O companheiro dele também foi detido, mas acabou liberado após os depoimentos. 

Os dois negam participação no crime, mas eles tiveram a prisão temporária decretada. Os agentes seguem na busca dos outros foragidos e de novas informações sobre o caso.

Segundo a polícia, “Rebeca” é a dona da conta bancária que recebeu a transferência por PIX de R$ 18,6 mil. Em entrevista para a EPTV, a delegada responsável pelas investigações, Juliana Ricci, disse que a suspeita confirmou ser dona da conta corrente e que a teria fornecido para receber um benefício do governo, mas não sabia que o dinheiro era resultado de um sequestro mediante extorsão contra Jonas. 

“Rebeca” foi detida por guardas civis municipais (GCM) de Santa Bárbara ‘Oeste, depois que a corporação recebeu fotos e informações da Polícia Civil de Piracicaba. Nas investigações, os agentes constataram que o grupo é de Santa Bárbara d’Oeste. 

No sábado, os policiais civis prenderam um homem identificado como Rogério de Almeida Spínola, de 48 anos. Ele é considerado o mentor do crime e o mais perigoso do grupo. Ele tem diversas passagens criminais, inclusive por homicídio. 

Foragidos

Seguem foragidos Marcos Vinycius Sales de Oliveira, o Viny, de 22 anos - que estava em um carro preto e fez os dois saques de R$ 1 mil -, e Roberto Jeferson da Silva, o Gordo, de 38, ambos responsáveis pelo Fiesta e pela S-10 usados no crime. Um dos acusados investigados é dono de uma conta Pessoa Jurídica, registrada em Indaiatuba. Foi para ele a solicitação de uma transferência de R$ 3 milhões, que não foi autorizada pelo banco.

A polícia garante que os suspeitos não tinham conhecimento de que Jonas era ganhador da Mega-Sena, mas sim que tinha um bom valor na conta bancária. 

 O caso

Jonas Lucas Alves Dias foi sequestrado na manhã da terça-feira, 13, por volta das 6h30. Naquele dia, ele chegou na padaria por volta das 5h50, tomou café, comprou pão e levou para os irmãos. Jonas morava com um casal de irmãos mais velhos em Hortolândia. 

Pelas imagens divulgadas pela Polícia Civil, após deixar o pão em casa, a vítima saiu para caminhar. No trajeto, um carro preto passou por ele e o seguiu até uma esquina, no sentido oposto ao que Jonas ia. Uma caminhonete, na cor prata, também aparece nas imagens. O carro preto e a caminhonete retornam pela via e, a partir de então, o ganhador da Mega-Sena desaparece.

Jonas ficou cerca de 20 horas em poder dos criminosos. Nesse período, Viny é flagrado pelo sistema de monitoramento de uma agência bancária em Campinas fazendo saques. A polícia ainda informou que a vítima chegou a enviar mensagens por áudio à gerente do banco da vítima para agilizar a transferência dos R$ 3 milhões. 

A família, mediante advogada, chegou a registrar boletim de ocorrência de desaparecimento de Jonas, mas ele foi achado desacordado e com marcas de agressão, por volta das 7h30 da quarta-feira, em um trecho de acesso da Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença para a Rodovia Bandeirantes. Funcionários da concessionária AutoBAn levaram a vítima ao Hospital Governador Mário Covas, onde ele chegou a ser atendido, mas não resistiu aos ferimentos. 

O ganhador da Mega-Sena da Independência recebeu um prêmio de R$ 47,1 milhões em 2020. Na época, ele trabalhava como vendedor, há pelo menos 16 anos, em uma loja de ferramentas para construção, no Jardim do Trevo de Campinas. Ele pediu a demissão e chegou a abrir uma empresa com dois amigos, mas decidiu deixar a sociedade. Mesmo se tornando milionário, Jonas seguiu na vida simples que sempre levou.

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