Dirigente de time de futebol é executado com ao menos 6 tiros
O crime ocorreu em frente à sede da agremiação, que há três dias se tornou campeã da Série Ouro A
Policiais militares cobrem o corpo da vítima no local da execução: um suspeito foi preso com uma pistola 9mm (Gustavo Tilio)
Três dias depois de ver o seu time de futebol, o Vila Boa Vista/Águia, ser campeão da Série Ouro A, o presidente do Conselho da Associação dos Moradores da Vila Boa Vista, Raphael da Silva Lima, o “Pitchu”, de 35 anos, foi executado com ao menos seis tiros. O crime ocorreu na manhã de quarta-feira (16), em frente à sede do time, na Rua dos Ipês Amarelos, a 20 metros do portão de entrada da Escola Estadual Reverendo José Carlos Nogueira.
O atirador fugiu do local em um Palio, mas foi localizado na Rodovia Anhanguera, onde trocou tiros com a Polícia Militar (PM). Ele foi preso em flagrante e negou a autoria do homicídio. Entretanto, uma pistola 9 mm, supostamente usada no crime, estava com o suspeito.
A execução se deu por volta das 9h30. De acordo com moradores, Lima tinha o hábito de passar pelo local todos os dias, no mesmo horário, estacionando também sempre no mesmo espaço, do lado oposto ao do portão de entrada da sede.
Segundo um morador, que estava na sede e preferiu não ser identificado, o dirigente do time abria a porta do seu carro, um HB20, quando apareceu um homem, a pé, e, sem dizer nada, passou a disparar contra a vítima.
Raphael tentou correr, mas foi alvejado na cabeça e no corpo. Foram pelo menos seis disparos. “Na hora, fiquei paralisado. O homem atirou e saiu correndo. Foi assustador! Quando vi que ele estava morto, peguei um lençol e cobri o corpo dele, porque tinha gente passando na rua”, contou.
De acordo com testemunhas, o atirador estava, aparentemente, sozinho e correu no sentido do Shopping Mix, onde teria pego um Palio e fugido. “Ele já estava acampanado no local, esperando o “Pitchu”. Tudo aconteceu muito rápido”, acrescentou o morador.
Uma vizinha, que reside nas imediações de onde aconteceu o crime, contou que, na hora, uma mulher com uma criança passava na calçada oposta a onde ocorreu a execução e ficou apavorada. “Eu me preparava para sair quando ouvi os estrondos. Corri para fora e vi o corpo dele no chão. Foi assustador. Moro aqui praticamente desde o começo da formação deste bairro e ele sempre foi muito tranquilo. Fiquei em choque”, afirmou.
Uma viatura da PM patrulhava o bairro e foi acionada ao local. Testemunhas informaram sobre as características do suspeito e os dados foram retransmitidos por rádio às viaturas. Uma delas, que estava na região do Jd. Eulina, parou próximo à passarela do km 99 da Rodovia Anhanguera, quando avistou o carro com as características descritas.
Antes mesmo de receber a ordem de parada, o motorista, identificado por Maxsandro Oliveira de Souza, de 25 anos, que trafegava na via expressa, em alta velocidade, jogou o carro para a marginal e, ainda com o carro em movimento, pulou do veículo e tentou fugir pela passagem de pedestre que dá acesso ao bairro. Ele trocou tiros com os policiais e tentou se esconder embaixo de um caminhão que estava estacionado nas imediações do Centro de Treinamento (CT) da Ponte Preta, sendo localizado e detido pelos agentes.
Como estava com escoriações pelo corpo, ele foi levado para o PS da Vila Padre Anchieta e, depois de liberado, levado ao plantão da 2ª Delegacia Seccional. A pistola estava com ele. Até o fechamento desta reportagem, não foi informada a motivação do crime.
A mulher da vítima e amigos descartam qualquer relação com a vitória do time no domingo, quando enfrentaram pelo 14º Campeonato Municipal Amador de Campinas a seleção da Vila Rica, no Estádio Brinco de Ouro da Princesa. “Os dois times são amigos. Comemoramos juntos, sem rivalidade. O Raphael era uma pessoa que ajudava muito os outros. Ele não tinha inimizades. Não dá para entender o que aconteceu”, garantiu a mulher da vítima. De acordo com ela, após a comemoração da vitória na Vila Boa Vista, o grupo seguiu até o bairro.
Feira do Rolo
Na tarde do último domingo, um dos coordenadores da Feira do Rolo, José Cláudio Ferreira, de 43 anos, foi morto a tiros no local, que fica às margens da Rodovia Miguel Melhado de Campos (SP-324), no Jd. Campo Belo. Ele foi abordado por dois homens em uma moto e atingido por dois tiros, um na nuca e outro no ouvido. O crime é investigado pela Delegacia de Homicídio de Proteção à Pessoa (DHPP).
