PREOCUPAÇÃO

Derrite quer reduzir mortes por intervenções policiais

De 2023 para 2024, este tipo de ocorrência aumentou 66% em Campinas

Alenita Ramirez/[email protected]
13/06/2025 às 15:30.
Atualizado em 13/06/2025 às 15:30
Secretário disse que uso de câmaras corporais deverá ser ampliado para demais batalhões da cidade (Rodrigo Zanotto)

Secretário disse que uso de câmaras corporais deverá ser ampliado para demais batalhões da cidade (Rodrigo Zanotto)

Durante agenda em Campinas na manhã de ontem, o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, demonstrou preocupação em reduzir as mortes por intervenções policiais durante as ocorrências registradas na cidade. De acordo com o Relatório do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (GAESP) do Ministério Público do Estado de São Paulo, de 2023 para 2024 este tipo de ocorrência aumentou 66% em Campinas, saltando de 21 mortes para 35 no ano passado. 

"Infelizmente o confronto acaba acontecendo e não é um desejo nosso. Se tem alguém que não deseja um confronto, sou eu, porque tem sempre um policial nosso em risco. Mas se o confronto acontecer, os policiais estão treinados e a gente torce para que o policial, que é o lado bom da história, saia vivo", disse Derrite. 

"Mas isso (morte de um suspeito) não é um desejo nosso. Infelizmente, esses policiais são treinados para proteger a população", ressaltou. Para o secretário, a fragilidade na legislação brasileira aliada a ousadia dos criminosos contribuíram para o aumento no número de mortes por intervenção policial no estado. 

No primeiro semestre deste ano, que ainda não encerrou, a cidade registrou um aumento de 41,67% nas mortes violentas durante confronto policial. De janeiro até semana passada, foram registradas 17 mortes, enquanto em igual período do ano passado foram 12. 

REFORÇO DA TROPA 

A região de Campinas vai receber cerca de 90 policiais militares nos próximos dias. O anúncio foi feito por Derrite durante a solenidade do 1˚ uso de uniforme dos 180 novos soldados da Polícia Militar que estão em formação na escola do Comando de Policiamento do interior 2 (CPI-2). O CPI-2 abrange 38 municípios e os policiais que serão designados para a região se formaram anteontem, em São Paulo. 

"Esses policiais estão exatamente no meio do período de formação, na metade do curso de formação deles, que compreende um ano. Depois dos seis primeiros meses eles recebem nessa nacionalidade, que é chamado o primeiro uso do uniforme, o fardamento da Polícia Militar. Marca o ciclo, não só do primeiro uso do uniforme, como a partir daqui eles já começam a ficar aptos a realizar operações fora do período da aula. Então, uma mescla de atividade em sala de aula com operações", frisou Derrite. 

Os policiais que estão em formação em Campinas entraram para o segundo ciclo do curso. Cada ciclo tem duração de seis meses. Nesta fase, os guardiões têm estágio operacional e podem ir para a rua. Eles participam do curso superior técnico de polícia ostensiva e preservação da ordem pública. Após a conclusão desta etapa, os agentes fazem mais dois anos de estágio na corporação, ou seja, o desenvolvimento de cada policial é observado pelos comandos . Apesar de a formação estar sendo realizada em Campinas, os futuros policiais serão distribuídos por todo o Estado. Porém, Derrite adiantou que alguns deles serão designados para o CPI-2. 

O 47º Batalhão de Policiamento Militar do Interior (BPM/I) atende as regiões dos distritos de Aparecidinha, Campo Grande, Ouro Verde e Campo Belo e foi o que mais registrou mortes por intervenções, com dês casos neste ano, contra seis em igual período de 2024. Na seqüência foi o 35º BPM/I, que abrange a região entre o Parque Oziel, passando por Valinhos até a região entre Ponte Preta e Nova Campinas, com três casos neste ano e quatro no ano passado. O 1º Batalhão de Ações Especiais da Polícia (Baep), 8º BPM/I, Rota e COE, ambos da Capital, registraram um caso cada um nos dois períodos. "Temos uma polícia que está trabalhando muito e aumentando demasiadamente o número de prisões em flagrante, ou seja, os policiais estão trabalhando", enfatizou. 

BODYCAMS 

Derrite também informou que o uso das câmaras corporais por policiais deverá ser ampliado para os demais batalhões de Campinas ainda neste governo. Até então, o Baep e o 8º BPMI contam com as bodycams. Segundo o secretário a Secretaria fez um estudo de batalhões que precisam deste equipamento e Campinas pode receber assim que for comprado. "Quando assumimos a gestão, tinha pouco mais de 8 mil câmeras, a gente passou para 10.125, com o aumento grandioso de mais de 20 % e agora o novo edital serão 12 mil câmeras que podem ser estendidas para 15 mil, com essa gestão. Com isso, teremos cerca de 50 % efetivo em todo o estado de São Paulo com câmera e a região de Campinas terão alguns batalhões que vão sim", disse.

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